127

37.2K 1.7K 174
                                    

Resolvi afastar meus pensamentos de Edgar e continuar meu trabalho. Eu ainda tinha muita coisa pra fazer e se continuasse voltada a ele, não ia conseguir fazer absolutamente nada direito.

Me desloquei para a sala novamente, me sentando. Logo, Danilo entrou. Eu estava com um ranço enorme dele, tanto que, involuntariamente rolei meus olhos e suspirei.

Faz a egípcia, não seja incoveniente. — olha quem voltou mas não deveria, meu subconsciente sem noção.

Ele me entregou uma ficha rapidamente e com aquele olhar soberbo, saiu.

Ainda bem que não falou nada, gostamos assim!

Caminhei até a porta e saí, lendo:
• Gabriela Malvarone 
• Completo
• Quarto 8

(....)

Logo que eu ia subindo o primeiro degrau distraída com a ficha, meu corpo foi preenchido por um esbarrão forte, voltei com tudo pra trás, me desequilibrando. Duas mãos agarraram meu corpo, me trazendo de volta. Subi meu olhar e a risadinha gostosa de Edgar invadiu meus ouvidos. Ele me olhou nos olhos e eu sorri, sem graça.

— Opa, cuidado, linda. Essa técnica de querer me levar lá pra cima novamente pode não ser falha. Eu vou, em?!

Me ajeitei, descolando nossos corpos e depois ri, achando realmente engraçado, o senso de humor dele tirava as nuvens pretas daquele lugar.

— Eu sou boa no gatilho mesmo, minhas técnicas nunca falham.

Edgar aproximou sua boca do meu ouvido e sussurrou, descendo um degrau:

— Eu que o diga, não?

Me arrepiei e engoli em seco. Dei uma risadinha sem graça e ele se afastou.

Seus olhos me engoliram por alguns segundos e um silêncio se formou entre nós.

— Bom, eu, tenho que ir.

Falei pausadamente. Estava tensa.
Ele assentiu.

Me virei, para voltar a subir e Edgar pegou em minha mão, olhei pra trás confusa.

— Só uma coisa, por que recusou meu pedido?

— Edgar...

— Vai, Gabi, é só um jantar. Qual o problema?

Sorri com sua inocência, e tentei puxar minha mão devagar, mas ele não deixou.

— Eu realmente não posso, Edgar. Preciso voltar ao trabalho, por favor, solta.

— Calma, deixa eu tentar te convencer. Eu sou legal, prometo não te deixar com fome.

Insistiu ele, agora subindo e entrando na minha frente. Ele afastou uma mecha do meu cabelo e eu ri, tirando sua mão. Repreendi ele com os olhos.

— Edgar, chega. Eu preciso voltar ao trabalho.

— Pensa! O que custa? Pego a reposta amanhã na sua casa.

— Não!

Um impulso gigante fez com que minha voz saísse mais alta do que deveria. Meus olhos se arregaladam, até eu havia me assustado com meu grito. Ele reforceu os olhos sem entender.

— Não sabia que estava tão sem vontade assim de sair comigo. Era realmente só um jantar, me desculpa.

Droga, peste! não é você! ah que..

— Atrapalho?

A voz de Vitor se escorou atrás de mim. Me virei, afastando meu corpo de Edgar. Vitor e ele se encaravam. Tratei de responder rapidamente:

— Não.

— Na verdade, sim.

Edgar se intrometeu, eles ainda se encaravam.

Oras! Mas o que é isso?

Eu encarei os dois e Vitor me olhou de rabo de olho, mas logo voltou-se para Edgar.

— Acho que você já pode voltar ao trabalho, Gabriela.

Assenti.

— Acho que ela estava conversando comigo.

Retrucou Edgar.

Ok, eu já não estava entendendo nada.

— Ela não é paga pra conversar, meu caro. E se for, é lá em cima.

Eu já estava ficando ofendida e o clima ali estava pesando demais. Edgar fez menção de responder mas eu ô cortei.

— Tem toda razão, Vitor. Eu já vou. Edgar, foi um prazer, volta sempre. Ok?

Me aproximei dele e beijei seu rosto. Ele assentiu, os dois não pararam de se encarar. Não se passava um vento ali. Credo!

Tratei de picar minha mula, eu não queria problemas e se eles queriam, problema era total deles.

Depois de presenciar essa luta de olhares, subi as escadas sem olhar pra trás.

ufa! agora dava pra respirar

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora