CONHECENDO O PASSADO DE MARCELO l.

39 2 0
                                    


   ♥️ Valentina Becker ♥️

Não esperava a visita de Erik em meu quarto. Muito menos que ele me pegaria de forma tão gostosa dentro do closet como fez. A adrenalina de ser descoberta a qualquer momento pelo segurança ou até mesmo por Marcelo me deixou ainda mais excitada. Ludwig, com seu gosto de canela, é meu fruto proibido. E para manter esse homem ao meu lado eu estou disposta a tudo... até mesmo correr risco.

Já Clark... tudo nele me irrita, nunca fui uma pessoa que sentisse ódio, mamãe sempre me ensinou que esses sentimentos ruins não é bom ter em nosso coração...

Mas, desde que Jackson Becker me vendeu como um objeto, meus pensamentos a respeito desse ensinamento tem mudado. Pecado? Quem nunca pecou que atire a primeira pedra.
Em pensar que terei que me deitar com um homem que não sinto nada... isso sim me faz pensar em um grande pecado... certamente me sentirei uma de suas putas... enquanto, com Erik, é um sentimento puro e cheio de desejo. Sinto isso, ele me deseja muito e o sentimento é recíproco. O que fizemos hoje é uma prova disso. Deito-me com seu toque ainda presente. Eu me sinto leve e satisfeita. Não demora e o sono me embala.

Acordo e vejo o sol fraco do inverno, contudo, parece que teremos um dia agradável hoje. Saio da cama e tomo um banho. Dirijo-me ao closet e as memórias acendem o calor no meio das minhas pernas e sinto borboletas voarem por meu estômago... preciso apagar meu fogo... lembro de ter ouvido as serviçais falar de uma piscina interna, então procuro um biquíni e visto por cima um roupão e saio do quarto.

Deparo-me com Erik na porta, e isso me faz engolir seco. Apenas o ignoro e caminho em direção a escada. Ele vem logo atrás, fazendo meu coração disparar. Ao pé da escada, vejo Clark, carrancudo como sempre.

— Bom dia, marido, como está seu ombro?

Pergunto, lembrando a dor que ele sentiu quando bati em seu ferimento.

— Engraçadinha, você vai ter que cuidar de mim. Por que está de roupão?

Não respondo de imediato. Preciso disfarçar meu embaraço ao lado de Erik. Aponto para ele por trás de meus ombros.

— Sério Marcelo, demita-o. Eu não gosto dele. Seus homens são tão incompetentes que não dão conta da minha segurança? Tem que ser ele?

Marcelo se aproxima, enlaçando minha cintura e me puxando para perto. Seus lábios ficam a centímetros do meu.

— Valentina, já conversamos sobre isso, finja que ele é uma parede e ignore-o. — Ele junta nossos lábios. Mesmo depois da briga de ontem, ele age como se estivesse tudo bem.

— Seja paciente, meu amor, em breve, estará livre de qualquer ameaça, e vou garantir de acabar com aqueles que te aterrorizaram. E então, poderemos curtir nosso casamento e sair em nossa lua de mel. Mas você ainda não me respondeu onde vai vestida assim.

Sinto azia ao ouvir as palavras dele sobre lua de mel.

— Vou para a piscina, não quer que eu transite pela casa de biquíni, né? Ainda mais com esse brutamontes que não sai da minha cola... como ainda estou presa e correndo perigo, ao menos posso curtir a piscina interna? Pode me levar até lá? Ouvi as empregadas comentar a respeito, certo dia. Onde fica?

A expressão de Marcelo de repente fica sombria.

— Não é permitido a entrada de ninguém. Mude seus planos.
Falou e me deu as costas. Senti o tom de sua voz reclusa. Abracei ele por trás, impedindo sua saída.

— O que foi, Marcelo? Por que ficou assim? Conversa comigo, eu quero muito nadar... eu não aguento mais ficar sem fazer nada. Por favor.
Enchi suas costas de beijos. Ele não disse nada, apenas segurou em minha mão e me levou para um anexo desconhecido por mim.

— Erik, você fica. Daqui ninguém passa. Nem mesmo você.

Marcelo fala sério e continuamos a andar até o final do corredor. Paramos em frente a uma porta enorme de madeira maciça, sinto minha mão ser apertada por ele que continua petrificado. Percebo que, por algum motivo, o local parece assustá-lo.

— Estou aqui, você vai ficar bem. Temos um ao outro.

Ele continua imóvel, então tomo a frente e abro a porta antes de puxá-lo para dentro.
O quarto é amplo e quase vazio. Vejo uma cama king e um sofá branco ao lado. Caixas de som espalhadas em volta da piscina aumentam ainda mais o destaque dela ao centro, e também há uma penteadeira antiga bem conservada.

— Uau... que demais. — Tentei avançar, e outro aperto em minha mão me faz voltar a atenção ao Marcelo. — Ei, o que tem de errado?

Ele não fala nada, apenas sai do quarto e fecha a porta. Seu semblante fatídico me fez perceber que aquele homem ameaçador e implacável tem seus fantasmas. Eu vou descobrir qual è e tirarei proveito disso.

Adentro e já vou logo em direção à piscina. Fecho as portas que a separa da cama, e finalmente pulo na água. A temperatura está muito agradável, parece ficar em constante funcionamento. Apesar de viver nesse pesadelo, um lugar como esse parece quase divino.

Se não fossem as circunstâncias, eu agora estaria vivendo o sonho de muitas. Mais uma vez, Marcelo Clark esfrega na minha cara o tamanho de sua opulência.
A vida que ele leva é diferente da que eu vivia em Berna, onde eu mal poderia pagar para ter mais estudos. Mas mesmo com tudo isso, o homem que vi agora não me pareceu o troglodita que eu conheço.

O que esse cômodo esconde? Preciso descobrir. Estava relaxando deitada próxima a escada quando sou surpreendida com a entrada dele de sunga na piscina. Ele tem uma bandeja farta em mãos.

Pela primeira vez vejo o seu ombro com o curativo. Isso me faz engolir seco.

— Meu Deus... você com essa mania de aparecer do nada ainda vai me matar do coração.

— Pretendo te manter bem viva, minha querida, ainda temos muito a aproveitar, ainda mais vendo você assim. — Se aproximou após deixar a bandeja na borda, me puxou para si e juntou nossos lábios. Ele começa a alisar meu corpo e seu toque me faz estremecer. — Coma, você precisa se alimentar.

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo ♣ ♥ ♠ ♦

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now