ERIK EXPÕE SEU MEDO E PEDE UM FAVOR l.

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  ♦️ Erik Ludwig ♦️

Valentina me surpreendeu com sua disposição e o esforço para saciar seu desejo. Foi uma noite maravilhosa. Estava quase clareando quando enfim sua bateria esgotou. E me senti o cara mais sortudo pelo momento que ela me presenteou. Minha vontade era poder ficar ao seu lado e dormir agarrado a ela, e quando ela acordasse, encheria de beijos e mimos. Mas é uma coisa que não posso fazer. Então a levei de volta para seu quarto, a vesti num pijama, e dei um beijo em sua testa. Ela nem se moveu. Estava exausta. Joguei uma água no rosto, me livrei do lençol e fiquei de guarda em sua porta, até que vejo Luke.

— Bom dia, Erik. — Cumprimenta com um soco leve tocando minha mão.

— Bom dia, Luke, Assume o posto, preciso descansar um pouco. — Pedi e fui para o meu quarto. Tirei a roupa e fiquei apenas de cueca. O cheiro dela estava no travesseiro e não foi difícil pegar no sono.

Acordei às 11 horas e pulei da cama. Tomei banho, fiz minha higiene pessoal, me troquei e fui até o quarto dela.

— Valentina acordou?

— Não, ainda está dormindo. Eu também queria estar na cama. — Luke respondeu, bocejando.

— Eu vou dar uma saída para resolver umas coisas. Se ela acordar, avisa que eu volto logo.
Peguei a chave do carro e fui para a cidade. Eu queria poder dar algo a ela para lhe mostrar o quanto a noite de ontem foi especial. Queria presenteá-la. Nada do que eu desse superaria o que ela me deu, mas não poderia deixar passar em branco.

Olhei em algumas lojas, porém não sei o que ela poderia gostar... Valentina é uma pessoa simples que não se deslumbra com o luxo. Me lembro do colar que Marcelo deu a ela no seu aniversário. Um coração de safiras azuis. Ela recebeu o presente e não ficou nem um pouco entusiasmada. Quero algo que demonstre quem é Valentina, simples e linda. Certa vez, Luke me contou que ela ficou deslumbrada ao ver um bando de cardeais na fonte da casa, então procuro algo nesse estilo. Nada me agrada, as horas passam e não quero voltar de mãos vazias até que encontre um colar de ouro branco com um pássaro que combine perfeitamente com a imagem de Tina.

Comprei e pedi para embrulhar para presente. Voltei animado e ansioso para entregar e ver a reação dela. Apressei-me, pois certamente ela deve estar estranhando minha ausência, já que não saio do seu encalço. Quando cheguei, não vi nenhum dos soldados que eu havia deixado de guarda na entrada da mansão. Entro apressado e vou direto para o quarto dela. Não vejo Luke em seu posto. Abro a porta e encontro a empregada saindo do banheiro.

— Onde está Valentina e Luke?

Pergunto e meu telefone toca. O visor revela o nome de quem estou procurando.
Com a notícia que ela estava irritada e quis voltar para casa, uma mistura de sentimentos se colidem em meu interior. Caminho para o meu quarto, arrumo minhas coisas o mais rápido que consigo e dirijo apressado de volta à New York. Por que ela resolveu voltar? O que poderia ter zangado a ponto de retornar sem mim? Será que eu a machuquei de algum modo e ela não quis falar e saiu brava?

Marcelo vai ficar furioso, e não sei o que ele pode fazer ao ser contrariado.
Nas horas que você quer que o trânsito esteja congestionado para passar mais tempo com a pessoa, essa merda está livre e agora, que ela preciso estar ao seu lado o quanto antes não ajuda, o que me deixa angustiado. Quando cheguei à mansão já era tarde, ao entrar em casa, procuro por Arlete para saber da situação.

— Onde está Valentina? Qual foi a reação de Marcelo com a chegada repentina dela? — Indaguei preocupado.

