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Corri até o armário da cozinha, depois de algum tempo e peguei a maior faca que vi por ali.

— Que Deus me proteja.

Falei, fazendo o sinal da cruz.

Abri bem a porta, para dar pra correr se algo desse errado.

Segurei bem firme a faca e comecei a subir degrau por degrau lentamente.

Eu comecei a transpirar mais do que o normal, minhas pernas e braços estavam bambas e trêmulas.

A faca deslizava na minha mão, molhada de suor.

Cheguei ao topo e tinha outra porta. Estava tudo muito escuro e eu apertava os olhos.

Engoli em seco, colocando minhas mãos sobre a maçaneta bem devagar. Fui contando até três.

— 1...2...3!!!

Girei e empurrei a porta bruscamente.

Um grito se escoou e eu me deparei com Gustavo, apontando uma arma pra mim.

— Aí, santo Deus!

Gritei, arregalando os olhos e soltei a faca no chão. Pus minhas mãos pra cima e paralisei.

— Puta que pariu, garota.

Ele gritou.

Gustavo levou sua arma até as costas e guardou, depois colocou a mão sobre o coração.

— Meu Deus, santo Deus.

Eu repetia, paralisada.

— Você me assustou, caralho. Qual é a porra do seu problema? Abaixa essas mãos, sua maluca.

Ele gritou, respirando fundo.

Pisquei os olhos e fui abaixando a mão.

— O meu problema? Santo Deus, qual é o seu problema? Eu te assustei? Mano, você me assustou!

Gritei de volta, ofegante e gesticulei com as mãos.

— Eu te assustei? Garota, do nada, você me abre essa porta, igual uma maluca e com uma faca na mão.

Ele retrucou.

— Claro! Quem deixou a porta lá embaixo toda aberta, igual a casa da mãe Joana?

Rebati, sem pensar.

Eu tinha que calar minha boca. Não sei o que estava pensando.

Gustavo franziu a testa na mesma hora.

— Você é muito abusada. Eu acho melhor você calar a porra da boca, tá perdendo a noção?

Ele falou e veio caminhando até a mim. Gustavo pegou em meus braços e eu me encolhi inteira.

O clima era tenso mas a boca dele conseguia tirar toda a minha atenção.

Eu devo ser muito masoquista.

Balancei a cabeça, confusa, enquanto os olhares se matavam.

— Me desculpa. Eu sei que não deveria estar falando assim com você mas é que, é que, lá embaixo, é que.

Fui interrompida pela proximidade. Gustavo começou a aproximar seu rosto, enquanto prestava atenção na minha boca.

Eu esqueci completamente o que eu ia falar. Não conseguia raciocínar com aquele cheiro forte de perfume tomando conta de tudo.

As mãos dele foram se afroxando em meus braços. Minha perna tremeu.

— É que o que? Fala.

Ele sussurrou, bem calmo.

Aquilo me fez fechar os olhos no automático.

Eu fiquei sentindo nossas respirações e meu coração parecia que ia sair pela boca. O medo tinha ido embora.

La putaWhere stories live. Discover now