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— Vou acordar as meninas!

Respondi animada, pousando as coisas na escada e começando a bater palminhas.
 
— Uau! Eu realmente achava você madura, decepcionante.

Parei com meu show na mesma hora e fechei a cara.

— Bom, não sou. Com licença.

Pego meus objetos e dou de ombros. Subo um degrau e ele grita:

— Espera, também quero participar, não vou perder essa.

— Uau! Eu realmente achava você maduro, decepcionante!

Imitei, enquanto ele corria até a cozinha e voltava, dizendo:

— Bom, não sou. Bora!

Subimos afobados e tentando segurar o riso. Ora ele soltava uma risadinha maior e eu repreendia:

— Shii, Vitor.

Entro no quarto devagar e me certifico de que todas ainda dormem. Chamo ele com a mão e ele vem até a ponta da cama das meninas.

Conto até três com os dedos e começamos a bater as panelas bem alto:
As meninas dão um pulo da cama, assustadas.

— Hora de acordar, vamos, quem ganha dinheiro na cama é puta!

Dou uma gargalhada, enquanto bato e grito, interrompendo ele:

— Sendo assim, elas podem continuar.

As almofadas começam a voar em nossas direções e eu corro para trás de Vitor.

— Vão tomar no cu, vocês não tem o que fazer?

Paloma levanta irritada.
Caio sobre a cama, rindo, e Vitor se joga do meu lado. As meninas saem do quarto batendo a porta e eu fico regulando minha respiração.

— Ih, loirinha, acho que deu merda, ein?

— Elas ficaram chateadas.

Respondo, ainda rindo.

— Chateadas? Elas estão pistola com a gente.

— Vou pedir desculpa, né?

— Depois a gente pede.

— Mas que foi engraçado, foi.

— Pra caralho!

Nós começamos a rir e logo um silêncio toma conta. Me ajeito na cama, olhando a bagunça.

— A culpa é toda sua, ein?

Diz ele, levando a mão até a minha barriga e cutucando.

— Saí daí. Minha?

— É, você que me induziu a fazer isso. Vou falar pra elas.

Olho pra ele indignada. Pego uma almofada do chão e taco nele.

— idiota!

Ele sorri, me puxando pra perto.

— Ai.. Machucou. Agressiva é?

— Você que é bichinha.

— Deixa eu te mostrar um pouco do bichinha.

Vitor encara minha boca, aproximando nossos rostos.

— Saí! Me ajuda a arrumar esse quarto. Bora!

Empurro ele, me levantando. Ele sorri e logo começamos a colocar as almofadas no lugar.

Com o quarto arrumado, me reencosto na janela. Eu estava tomando coragem pra fazer uma pergunta desconfortável.

— Vitor?

Ele, colocando as panelas na cama, me respondeu:

— Oi

— Será que, assim, você sabe quando, quando, o, você sabe quando o..

As palavras haviam sumido. O olhar de Vitor sobre mim havia me deixando nervosa. Ele caminhou até minha frente e continuou:

— Quando o..?

Engoli em seco.

— Quando o Gustavo vai voltar?

Minha voz havia saído mais baixa que o normal e bastante falhada.

— Que? Não ouvi nada, Gabi.

— Você sabe quando o Gustavo vai voltar?

Assim que ouviu, ele suspirou. A reprovação no olhar dele transpareceu na mesma hora. Ele levou as mãos até o rosto, alisando e por final, voltou a me encarar.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora