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Gustavo se aproximava na mesma medida em que eu respirava. Automaticamente meus olhos se fecharam, meu corpo se arqueou e eu fiquei entregue a qualquer coisa dali em diante que ele quisesse fazer.

Ele sarrou nossas bocas e passou a língua sobre meu lábio inferir, bem devagar.

Em seguida, foi deslizando seus lábios pelas minhas bochechas, até que chegou na pontinha da minha orelha. Gustavo mordiscou ela e deu uma apertada bruta em minha cintura.

—‎ Nunca mais eu vou te beijar, você trabalha pra mim e só. Queria te dizer, pra esquecer tudo que já aconteceu. Chega de problemas por aqui.

Abri meus olhos, saindo dos meus pensamentos.

— ‎O que?

Perguntei, involuntariamente.

Gustavo se afastou um pouco de mim. Encarei-o.

—‎ Agora sim, eu te liberei. Pode ir!

Ele terminou de sussurrar e me soltou, se afastando.

Tenho certeza que toda minha frustração transpareceu em meu rosto. Fiquei paralisada, tentando entender.

Corei de imediato, de vergonha, quando me dei conta do papel de idiota que tinha acabado de fazer.

Bem feito, Gabriela, isso é pra você aprender, burra, bem feito!

Eu tinha, mais uma vez, caído no jogo. Ou melhor, me lançado nele.

Balancei minha cabeça, tentando me livrar dos meus pensamentos, recolhi o resto de dignidade que eu ainda tinha, se ainda tinha alguma. Me virei e saí, sem olhar para trás.

O corredor para posta da boate pareceu ficar enorme em meio aos pensamentos. O som da música que tocava parecia minúsculo a tudo que eu estava tentando processar.

Uma dor de cabeça imensa veio, enquanto tudo acontecia ao redor.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora