Em busca do prêmio parte l.

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♠ Marcelo Carter ♠

Manda quem pode, obedece quem tem juízo". Isso me resume. É raro acontecer um afronto a mim, porque quem me conhece não tem a audácia de bater de frente comigo, sabem bem meu temperamento e o que lhes espera se o fizer.

Quando se caminha pelas avenidas sujas do submundo, você não pode ser fraco. Não pode se dar ao luxo de chorar como um covarde como Jack Becker fez, não pode ser misericordioso.

Misericórdia no meu mundo é o jeito mais rápido de conseguir uma bala na cabeça. Entretanto, reconheço que o crime organizado traz certo glamour, e te transforma no filho da puta mais dominante do recinto.

As mulheres se rastejam aos meus pés, acham que porque tem um par de seios lindos e uma bela bunda e esteve na minha cama, terá o privilégio de se tornar minha esposa...

A mulher de um chefe deve ser tão bem escolhida quanto seus aliados, seus soldados, seus conselheiros. Alguém que não irá te acordar a noite com uma faca contra seu pescoço. Nenhuma delas entende a complexidade de ser esposa de um chefe.

Amam o que posso lhes proporcionar. As casas, as viagens... Amam enquanto durar o prazer. Agem como se não soubessem que o mundo é construído em cima do sofrimento, das balas e ossos quebrados.

O mundo de beleza que as deslumbram tem cadáveres em sua fundação. Ele é feio, e eu tenho que mantê-lo o mais horrivelmente possível. Preciso de uma mulher que não tenha medo de olhar, que tenha consciência da vida que terá comigo.

Ou ao menos, que não possa me deixar. Jack Becker e sua ideia absurda caiu sobre meu colo como uma puta barata, e essa pode ser a oportunidade que eu esperava para encontrar esse tipo de mulher.

A julgar pelo pai, sua situação com a mãe não deve ser das melhores também, portanto, eu serei um salvador piedoso até poder arrancar suas roupas e torná-la minha.

Não vejo a hora de saber como ela vai se comportar na cama. Dependendo de como ela for, poderei dizer que enfim apareceu alguém para o posto da Madame Ragazzi!

Eu não tenho vergonha em dizer que não me apego a algo ou alguém. É uma coisa desconhecida para mim. Meu nome é safado e meu sobrenome é vagabundo.

O que realmente me prendeu um dia me foi tirado, e a consequência da vida me tornou o homem que sou hoje, um ser humano amargurado, rancoroso e nada fácil de lidar, muitas dizem que tenho gelo no lugar do coração, eu não tolero que ninguém me afronte, eu sou o don da Ragazzi e eu não aceito menos que a submissão perante minha pessoa.

Se for como as outras, loucas e obcecadas que brigam entre si pra disputar minha atenção, certamente será mais uma decepção e mais um nome a ser riscado da lista, e muito provavelmente de todas as listas.

Não seria ruim ter aquele par de oceanos me convidando, inocentes e vivazes, só de imaginar meu corpo se arrepia e sinto a necessidade de buscá-la o quanto antes.

Desde que o velho me deu a foto da filha, eu não paro de olhar, sua pele branca, cabelos castanhos, os lábios rosados e volumosos.

Ficaria belíssima ao meu lado nos vários eventos da organização. Não podia deduzir muito apenas por uma foto, porém, eu admito a possibilidade de ter uma ótima candidata.
Se ela for bruta, será amansada, se for frágil, ficará bem comportada sob minhas ordens.

Depois de ter assinado o contrato, Jack ficou arrasado, começou a se lamentar, e a se debater na mesa desesperadamente e, segundo o que John me disse, parecia até duvidar de sua sanidade mental.

É uma tristeza essa belezinha estar na Suíça, queria ver esse velho perder a cabeça me vendo levá-la para sempre. É uma situação triste para quase qualquer um, mas graças ao pai patético, agora tenho a resposta para o meu pequeno problema.

— Me aguarde, logo estarei aí com você!

Saímos de New York para Suíça no meu jato particular. Fora sete horas de voo e meus pensamentos correm sem controle.

O dia hoje parece estar mais radiante no aeroporto de Berna/Belp; sorrio ao olhar pro céu, pego minha mala e saio do aeroporto, já tenho um carro à minha espera.

Torci para que começasse a nevar, a maioria das pessoas detestam a neve, mas eu gosto. Ela é fria, castigante e bela.

— Para o hotel, Gregório. — Eu cumprimento o meu motorista.

— Bom dia, senhor, fez uma boa viagem? — E logo dá a partida no carro em direção ao hotel.

— Fiz sim.

— A negócios ou passeio desta vez, senhor? Se me permite perguntar. — Ouvi Gregório dizer de novo e esbocei um sorrisinho.

— Passeio.

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo ♣ ♥ ♠ ♦

Eu criei a capa do livro de acordo com a minha imaginação dos personagens, porém, deixo a construção dos personagens a critério da imaginação de cada um, acredito que com as descrições não será difícil visualizar e construir a imagem.

Espero que gostem, curtam e deixem seus comentários. Quero interagir com cada leitor meu, na medida do possível.

Aguardem o próximo capítulo, paz e luz no coração de todos. 

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now