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- "Quem é essa egoísta?" – resmungou o Matteo e a esposa dele o tranquiliza, Amber suspira para esclarecer o modo da Kayla agir daquele jeito.

– "Aquela não é a egoísta e sim a minha namorada e da Sophia." – a mulher simplesmente jogou a bomba nos 'primos' e nos tios, deixando boquiaberta por alguns minutos, – "Tem um motivo pra ela ser assim..." – Sophia desceu com Olivier se juntando ao lado da esposa.

- "Ela acabou de dormir, Olivier deu o remédio e por milagre não recusou." - falou doce e dá selinho e ela retribui, – "Como eles reagiram?" – sorriu.

– "A mesma reação." – falou rindo.

– "Hey. Pombinhos apaixonada!" – outro 'primo' o chamou – "Explique o motivo." – ordenou, Sophia pigarreia e começa a explicar.

– "Primeiro, peço desculpa ao Matteo. Ela não quis de ser rude, por receber o seu toque inesperado. A gente esqueceu de avisar antes." – bebericou o champanhe e eles não entenderam, – "Tem medo/odeia de ser tocada, ninguém aqui pode ter o contato físico, especialmente a nós e da Melissa, talvez o Enzo e a Clara." – relatou.

– "Não vai ser impossível pra nós. Ela tentou me confortar no dia do meu aniversário e deu tempo para a Amber vir." – Ana anunciou e o Olivier não sabia nem as filhas.

- "É por algum de trauma? Por motivo de ela usar as luvas também?" – quem falou foi a Luiza, a garota prestou atenção mordendo lábio inferior querendo saber da resposta delas e elas assentiram.

- "Sim, tia." – pausou pra pensar, – "Por 24 horas, já teve crises, de existência e dos surtos. Aquilo o traumatizou e não vê as próprias mãos aos longos anos." – falou e a garota se segura as lágrimas, – "especialmente, fecha os olhos para a rotina matinal e dos banhos. Às vezes, nós é que ajudarmos a trocar outras luvas e de tirar pra dormir." – finalizou, Amber se deitou a cabeça no ombro da esposa e fazendo carinho nos braços.

A garota não se segura e se cabisbaixa sem ser notada aos adultos, mas a Helena percebeu e foi confortando, ela se enxuga e fala do nada chamando atenção a eles.

– "É minha culpa..." – Ana se lembrou da garota que ficava do orfanato 'Oh my god!', Sophia ergueu a sobrancelha, – "Fiz isso..." – apontava a cicatriz no ombro.

– "Não fale isso, Yasmin!" – falou o irmão mais velho cerrando a sobrancelha, – "Espera, era ela que você mencionava?" –

– "Sim, Gabriel. Era ela o tempo todo!" – esbravejou a Yasmin – "Não esperava o trauma seria aterrorizante! Foi um acidente por culpa daquele demônio que me puxou em frente dela e acabei me ferindo." – reclamou da culpa que mantinha por si e a família não conhecia esse lado segredo e não esperava de ela contar em toda família.

- "Yasmin... Você sabe que não é culpa sua. Foi tudo pelo homem que você chama de demônio. Lembre-se que estamos aqui da denúncia e para te apoiar a dar o depoimento e você é uma sobrevivente." – Luiza abraçou e ela o retribui chorando.

– "Yasmin? A própria Yasmin Maitê?" – Sophia falou confusa e a esposa Amber o olha torto, Matteo e Gabriel confirma, – "Desculpe, minha cabeça cheio da preocupação da Kayla e esqueci quem era a jovem adulta que viria fazer o depoimento." – bateu na própria testa.

– "É você que está no caso?" – falou inaceitável do Gabriel e ela se nega, quem vai prestar é a outra colega do trabalho. 

Eles entenderam e já está ficando tarde, antes de irem pro quarto, as duas pediram a não contar do caso e da Yasmin, pois não saberá de como reagirá e eles aceitam o pedido.

Amber verifica a temperatura e parece ter diminuído um pouco, mas verá mais tarde e as duas se trocam roupas pelos pijamas, lembrou as malas que a pequena não o trouxe e se entreolharam, – "Como vamos trocar as roupas?" – quando terminaram de falar, a porta efetuou a batida e abre aparecendo a Louise segurando a pijama emprestada.

