O tumulto estava formado. Meu rosto queimava de vergonha e pelo tapa.
— Eu vou matar esse desgraçado.
Gustavo gritou novamente, tentando chutar o homem. Os seguranças impulsionaram seu braço pra trás.
— Calma, Gustavo. Chega, mano. Todos circulando. Acabou o show. Tirem ele daqui.
Ordenou Vitor, apontando pro homem no chão.
Engoli em seco, ainda estava atordoada.
— Gabi, meu Deus, você tá bem?
Edgar surgiu, preocupado. Me virei pra ele, ele colou suas mãos em meu rosto, e me deu um abraço.
— Sim, eu to.. bem.
Disse, ainda nervosa.
Meus olhos, por cima do ombro de Edgar encontraram o de Gustavo, ele arrumava seu terno, me encarando. Meu corpo estremesseu e meu estômago borbulhou.
Me soltei do abraço de Edgar e ele segurou meu rosto.— Tá muito avermelhado. Tá doendo?
— Um pouco.
— Vamos sair daqui, quer ir pra minha casa?
Ri.
Edgar era um fofo e sua inocência mais ainda.— Fica tranquilo, estou bem e preciso trabalh..
— Com licença.
Uma voz grossa, rígida e que me fazia perder todo o raciocínio soou atrás de mim.
Gustavo...
Me virei, devagar.
— O..Oi.
— Preciso conversar com você. Desculpa aí, amigo, ela não vai trabalhar hoje.
Disse ele se direcionado à Edgar.
— Realmente, porque não tem condições disso acontecer. Você é o dono, né? Queria pedir pra liberar ela, queria leva-la ao hospital e depois pra minha casa.
Gustavo soltou uma risada irônica.
— E você é o que? Pai dela?
— Não mas me preocupo com ela. Se você não se preocupa com o bem estar das suas garotas é entendível, tem várias aqui pra pôr no lugar dela mas me preocupo com a Gabriela e....
— Quem é você, irmão? Pra dizer se eu me preocupo com ela ou não?
— Já te disse, irmão, alguém que se preocupa com ela.
Ironizou. Olhos se fuzilavam.
— Edgar? Por favor.
Interrompi, o clima havia ficado pesado, precisava parar aquilo.
Edgar me olhou, estendendo a mão até a minha.
— Gabi, vem comigo, você não precisa desse emprego e...
— Irmão, ela não vai!
Gustavo se exaltou, empurrando o braço dele.
— Chega!
Gritei, histérica.
Os dois me olharam.
Não aguentava mais os dois agindo como se eu não tivesse ali.— Parem com isso, agora. Edgar, obrigada, de verdade. Mas estou bem e não vou à lugar nenhum, preciso trabalhar. Gustavo, vou no banheiro molhar o rosto e já vou conversar com o senhor. Chega!
Saí andando, sem olhar pra trás.
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La puta
Roman d'amourGabriela, uma menina de 20 anos, se vê completamente perdida ao descobrir que sua vida foi uma grande mentira. Forçada a se prostituir para pagar uma dívida deixada por seus pais, ela acaba encontrando paz em situações inesperadas, entrando assim, e...