— Ainda bem que você está aqui, a menina foi para o quarto desde que voltou e não saiu. Quando ela chegou, ele pareceu bastante irritado e se trancou.
Subo apressado para seu quarto e encontro Luke.

— Por que demorou tanto? Aguentar um mal humorado já é difícil, agora dois, ninguém merece. Deixo a esquentadinha por sua conta, não sei como aguenta preciso de um banho...

Ele sai e eu entro no quarto, ela estava dormindo toda encolhida, seu semblante é triste e as lágrimas lavam seu rosto. Chamo-a para conversar e entender o que ela fez, mas a voz de Marcelo bradando a desperta assustada, e as lágrimas rolam de seus olhos. Com uma resposta rápida e inesperada, ela chama a atenção dele para si. E seu pedido para ficar com ele fez o ácido do estômago subir. Ela deixa o quarto sem nem sequer me olhar.  Faço a "varredura" e deixo os outros segurança saírem. Pego o presente que comprei junto com um bilhete e deixo em sua gaveta de roupas íntimas, e saio em seguida.

— Encontrou alguma coisa? — Ao sair me deparo com Marcelo, questionando.

— Nada, tudo limpo. A única coisa que encontrei foi uma arara de roupas caída no closet, o que deve tê-la assustado.

— Não gostei do fato de deixar Valentina desprotegida. Você estava ciente do nosso ataque ao Brooklyn. Ela retornar sem você poderia ter custado a vida dela. Sorte sua ela continuar ilesa. Volte a deixá-la sozinha e farei se arrepender, não vou tolerar um segundo erro. Descanse por hoje, quero você disposto para cuidar dela amanhã. Dave irá assumir o seu lugar essa noite.

***

A noite foi bastante desagradável, e o sono foi conturbado. Minha mente estava em conflito com duas imagens de Valentina. A primeira é uma Valentina feliz, sorridente e entregue a mim. Já a outra, é uma Valentina triste, brava e afastada. Me levanto e tomo um banho. Estou preparado para iniciar um dia nada agradável.

Vou para a casa principal, o jardim agora possui mais segurança do que antes. Consequência da nossa guerra. Ao entrar na cozinha, Arlete já me recebe com café e um misto quente.

— Bom dia, Erik. Noite mal dormida? Um café reforçado vai te fazer bem. Se precisar de mim, me avise, vou até a farmácia comprar meus remédios, não demoro. — Ela me lança um sorriso e sai.
Tomo o café com calma, quando ouço Marcelo gritar por Arlete. Finalizo logo o café e saio para saber o que está acontecendo.

Vejo ele descendo as escadas, abraçado a cintura de Valentina. O ódio cresce em mim e quero tirá-la de perto dele, mas me contenho e espero eles descerem para então assumir meu posto.

— Erik, Erik, por que está tão rabugento? Isso mostra que está precisando sair e pegar umas mulheres como nos velhos tempos. — Ele fala e a aperta ela contra seu corpo, beijando seu pescoço.

— Não pensei que se dava ao trabalho de se preocupar com a foda alheia. Mas não se preocupe, porque a minha está em dia. E vou te falar, nunca peguei uma mulher como a última que tive em meus braços, devo te agradecer Marcelo. Odiei ter voltado e estar a mercê do seus caprichos, mas graças a você eu encontrei e degustei a mais deliciosa boceta. Inclusive, hoje vou pegar ela de novo. — Com meu comentário, vejo Valentina ficar vermelha. Posso sentir a tensão em seu olhar penetrante.

— Erik Ludwig, o arrasador de corações, volta atacar. Fiquei curioso, quero conhecer a bela moça que fez meu velho amigo viciar no seu mel. Vamos jantar nós 4, será bom minha esposa fazer amizade, além disso, será uma ótima oportunidade para eu poder comemorar minha conquista. Vamos curtir como nos velhos tempos.

— Acha que vou sair com o empregado e sua vagabunda? – Valentina se antecipa. — Eu tenho cara que tenho amiga puta? Faça me o favor Marcelo, você tem merda no lugar do cérebro?

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo ♣ ♥ ♠ ♦

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now