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01 de abril de 2002

Uma garotinha se divertia fazendo o corpo rodar e rindo, para ela ficar rindo, é que a sua visão se acha fascinante ao redor como flutuante ou riscados, nunca largava a naninha por todo lugar e já foi incriminada por ser estranha fazendo de brincar sozinha e ter a naninha de coelhinho macabro. Um garoto de oito anos fica de vigia para não tropeçar em alguns móveis e se machucar, mas a garotinha é muito habilidosa e nisso se tornou o hábito de rodar sem enjoar ou ficar tonta.

– Paola. – chamou.

A Paola parou de rodar com um sorriso de felicidade e bateu palmas se orgulhando, balbucia mostrando a naninha e outra mão brincando de contar números.

– Estou vendo, Paola. É o Bubu.

– Dona alegria, ela rodou muito tempo. Tipo, muuuuito.

– Quantas vezes, Leo? – perguntou com um sorriso pegando de colo, Paola abraça o Bubu para não deixar cair e ele mostra três dedos. – Tanto assim? Trinta voltas?

– Sim! – os dois olharam a garotinha dando risada e mordiscou a ponta da orelha. – Ela é uma pessoa especial, não é?

– Uhun. Muito especial e prometa que protegerá?

– Amo a minha irmãzinha! Serei super-herói.

– Amo Amo. – murmura. – Ma! Te amo Ma. Te amo Lion.

Dona Alegria e Leo gostaram da fofura chamando de apelido, ela chamou as crianças que estavam no quintal brincando, para lavar as mãos antes de almoçar e alguns empurraram a Paola indo ao banheiro. Eles não gostam dividir o mesmo cômodo com a garotinha, Leo aparece ajudando lavar as mãos, ele estava ajudando com os mais novos e não viu o que aconteceu, Paola não falou pra ele e não queria preocupar.

Todos pegaram o lugar para sentar, o prato de hoje é arroz com legumes, macarrão, purê e frango, eles amam a comida preparada da dona alegria do que as outras, então a Paola ficou encarando no prato enquanto os outros estão comendo e há murmúrios dizendo que ela é muito chata ou sendo muito mimada.

– Crianças, tenham respeito. Vocês querem que eu fique triste?

– Não! – deram uníssono e voltaram a terminar a refeição.

Paola brinca com a naninha e Alegria se senta ao lado oferecendo a colher, ela se recusa a comer e fala.

– Não goxto. – apontou o arroz com legumes.

– Querida, tem que comer legumes. – coloca mais perto e balança a cabeça, se afasta da colher. – Paola, a Ma vai ficar triste.

– Ma, não trixte. Me dá. - pediu a colher e a Ma entrega e fica de vigia.

Paola começa separando o arroz com legumes e pega o purê, ela começa a comer em tudo por uma a uma na ordem de purê, frango e volta no purê, Alegria observa os movimentos, era como se fosse uma regra criada por ela, já se viu fazer os brinquedos ou objetos enfileirados, brincar de dedos, rotação, além de ler ou saber letras com um ano e meio, está pensando em falar com o Waldemar para levar ao psiquiatra.

Nesta tarde, Alegria encontra a Paola na cozinha chorando, havia pó branco, restantes das comidas na bancada, eletrodomésticos em voltas e conectados da tomada, quando a Paola viu a Alegria, não viu o fio e acaba tropeçando nela, o liquidificador vai puxando os pratos caindo em cima dela, não deu tempo para impedir e cortou nas costas.

– Paola!

A garotinha gritou de dor, desesperada daquilo, enrolou a toalha para impedir o sangramento, ouviu o baque da porta do armário pequeno e viu a criança assustado saindo da cozinha, percebeu que foi a obra dele, foi às pressas pegando o dinheiro e sai do orfanato para hospital. Lá encontrou o médico de plantão e viu a situação da toalha ensanguentado, ele socorreu sem dar palavras e levou até a maca, a enfermeira foi acalmar a Alegria e demorou para poder tratar.

Minha bébé...Where stories live. Discover now