– "Sabia! Ela nem trouxe as malas, não é?" – perguntou e elas se negaram, estendeu a pijama e a Amber pega, – "Quem vai passar no aeroporto? Acho alguém vai ter que ir à sua casa pra poder pegar as mudas de roupas e de algo..." – falou baixo e apontou a Kayla chupando com luva e se mostrando a cara desgosto.

Sophia se sentou ao lado tirando devagar, se choraminga querendo de volta, teve que tirar logo as luvas. Louise adentrou fechando a porta para que elas possam a trocar roupas, especialmente a calça, o remédio tem efeito de dormir, então não seria fácil pra a Kayla acordar e tentou chamar para se levantar, a pequena se envolveu no pescoço da Sophia ficando em pé e a Amber desabotoa a calça, Louise ajuda a dobrar a calça de pijama entregando a irmã mais nova e pega a calça dobrando e deixando em cima da cômoda. Tirou o blazer e a blusa trocando a de botão que facilita mais fácil e se deita na cama e abotoa, Kayla tenta abrir olhos sentindo diferente da roupa lisa e Sophia avisa logo antes que ela o retire.

– "É de cetim. Não é viscose!" – abraçou de conchinha e voltou a dormir com a Sophia acordada, Louise franziu o cenho e inclinou a cabeça e Amber ri baixinho, – "A minha bebè odeia de usar o tecido viscose. Só algodão cem por cento e às vezes poliéster, mas nunca usou o de cetim." – esclareceu.

- "Anotado!" – fingiu anotando no ar, – "Tenham um boa noite de sonho. Beijos!" –

-_-_-_-_-

Kayla acordou primeiro do que as duas namoradas, se levantou olhando ao redor do quarto, lembrou que não está em casa e sim na casa da Ana. Saiu de fininho do quarto, sentindo sede e não querendo encontrar os desconhecidos na casa, ela para no corredor que vai no caminho da sala de jantar e cozinha na direita, observa o mesmo quadro apreciando um tempo em paz.

- "É linda, não acha?" – voz grave falando inglês que Kayla se assustou achando apenas ela e o quadro, já era (6:30) e o pessoal está dormindo. O senhor se desculpou por assustar sem querer e ela ficou tranquila dando o sorriso sem graça.

- "Tudo bem, tento acostumar essa manhã em silêncio total. O senhor é o primeiro que me assustou sem fazer o barulho." – falou em francês conduzindo a piada e o senhor tranquilizou rindo. – "E sim, é linda. Ela me tranquiliza e me dá a sensação flutuante e reconfortante." – sorriu ladino

- "Que bom, me chamo Marco De Luca." – tentou falar em português, Kayla assentiu por esforço de ele falar sem interrupção.

- "Falou bem, Marco. Pode falar em francês ou inglês, ou italiano. Sou Kayla Lombardi, é um prazer." – apresentou o nome completo e ele franziu de ouvir o sobrenome, - "Antes de falar, vamos tomar um café. Não comi nada desde ontem." – contou envergonhada e foram pra cozinha.

Marco foi primeiro a fazer o café enquanto a Kayla foi na direção da geladeira, verificou o que há dentro e escolhe de pegar iogurte natural, morango e amora e na prateleira, pegou pote de vidro de aveia, antes de começar, desejou se teria banana congelada no congelador e estava lá por pura comemoração. 

Deixou tudo na bancada e o Marco observou todos que está na bancada, mas nenhum de pão, manteiga, algo como pessoas que costuma comer do café da manhã e via a Kayla sendo receosa de perguntar algo ou de ajuda.

- "Posso ajudar alguma coisa? Não precisa ficar com vergonha em pedir." –

- "Sim... Poderia cortar o morango em fatias? Sou ruim em manuseio de facas e poderia me passar a colher, por favor?" – pediu com educação e ele entregou a colher, começou a despejar o iogurte natural e banana congelada no liquidificador.

- "Quantos morangos? Dois?" – perguntou e pensou antes de confirmar, ele percebeu a Kayla queria mais o dobro e fez sem ela saber. 

Minha bébé...Where stories live. Discover now