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Depois de longos minutos, Gustavo moveu seu rosto e afagou meu cabelo, ele tentou se mover e eu apertei seu corpo contra o meu.

— Vai me esmagar assim.

Resmungou e subiu seu rosto, sorrindo.

Uma sensação ruim invadiu meu corpo, não consegui sorrir de volta. Parecia que se eu ô soltasse, tudo aquilo ali iria voltar a ser como antes.

— Ou, que foi?

Perguntou ele, percebendo. Gustavo contraiu seu rosto, frazindo o cenho. Ele colocou a mão no meu queixo.

Neguei com a cabeça e ele respirou fundo. Gustavo saiu de dentro de mim e sentou-se ao meu lado, ainda me encarava. Fiz a mesma coisa e me sentei, um pouco distante. Ele tirou a camisinha e enrolou, colocando de lado. Respirei fundo e ele me puxou, trazendo meu corpo para seu colo.

Gustavo abraçou meu corpo e acariciou minha coxa. Meus dedos entraram em seus cabelos, acariciando-os de leve. Ficamos ali, assim, parados e com o tempo passando.

[.....]

Trocamos beijos, muitos. Ele fazia questão de me devorar toda hora e eu retribuía. Não trocamos nenhuma palavra, só olhares.

A confusão interna de antes, em relação ao que significava as sensações em que Gustavo me causava haviam sido esclarecidas depois disso tudo e a ficha estava caindo.

Eu diria que sim, eu estava entregue sentimentalmente ao homem que destruiu uma parta da minha história.

Ele havia, rasteiramente, tomado conta de algo dentro de mim, e era forte. Sem nem se quer se esforçar para isso, Gustavo tomou pra si, também, a minha paixão.

Aquilo tinha que parar, não podia acontecer. Eu só não sabia como.

Afastei meus pensamentos, saindo de seus braços e me levantando. Peguei minhas roupas e fui colocando elas. Sentia seu olhar analisador preso em mim a cada gesto que eu fazia.

— Por que você tá estranha?

Ele perguntou. Continuei o que eu estava fazendo.

— Não gostou de alguma coisa? Eu fiz alguma coisa?

Ele insistiu. Gustavo estava nitidamente preocupado. Por ironia da vida, agora ele quem procurava respostas.

Oh meu Deus, você não fez nada, ou melhor, fez até demais. Estou apaixonada por você e estou ferrada, você é o homem que me colocou no meu pior pesadelo e eu estou assim. E agora, estamos aqui, eu fui sua comida da noite ou dia, agora vou me recolher a minha insignificância. Boa noite, ou melhor dia!

Se ele me tratasse com grosseria seria tudo tão mais fácil. Eu poderia sair correndo como sempre, ô odiando. Mas aquele olhar, aquele maldito olhar doce e preocupado, me desmontava.

Terminei de colocar meu short e caminhei até ele. Me abaixei e sentei em seu colo novamente, ele agarrou minha cintura, mesmo sem encucado. Fiquei acariciando sua nuca e encarando seus olhos.

— Fica tranquilo, você não fez nada agora.

Sussurrei.

— Então por que você tá assim comigo?

Pensei um pouco, antes de responde-lo. Eu não queria cobrar ou causar clima desnecessário.

— Não é nada. Coisas da sua cabeça.

Falei, selando nossos lábios. Ele assentiu, se dando por vencido.

Gustavo agarrou meus cabelos e me beijou com vontade. Senti seu pau roçar em minha coxa. Olhei assustada pra baixo e nós dois gargalhamos, parando o beijo.

— Se eu fosse você, se vestiria. Com você assim, tá difícil aguentar.

Falei, mordendo meu lábio.

— Safada, então agarra. To louco pra comer sua buceta de novo. Ela é deliciosa, como eu imaginava.

Ele sussurrou, com os lábios colados no meu ouvido. Empurrei um pouco seu corpo, me arrepiando.

— Misericórdia, vai se vestir. Que homem, não cansa!

Brinquei, dando um tapinha em seu ombro.

— Transaria com você o resto do dia, da madrugada, até amanhã ou semana que vem. Não ligaria de passar o tempo dentro de você. Você me deixa louco, Gabriela.

Despejou, olhando em meus olhos. Gustavo me devorou com um beijo, enquanto puxava meus cabelos. Senti meu corpo estremecer e arranhei suas costas.

Calor!

Me levantei, saindo do beijo. Eu estava cansada e se eu não me afastasse, com certeza, ele arrancaria minha roupa e me comeria. Não que isso não fosse uma boa ideia, mas, por hoje, eu precisava recolher o pouco de dignidade que sobrou.

[....]

Depois de convencê-lo, fiquei sentindo o vento gelado, enquanto ele se vestia.

Os carros, a cidade, não paravam. Buzinas e trânsito para todo lado. Meus pensamos voaram.

Cheguei à uma conclusão: querida vida, estou completamente, literalmente, fodida.

La putaWhere stories live. Discover now