Jogada de mestre.

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♠ Marcelo Clark ♠

São sete da manhã e Camila está em cima de mim, rebolando no meu colo como louca. O corpo dela é incrível, cheio de curvas, volumoso e maduro... E embora ela me deixe excitado pra caralho, estava sendo difícil gozar.

 Desde que começamos na noite anterior eu só havia tido um orgasmo e ela já tinha tido vários. Minha cabeça está longe demais para isso, então, já cansado da "brincadeira", a empurro para o lado fazendo-a cair no colchão com um gemido de protesto.


— O que foi? — pergunta ela, ofegante.


Eu estive naquele quarto a noite inteira com outra pessoa na cabeça. Tentando ver outro rosto no de Camila, sem sucesso devido aos gemidos agudos e exagerados que dava.


— Saia.


— Marcelo, está tudo bem?


— Se eu mandar duas vezes...


Ela entende o recado e começa a se vestir com uma expressão injuriada e ofendida. Quando encontro-me sozinho em meu quarto, consigo deixar minha mente trabalhar com mais liberdade.


Penso nos preparativos, em todos os acontecimentos se interligando com meus planos... Meu pai nunca conseguiu chegar onde eu estou me aproximando com o passar dos meses, sua mente travada não considerava expandir os negócios como eu agora estou obcecado em fazer. Eu preciso de todas as garantias possíveis e boa parte delas está vindo para a América num jato particular.


A Bratva, a maldita máfia russa, esteve se aproveitando demais do meu solo americano para que eu permitisse. O que começou como um pequeno braço da organização, rapidamente se tornou um concorrente ameaçador, um que vou derrotar muito em breve e vingar o ataque à minha casa. Eu sonho com isso há anos e vou fazê-lo nem que custe minha vida.


Com a ajuda de Erik Ludwig.


Sinto que é inviável para mim, ficar de longe quando o tiroteio começar, eu sou um líder e preciso estar com meus soldados, isso significava me expor ao perigo de morrer tentando derrubar essa organização. John meu perguntou porque eu quero Valentina, porque ela é importante. Ela será minha garantia de que meu nome continuará, e caiu tão facilmente em meu colo...

O desgraçado do Jack nem precisaria de um tiro para ser punido, já era um miserável e, agora, a filha dele é minha propriedade. É jovem, fértil, bonita e antes disso tudo começar, colocarei um bebê na garota.

Minha família será vingada, e se eu ainda estiver vivo ao soar da última bala, enterrarei os responsáveis embaixo da minha casa. Solto o maxilar quando percebo que o estou cerrando a ponto de trincá-lo. Não posso falhar. 

Não tenho permissão para isso. Não com a memória de minha mãe e os olhos frios do meu pai me assombrando os pensamentos a cada decisão tomada. Tudo precisa ser perfeito.
O celular toca quebrando meu silêncio precioso, e ao examinar a tela, sento-me na cama ao ver que é John.


— A garota vai pousar em vinte minutos no JFK.

— Tudo preparado?

— Absolutamente.

— Estou a caminho.

Desligo a chamada e sigo para o banheiro. Quero estar apresentável o suficiente para fazê-la cogitar o arrependimento de ter fugido de mim, quero que ela me olhe com raiva e saiba que eu venci. Escolho um terno cinzento de três peças e camisa preta, relógio e abotoaduras prateadas.


Em frente ao espelho, enquanto penteio os cabelos, encaro meu próprio perfil flagrando os primeiros fios precocemente brancos, sinal claro de quem sou filho. Meu pai tinha ficado grisalho aos trinta e seis anos, desde então, ele parecia ainda mais com um homem experiente e intimidador. Eu estou seguindo pelo mesmo caminho aos trinta e dois.

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now