EPÍLOGO.

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♣ ILANA HOWARD ♣

Meu coração que há tempos não se alegra está tomado pela ferrugem. A última vez que vi Valentina foi no seu aniversário de 18 anos... e sequer consegui me despedir dela. Aquele desgraçado sumiu com minha menina no meio da festa e ninguém sabia o paradeiro deles até então. Só recebi um telefonema do chefe de segurança no dia seguinte, dizendo que ela estava indisposta e que estava fora de New York, o que me deixou muito preocupada. Sabia que era mentira, e voltar para Berna sem ter notícias concretas da minha filha está fora de cogitação.

Fui para a casa dos meus pais em Vineyard Haven. Inventei que Valentina estava estudando em Manhattan e pedi para ficar com eles. Comecei a trabalhar para ocupar minha mente e sempre tentei contato com minha filha, e cheguei até mesmo ir na casa do maldito. Mas ele nunca me deixou vê-la, sempre tinha uma desculpa mais esfarrapada que a outra. O desgraçado do pai parece não se importar com o destino que traçou para Valentina.

Eu não me canso de buscar por notícias dela, principalmente depois que começou a guerra entre as gangues que tanto falam na T.V. A notícia do desaparecimento de Marcelo Clark no tiroteio do Queens me dá um pouco mais de esperança de que logo verei minha menina livre daquele homem, para que ela seja feliz como realmente merece.

Agora que sei que ela tem a Erik e que ele realmente se importa e cuida dela, estou mais aliviada. Desde o telefonema que ele me fez e me pegou de surpresa, não sai da minha cabeça os pedidos que me fez. O que ele queria com aquelas fotos de Valentina? Nunca tive resposta, mas através dele pude saber que minha filha estava bem e se esforçando muito para se ver livre do Marcelo. Já faz muito tempo que ele não me retorna.

Saber sobre ela sempre me deixa um pouco mais calma, e assim consigo me concentrar no trabalho. Meus pais tem uma fazenda, a Howard Farm, que é um negócio de família. Tudo começou com a abóbora, hoje, a fazenda é muito mais do que isso. Mas ela continua sendo a atração principal.

As enormes figuras de abóboras adornam os pátios e o Parque do Palácio dos Aventureiros de agosto até o final de outubro. As pessoas também costumam esperar deliciosos pratos de abóbora, especialidades da loja da fazenda. Há muito espaço para relaxar, vistas deslumbrantes, e a experiência agrícola é adequada para famílias grandes e pequenas, jovens, velhos e jovens de espírito. Temos uma loja onde podem consumir. Uma padaria da corte, um restaurante, um recinto de cabras e alpacas onde os visitantes podem alimentar os animais comprando a ração. Um castelo para explorar, mirtilos para colher , um playground natural e um labirinto de maçãs. – Uma experiência de pés descalços compõem o famoso Jardim de Maçãs. Este pomar alternativo foi criado a partir de milhares de macieiras colunares.

Estava tranquila e tentava tocar a vida de forma natural para não deixar meus pais saberem o que de fato havia acontecido com minha filha. Eles certamente surtariam e meu pai seria capaz de fazer uma besteira com o Jackson, e isso é tudo o que quero evitar.

— Ilana, quando Valentina entra de férias? Acho melhor você ir para New York vê-la. Essa menina não liga, não vem nos visitar, está muito estranho.

— Pai, ela está bem. Eu fui vê-la recentemente e me apresentou seu namorado. Então agora está curtindo o rapaz.

Como de costume, outra desculpa... que não sei até quando conseguirei manter.

— Namorado? E você deixa essa menina sozinha e namorando, logo ela vai aparecer grávida e a culpa será sua! Após terminar os estudos ela vai vir morar comigo e sua mãe, e vai assumir o negócio da família. Ela sabe que esse negócio é para ela?Senhor Ernest e suas regras rígidas. 

— Ela está bastante ocupada com os estudos, pai. É jovem e cheia de amigos, nem para mim tem tanto tempo. Mas prometeu que a qualquer hora ela vem ver vocês. Não sei se ela vai querer assumir o negócio da família, afinal ela tem planos, né pai?

Observo a expressão por um instante.— Eu falei com o rapaz e ele me pareceu uma pessoa boa, ele cuida bem da sua neta. Mas com certeza ela vai amar trazer os filhos dela no futuro para brincar e se divertir com eles aqui. 

— Eu quero conhecer o rapaz! Liga para ela e avise para trazer o namorado. Não vou deixar minha neta desamparada. O pai pode ser um inútil, mas ela ainda tem a mim que irei defendê-la.

Ele nem me deixa responder e já sai alterado. Vejo que dessa vez exagerei e posso estar em grande apuros... 

Val, espero que você esteja bem como Erik disse... mas meu coração de mãe está tomado pela angústia e sinto que você precisa de mim, queria tanto te ver, minha filha.

Coração de mãe não é só um músculo que bate sem parar. Ele é mágico, e faz acontecer as mais extraordinárias coisas. O coração da mãe está ligado ao do filho, é uma linha tênue que quase não se vê. Mas é esse fio quase invisível que nos conecta. Tudo o que acontece aos filhos faz acontecer alguma coisa no coração da mãe.

E meu coração está em mil pedaços, me alertando que o seu precisa de cuidado. Amanhã vou para New York até a casa deles. Dessa vez, ele vai ter que me deixar ver minha filha.Sigo com o trabalho ainda com o coração apertado, o dia passou e voltei para casa e preparei o jantar. A falta de Valentina tem me deixado bastante esgotada. Minha companheira de todas as horas, agora está aprendendo a caminhar sozinha. Passo horas olhando fotos dela bebê e como se desenvolveu. 

Me deito olhando para a foto que está em minha mesa de cabeceira. Um sorriso contagiante que agora não faz mais parte do seu lindo rosto... e espero pelo sono que custa vir. Rolo de um lado para o outro e nada, o relógio marca quase 1 da manhã... então levanto para tomar meu remédio, para tentar dormir e o telefone toca fazendo meu coração disparar. 

Corro para atender. 

— Alô! Alô! Valentina é você?A linha cai e olho nos registro para retornar, mas o número é privado. Meu coração fica ainda mais inquieto.

***

Não consegui pregar os olhos, nem a água com açúcar me ajudou a acalmar os nervos. Já são quase 6 da manhã, tomei banho, me troquei e arrumei as coisas para viajar. Desço e minha mãe já está na cozinha. 

— Bom dia, mãe.— Bom dia filha, onde você vai cedo assim?— Eu vou...Sou interrompida com a campainha tocando. Estranho, visitantes quase nunca costumam chegar nesse horário.

 Caminho devagar pela casa sem pressa de atender a porta.Giro a maçaneta e deixo a luz do sol entrar. 

— Oi, mamãe! Será que eu posso contar com sua ajuda para cuidar de mim e do meu filho? Até que o pai dele venha nos buscar? 

Eu custei a acreditar no que meus olhos estavam vendo, era mesmo a minha menina que estava bem a minha frente? Como era possível? Fiquei em choque e acordei de meus devaneios quando senti suas mãos segurando meus braços e me questionando. 

— Mãe? Você está bem?? Fala alguma coisa! 

♣ ♥ ♠ ♦ THE END ♣ ♥ ♠ ♦

 NÓS ENCONTRAMOS NO PRÓXIMO VOLUME. 

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now