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— Como você está?

Edgar perguntou, me analisando.

Sorri, fraco.

— Eu to bem. Como você soube?

— Aconteceu muita coisa. Fiquei sabendo de tudo pelos jornais. Achei sua mãe e contei sobre tudo. Sabe, eu me senti um pouco culpado.

Ele disse, explicando.

Edgar engoliu em seco e eu encarava-o atenta.

— Culpado pelo o que? Você não teve culpa.

— Talvez, se eu tivesse ficado com você naquele dia. Não sei, poderia ser diferente.

Ri mais uma vez.

— Você não teve culpa. Edgar, eu sei que é muito indelicado da minha parte, mas por favor, você sabe do Gustavo? Eu preciso saber.

Perguntei.

Eu estava inquieta, não podia esperar mais.

Ele respirou fundo.

— Vocês tinham algo né? Eu fiquei sabendo depois de tudo.

— Tinham? Como assim tinham? Edgar, o que aconteceu?

Insisti.

Nessa altura do campeonato meus olhos já estavam cheios d'água.

— Gabi, olha..

Ele foi interrompido pela porta, que se abriu devagar.

Paloma e Manoela colocaram a cabeça pra dentro e começaram a dar minis-gritinhos, correndo até mim.

— Meu amor!!! Você acordou mesmo.

Paloma falou, me dando um beijo no rosto.

— Nem acredito que estou vendo esses olhinhos abertos.

Manoela concordou, segurando minha mão.

Sorri pra elas.

— Meninas, nossa, como vocês estão lindas.

Elas sorriram.

— Muita coisa pra te contar, cara, meu filho tá aí fora, quero te mostrar ele, entre mil coisas, nossa, você precisa sair logo daqui.

Avisou Paloma.

— Tem um mundinho inteiro te esperando, melhora logo, mana.

Manuela completou.

Ri com elas.

Ficamos fofocando muito e brincando umas com as outras.

Manuela havia entrado pra faculdade, cursando administração e Paloma estava trabalhando na mini-empresa da mãe dela de roupas. Ela era gerente e fazia a loja andar.

O filho de Paloma era simplesmente lindo, passei o dia com ele me contando histórias. Ele tinha 5 anos e era muito esperto.

No final da tarde, Edgar também trouxe sua pequena filha, ela era linda e muito carinhosa.

Falei com Mirela pelo telefone, parecia que o negócio para onde eles haviam vendido ela, também havia caído. Ela estava grávida, casada e morava na cidade visinha. Me visitava sempre que podia, durante os meus sete meses de coma.

Já pela noite, todos foram embora. Fiquei sabendo que Edgar me visitava todos os dias, ele e minha mãe eram grandes amigos e fiquei muito feliz por isso.

Muita coisa havia mudado e eu fiquei a par de muitas delas. Mas havia um nome que parecia ser proibido por todos de falarem e ninguém tocava no assunto: Gustavo.

La putaWhere stories live. Discover now