73

51.2K 3.3K 342
                                    

Passou-se uns minutos e minha luz ascendeu. Me levantei e fiquei esperando Vitor trazer minha ficha. Passado um tempo, ele não apareceu.

Comecei a olhar para a porta, inquieta e nada. Fui até ela e quando pus minhas mãos sobre a marçaneta, empurraram a porta com força e eu cambaleei para trás.

Fiquei raivosa, pronta para soltar um palavrão. Mas acabei engolindo quando me deparei Gustavo.

Como fica em pé mesmo, hein?

Engoli em seco, minhas pernas estremeceram, ele me encarou com um olhar de desprezo e superioridade. Retribuí.

— Sempre na minha frente.

Reclamou.

— Sempre me esbarrando.

Retruquei, me arrependendo 3 segundos depois.

Cala a boca, Gabriela!

Ele me fuzilou com o olhar.

— Toma. Vê se não demora com esse, você tem muito trabalho ainda.

Avisou, me entregando a ficha. Assenti.

— Ok.

— Ah, esse cliente quer pagar no quarto. Você vai receber. Assim que descer, passa no caixa e entregue, entendido?

— Sim.

Ele desviou o olhar, me dando espaço para sair. Sua expressão parecia cansada e irritada mas não era da minha conta.

Contornei Gustavo e saí da sala.

Fui olhando a ficha no caminho.

- Gabriela Malvarone
- Boquete (Simples)
- Quarto 1.

Suspirei aliviada.

Vai ser mais fácil, pelo menos!

Subi as escadas rapidamente e cheguei ao quarto. Bati na porta, abrindo. Fiquei receosa de entrar, o quarto estava escuro, todas as luzes apagadas. Não consegui ver nada.

Franzi o cenho e apalpei a parede, para tentar encontrar a luz. Fui tentando, até que achei. Ascendi as luzes e levei um grande susto.

Soltei um gritinho de nervoso e fui para trás. O cliente estava do lado da luz com uma expressão assustadora. Estava com as mãos no bolso de seu jeans, me encarando. Ele vestia um blazer preto e sua expressão séria me deu calafrios.

Levei as mãos para o coração, tentando regularizar minha respiração. Se pudesse correr, esse era o momento.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora