REVOLTA E ESTRESSE DE TODOS.

32 2 0
                                    

 ♠ Marcelo Clark ♠

Acordo com minha cabeça pesada, pisco várias vezes para firmar a vista, e sinto um peso sobre meu corpo. Então abro os olhos e vejo os cabelos de Valentina esparramados em meu peito. Tento me lembrar de como tudo aconteceu, mas nada vem em minha mente... a tiro de cima de mim com cuidado para não acordá-la, ao fazer isso, sinto me faltar o ar. Valentina tem seu pescoço e seus braços marcados, puxo o lençol que a cobre e então me deparo com a mancha, indicando que o casamento foi consumado. Seu corpo delicado está todo vermelho, o que claramente se tornaria em hematomas.

— Porra! — Praguejei.

Ela acorda com meu grito e puxa o lençol, tentando esconder seu corpo ao me encarar com os olhos marejados.

— Por favor, Marcelo, não me machuca de novo. Eu preciso me recuperar... Eu não aguento mais... — Falou em meio às lágrimas...

— O que você fez comigo, desgraçada! Colocou alguma coisa na minha bebida, não foi? Fala vadia!

Avancei agarrando os braços dela e em meio ao pânico ela começa a gritar:

— O que eu poderia ter feito? Eu bebi o mesmo uísque que você. Inclusive foi você que serviu, se lembra? Você estava me estrangulando... vai usar o maldito álcool pra se safar e dizer que não se recorda? — Com seu comentário, busco minhas memórias e um flashback de minhas mãos no pescoço vem à mente. — Era a minha primeira vez, Marcelo, era pra ser gentil... me amado, não me violar como um animal... me mata de uma vez se for me tratar dessa forma... você não consegue ser gentil nem uma vez na sua vida? É tão desprezível para tratar sua esposa assim?
Ralhou e deixou o seu corpo exposto. A cubro de volta com o lençol. Pego minha roupa e visto a parte de baixo, e então deixo o quarto.

Vou para o escritório e a imagem tomada pelo pânico de Valentina me atormenta. Fico furioso, não com ela, mas comigo, por começar a recordar do momento em que a estrangulava e ela pedia para apertar ainda mais... isso não poderia ter acontecido, não agora, eu preciso me manter focado para o plano que me espera.

Saio do meu escritório e vou para a cozinha, e ao me ver, Arlete estremece e desvia o olhar.
— O que precisa, senhor? — Pergunta montando a bandeja de café.

— Essa bandeja é para Valentina?

— Sim senhor, quer que eu mande o chefe preparar algo em especial?

— Não, leve o mesmo que preparou para ela no meu escritório. Arrume as malas dela. E avise o Erik que eles vão para Dover, prepare tudo, em 30 minutos eles saem. — Dou a ordem e ela assente e sai com a bandeja em mãos.

Volto ao escritório e pego um copo. Encho de uísque pela metade e viro. Sinto o líquido queimar minha garganta.

"Covarde, deveria tê-la matado! Ela não pode ficar viva" a voz do meu pai sussurra em meus ouvidos. "Você é um imprestável, que só me decepciona"

— Cala boca! Maldito! — Grito e taco o copo na parede.

— Marcelo? O que está acontecendo? — Valentina entra no escritório, assustada, e se aproxima. — Você está bem?

As marcas dos meus dedos ainda continuam ali. Ela tenta me acalmar e eu a afasto.

— O que está fazendo aqui assim? Eu mandei te prepararem, você vai voltar para Dover. Saia.

— Qual o seu problema? Agora que me usou e roubou o que eu valorizava em mim, eu não sirvo mais? Vai me descartar como faz com suas putas? — Ela se aproxima e começa a me dar socos e tapas. — Você é um cretino!

"Você é fraco, nem a fedelha te respeita." Novamente a voz do meu pai me perturba o consciente. Eu a agarro pelos cabelos e saco a arma, destravo e coloco em sua testa.
Seu escândalo chama a atenção dos seguranças, que entram no escritório.

— Se não calar a porra da sua boca agora, eu vou cumprir a promessa do jantar e estourar seus miolos. Erik, tire-a da minha frente, agora você tem menos de 15 minutos para ficar pronta e ir para Dover.

Erik a segura por trás e a leva para longe, enquanto ela grita por meu nome. Logo meu nome, algo que tanto desejei ouvir daquela boca, agora me perturba.

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo. ♣ ♥ ♠ ♦

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now