A AUDÁCIA NO JANTAR lll.

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Continuação do diálogo de Valentina.

♠ Marcelo Clark ♠


Respondeu com outro sorrisinho. E apenas prosseguimos com o jantar falando sobre o que conseguíamos, e nisso percebi o quão pouco realmente nos conhecemos. Levando a conversa de maneira calma e persuasiva tive uma breve noção de como era sua vida em Berna, a tranquilidade de apenas ser uma garota com uma mãe e um futuro medíocre e sem possibilidade de grandeza para traçar naquela cidade gélida.


Até que ela me perguntou sobre os meus pais, sobre a minha mãe especificamente, e algo me disse que deveria ser porque sentia falta da dela. Aquele assunto sempre é complicado para mim. Porém uma coisa é evidente: Valentina estava mudando.


Depois de mais de duas horas, estamos no mesmo banco de trás do carro a caminho de volta para casa. Erik, que ficou um andar abaixo vigiando todos os acessos ao terraço com Luke e Dave, está dirigindo e evita olhar o retrovisor. Valentina, ao meu lado, admira a paisagem de Nova York em plena noite alta e invernal, a neve rala começa a cair. Vinte centímetros de banco nos separa, mas não perco a chance de levar a mão até sua coxa exposta pela fenda do vestido. À procura de atiçar meu próprio apetite para o que viria, aperto a carne quente de Valentina.


Pensei que ela fosse recuar, mas não o faz, apenas olha para mim. Fixa, sem uma expressão exata de satisfação ou recriminação. Então subo devagar um pouco mais onde a pele fica mais quente ainda. Com um lapso de sorriso, Valentina afasta minimamente as coxas, oferecendo passagem, e isso me arrepia até o último fio, fazendo-me apertar mais uma vez acima.


E então, tão rápido quanto fez aquilo, removeu minha mão e cobriu sua perna. Sorrio, já completamente louco para chegar em casa...


O que essa diabinha quer fazer comigo? O que está tramando?


O retorno à mansão também é silencioso, embora eu sinta uma atmosfera palpável de tensão. Subo as escadas ao lado de Valentina com calma, aproveitando o momento para afrouxar a gravata e tirá-la do pescoço, ao mesmo tempo, Valentina afasta o casaco de peles branco que cobre seus ombros, exibindo suas costas e seu colo, bem como parte de seu pescoço onde os cabelos loiros começavam.


Era como se estivéssemos nos despindo ali mesmo, bem devagar antes de "começar".
Erik vem logo atrás de nós, havia designado Luke para a ronda em torno da propriedade, e com certeza está acompanhando aquele show sensual e sutil.


Meu pau ameaça ficar ainda mais duro ao pensar em repetir a noite de anos atrás e ter os dois na minha cama, ao mesmo tempo. Mas isso, seria pedir demais dadas as circunstâncias. Estou mais curioso com o que Valentina tem para me oferecer.


— Pensei que iríamos para o meu quarto essa noite — falo quando chegamos à porta do quarto dela.


— Minha proposta, meu "escritório".


Com apenas um olhar, indico a Erik seu lugar habitual de tocaia. Onde pensei que veria ódio, não vi nada, como se ele estivesse anestesiado, ignorando o que estava acontecendo ao redor.
Em pouco tempo seria impossível para ele não ouvir Valentina chamar meu nome e implorar para gozar.


Ela acende as luzes, apenas o suficiente para deixar a área da salinha de estar confortável com os abajures, larga o casaco num dos longos sofás.


Há uma pequena bandeja com uma garrafa de uísque e copos, padrão em todos os quartos, e sirvo duas doses. É de bom tom uma saideira, ainda mais sozinho com essa mulher linda no quarto comigo.


Valentina sentou-se na poltrona ao invés do longo sofá onde tomei lugar, mas aceitou o uísque que lhe ofereci com cortesia. Atravessada no assento e com as pernas cruzadas sobre um dos braços do móvel, ela deu um pequeno gole me encarando.


— Espero que tenha decidido desistir de lutar contra mim e finalmente se entregar ao prazer que posso te dar — falei percorrendo os olhos por sua boca, seu rosto, sua pele. Daqui algum tempo eu estaria beijando e lambendo tudo aquilo. — Comecei a noite pensando que seria eu a iniciar as preliminares, mas você... está se superando, querida.


Ainda que a pose de Valentina evoque que está tentando manter o controle, percebo o rubor em seu rosto quando digo isso.


— Não é o que está pensando.


Deixo-me relaxar sobre o sofá, enfim, com o copo sobre a coxa.


— Sou todo ouvidos, pelo menos enquanto ainda estiver vestida.


Valentina encarou o conteúdo do copo, brincando com ele um pouco antes de dizer:


— Não quero ser apenas a parideira que vai ter dar um filho — começou, naturalmente, e prestei máxima atenção. — Posso não ser a pessoa mais preparada do mundo, mas também não sou idiota, Marcelo.


— O que quer dizer? — incitei-a, bebendo mais um gole. O uísque me relaxa um pouco. Viro tudo e encho meu copo outra vez.


— Você é mais importante por aqui do que eu pensava e eu lembro bem de como me exibiu para os seus amiguinhos sujos, como se eu fosse um troféu de merda com uma boceta virgem e cobiçada. Digo desde já que isso não vai acontecer mais.


Ergo uma sobrancelha, comicamente absorvendo aquela "ordem".


— O que você realmente quer, Valentina? Eu já te dei tudo o que uma mulher poderia querer. Uma mansão, luxo, até mesmo permiti que fizesse a reforma que sugeriu. Não há nada mais que você possa querer nesse mundo além do que irá acontecer quando eu arrancar esse vestido do seu corpo...


O revirar de olhos dela com minha última provocação me deixa ofendido.


— Diga o que quer de uma vez. — exijo em tom sério.


— Quero saber o que vai fazer. Independente do seu jogo, eu quero entrar.


Solto um riso e não evito exprimir um "está brincando comigo" enquanto desvio o olhar. Quem ela pensa que é? A Rainha?


— Sério? — indaguei com ironia jocosa. — Você acha mesmo que vou discutir meus negócios com você?


— Acho. Se vou dar meu corpo e até minha vida pela porra do seu clã, quero saber por que, quando e onde isso vai acontecer.


♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo. ♣ ♥ ♠ ♦

Sem EscolhaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang