BUSCA POR RESPOSTA 4

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♥  VALENTINA BECKER ♥

Erik encara o chão por um momento, pensando.

— Coisa macia?

— Macia e quente, e depois desistiu.

Não conhecia bem as expressões do homem, mas sei que estava contendo um risinho embaixo da barba loira.

— Esse tipo de coisa acontece com alguns homens, às vezes — explica. — Não conseguem ficar "prontos" para completar o ato.

Ocasionalmente, isso pode ser resolvido na hora, mas em outros casos... Só um médico pode ajudar. Acontece quando o homem tem algum bloqueio mental ou não deseja a mulher o suficiente.

— Ele pareceu bem irritado.

— Isso deixaria qualquer homem puto.

— Então eu ainda sou... virgem? — A palavra finalmente sai.

— Bom, pelo que me disse, acho que sim.

Solto o ar e me permito respirar. Marcelo não conseguiu completar!

— Você está bem? — pergunta Erik.

— Estou, eu só me sinto um pouco mais aliviada com isso.

Eu só não consigo entender porque pareceu tão bom no início, não quero fazer isso com ele. Não sinto nada por ele.

— Você mencionou que ele tinha feito algo com a boca, é normal se sentir bem com isso, mesmo sendo alguém que você odeia — diz com um pouco de sorriso, como se soubesse de algo que eu não sei. — Desde que saibam fazê-lo corretamente, serve para ser bom. É algo do seu corpo e não dá para controlar às vezes.

Nunca te explicaram nada sobre isso? Você não é tão jovem assim.

— Não. — admito depois de alguns segundos. — Eu nunca fui muito interessada nesses assuntos, então nunca perguntei.

 Acho que na minha mente pensava que aconteceria com um bom homem, alguém de quem eu gostasse, e que eu não precisaria me preocupar com isso. Pensei que uma pessoa legal me ensinaria tudo.

O silêncio pesado e triste paira entre nós. Então percebo o quanto o desfecho da noite passada vai se tornando inevitável a cada minuto que passa. Marcelo conseguiria completar sua tarefamais cedo ou mais tarde, e eu não estou remotamente pronta para isso. Estou morrendo de medo.

— Eu não quero fazer isso, não com ele.

— Eu sei, mas ele vai tentar de novo em algum momento — diz Erik. — O que eu posso te dizer é que tente se preparar e tentar convencê-lo a fazer do melhor jeito possível para ambos.

Cada hora passada aqui tenho mais certeza de que meu futuro está fora do meu alcance. Estou cada vez mais longe da vida que eu idealizava para mim, condenada a entregar minha virgindade a um homem que nunca vou amar.

— Como eu devo me preparar para isso? — pergunto. — Eu nem sabia o que estava acontecendo até você me dizer...

Ele coça a cabeça um pouco desconcertado antes de dizer:

— Ah, pratique sozinha. Eu não sei, Valentina... cada pessoa tem seu modo de lidar com isso.— Como você lidou? — pergunto curiosa, virando-me para ele.

— Eu não me lembro, foi há muito tempo...

— Você faz isso, então? Pratica sozinho? Como?

É a primeira vez que eu via aquele homem enorme mudar de cor e ficar rubro.

— Essa é uma pergunta que não se deve fazer. — Responde.

— Homens e mulheres têm jeitos diferentes de tratar o próprio corpo. É algo muito pessoal.

Uma ideia desconfortável me ocorre e me calo por alguns segundos, pensando se devo fazer isso. Seria errado em todos os aspectos, e se Marcelo soubesse com certeza me mataria.

— Você poderia me ensinar? — disparo e ele me encara com os olhos bem abertos.

— Não. Isso é muito inadequado.

— Por quê?

— Querendo ou não, está comprometida com Marcelo, nãoposso fazer uma coisa dessas.
— Eu não amo Marcelo.

— E você por acaso me ama? — rebate me deixando sem resposta.

— Não conseguiria amar um homem que me entregou a um bandido. — digo a verdade, mas sem acusação.

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo. ♣ ♥ ♠ ♦

Sem EscolhaWhere stories live. Discover now