111

40.9K 2.2K 832
                                    

— Gustavo, eu, eu...

Eu estava travada, tentando processar aquilo tudo.

— Eu sei que é muito confuso. Eu tenho um compromisso muito maior do que um noivado com a Júlia, eu sei que parece tudo o que você pensa mas não é, não é o que parece, acredita nisso, por favor.

Engoli em seco, limpando os olhos que ardiam.

— Gustavo, eu não te entendo. Eu realmente, olha, isso é demais pra minha cabeça. É realmente confuso, você, a situação, tudo.

Ele mais uma vez semi-cerrou os olhos. Gustavo respirou fundo e deu um passo a frente, ele segurou meu rosto com autoridade, olhando no fundo dos meus olhos.

— Só quero que você grave aqui, na sua cabeça, que você fez uma parte da minha história valer a pena. Que você, só você, conseguiu algo de mim ser bom. Isso você consegue entender?

Ele perguntou. Eu assenti, pensativa.

— Tudo isso, é uma despedida, né? Você me fala coisas bonitas e vai embora.

Ele desviou um pouco o olhar, agora, ele quem apertou os olhos.

— Isso é um até logo.

Calafrios percorreram meu corpo e minha garganta secou.

— Sempre será assi...

Sussurrei.

— Não, não fala isso.

Ele me interrompeu, sério. Gustavo foi deslizando seus dedos e colocou eles sobre meus lábios. Ele aproximou sua boca da minha e chupou-a, dando um selinho demorado em seguida. Assim que afastou nossos rostos, ele sorriu, continuei séria. Depois de um tempo olhando em seus olhos, minha armadura foi quebrando e eu agarrei seu corpo, desesperada. Minhas mãos e braços, ô apertaram forte, ele fez o mesmo

[....]

Depois de um longo abraço, nos soltamos. Ele afundou a mão no seu bolso, tirando dele a sua gaita e estendendo pra mim.

— Toma, quero que você fique com ela.

Ele pediu, calmamente. Encarei a gaita.

— Eu não quero lembrar de você. Por que quer que eu fique com ela?

Respondi, sincera.

— Quero que se sinta perto de mim, que se lembre, um pouco, pelo menos. Porque eu não vou esquecer como é estar dentro de você, de manhã, com o sol sobre os nossos corpos. Não vou esquecer a sua voz, chamando meu nome, no meu ouvido, baixinho. Não vou esquecer seu rosto lindo e inchado depois de chorar. Apesar de, odiar que ele fique assim. E nem como o tom da sua voz muda quando você tá com raiva de mim. Quando me nega esse olhar, intenso e cor de mel, quando está com raiva. Eu não vou esquecer nada, Gabriela. Então, por mais egoísta que eu esteja sendo, não se esqueça, também.

Me arrepiei assim que ele terminou de falar, Gustavo me lançou um olhar devorador. Eu só queria arrancar as roupas dele, quando ele fazia isso. Peguei a gaita, me dada por vencida.

Paloma entrou alvoroçada e ofegante no terraço. Ela parecia ter corrido uma maratona inteira. Nós a encaramos.

— Com licença, gente, desculpa, eu não queria atrapalhar mas Gustavo, sua noiva está aos berros lá na sala. Eu acho que se o senhor não descer, ela vai subir.

— Tudo bem. Obrigado, Paloma.

Ele agradeceu. Gustavo estendeu seu corpo até a mim, rapidamente e beijou minha testa. Arregalei meus olhos, enquanto Paloma, fingiu que não viu, fazendo cara de paisagem.

— Se cuida, muito.

Ele sussurrou, me encarando. Feito isso, se virou e passou por Paloma como um jato, saindo dali.

Eu queria muito, muito, muito que ele ficasse, mas, naquele momento, sabia que ele precisava ir.

La putaWhere stories live. Discover now