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— Vou te enganar não, você acaba comigo.

Edgar falou, se jogando na cama.
Joguei minha toalha em cima dele e sorri satisfeita. 

— Digo o mesmo e olha que eu tenho que trabalhar depois disso aqui.

O sorriso dele saiu do rosto na mesma hora, e ele me olhou pensativo. Percebi que tinha soltado uma besteira e desviei meu olhar. Comecei a recolher minhas roupas do chão enquanto ele me olhava.

— Onde você vai?

Perguntou, me vendo vestir minha calcinha.

Arqueei minha sombrancelha, rindo e respondi:

— Voltar ao trabalho.

Edgar suspirou e ficou me olhando de um jeito estranho. Resolvi ignorar. Ele sentou na cama e mexeu nos cabelos molhados, foi até seu pacote de cigarro e ascendeu um.

Edgar soltava sua fumaça, encarando tudo que eu fazia. Já estava me incomodando. Parei de retocar o batom, e me virei pra ele.

— O que foi?

Ele não me respondeu, mesmo me olhando, parecia estar longe. Me aproximei um pouco e estalei meu dedo perto de seu rosto.

— Tá vivo, garoto?

Edgar se assustou e nós dois rimos.

— Desculpa. Não estava aqui.

— Percebi.

Ele apagou o cigarro e me puxou pro seu colo, começando a beijar meu pescoço.

— Edgar, não começa. Eu tenho que ir.

Falei, rindo.
Ele me olhou.

— Tem mesmo?

— Sim.

Dei um tapinha na cabeça dele e me levantei. Peguei o resto das coisas e dei a ficha na mão dele.

— Volta logo, em? 

Ele sorriu torto.

— Eu vou voltar e muitas vezes.

Edgar me olhava nos olhos, parecia querer me dizer algo. Talvez era apenas impressões e cismas minha. Ignorei. Caminhei até a porta e abri.

— Beijo!

Falei, saindo.

— Gabriela?

Um grito alto escorou, não me deixando fechar a porta. Edgar abriu a porta, ofegante:

— Que foi, louco?

— Janta comigo amanhã?

Arregalei meus olhos sem saber o que responder. Eu não podia mas ele não sabia.
Fiquei trêmula e minha voz parecia não sair.

— Em? Janta comigo amanhã?

— Não dá.

— Por que?

— Eu não posso.

— Por que?

Engoli em seco e encarei o corredor. Eu era um fiasco na arte mentira.

— Eu não posso, Edgar. Me desculpa, eu não posso.

Sai andando pra não precisar responder mais nada.
Cheguei ao topo da escada e olhei pra trás, Edgar estava parado na porta com um semblante bastante chateado.

Suspirei e desci as escadas rapidamente.

Eu queria ir jantar com ele, mesmo, mas não podia e nem podia me explicar.

Droga!

La putaWhere stories live. Discover now