BUSCA POR RESPOSTAS 5

47 4 0
                                    

♥️ VALENTINA BECKER ♥️

— Então já tem sua resposta.

Não consigo conter a decepção, nem a apreensão. Marcelo virá amanhã e com certeza tentará de novo, tudo o que tenho para "esperar" é uma versão pior de sua primeira tentativa. Erik ainda está sentado ao meu lado com o olhar longe.

— Você não me deseja o suficiente? — pergunto. — Não é esse o caso, Valentina. —o que eu poderia esperar além disso? Ludwig não era um santo, e como eu mesma disse foi o homem que me sequestrou. Talvez eu esteja tão solitária e desamparada que tenha bloqueado esse fato por desespero, para ao menos me preparar para o pior e não ficar tão sem rumo.— Desculpe ter sido tão indiscreta — digo levantando, pronta para sair e me refugiar na solidão da biblioteca de onde não deveria ter saído. — Eu vou dar um jeito sozinha. Afinal, é difícil ficar pior que isso, não é? Sem esperar que ele dissesse mais alguma coisa, saio do cômodo, seguindo pelo corredor ainda sem decidir se retorno à biblioteca.

Sinto o olhar de Erik às minhas costas, entro na primeira porta e a fecho. Depois de suspirar, abro os olhos e me vejo no escritório silencioso de Marcelo. É parecido com o outro em New York, mas um pouco menor e com menos livros, além de um quadro enorme numa das paredes.

Só a luz das grandes janelas ilumina o cômodo, caindo sobre a enorme mesa de madeira entalhada. Levada pela curiosidade, ou pelo tédio, me aproximo do móvel e começo a examinar o que ele esconde.

A maioria das folhas trata de documentos com preços, e quase todos tem cinco ou seis dígitos, em algumas folhas chegavam à oito. Todas falam de "remessas" sem especificar de quê, algumas mencionam "seguro", outras falavam sobre "logística"... O que é isso tudo?

Há um nome também, Mikhail Kozlov... não faço a menor ideia de quem seja, mas um arrepio me percorre ao lembrar do homem com sorriso de vampiro. Seria ele Kozlov?

São tantas dúvidas! Há cinco gavetas estreitas nas laterais e para a minha surpresa estão abertas. Abro a de cima e só encontro blocos de papel e um estojo de canetas brilhantes, na segunda, há envelopes pardos com mais documentos, mas, na terceira, começa a ficar interessante.

Do fundo, tiro um pequeno porta-retratos e perco o ar ao ver dois garotos sentados sobre o capô de um carro luxuoso. Estão com os braços magricelos nos ombros um do outro, e aquele dois pares de olhos conservam os traços que agora vejo em dois homens muito presentes no meu inferno particular.

O moreno é Marcelo Clark, o loiro ao lado dele é Erik Ludwig. A inocência do olhar é idêntica, e eles parecem estar felizes, bem diferente do que mostram ser hoje. Deixo meu corpo se aconchegar na cadeira larga. Parecem ser amigos... Minhas perguntas começam a se responder de forma assustadora.

♣️♥️♠️♦️ Continua no próximo capítulo. ♣️♥️♠️♦️

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now