Capítulo 61

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William

Sabe aqueles dias em que está tudo bem, e do nada vira uma grande merda? Era isso que estava acontecendo agora, sentia como se uma bomba atômica fosse explodir, assim que os meninos perceberam a movimentação na porta, tomaram um puta susto o que resultou eu indo direto pro chão. Minha mãe continuava com cara de paisagem, foi então que saiu e fechou a porta, mas antes disse que estava esperando nós três no andar de baixo para ter uma conversa.

Suspirei fundo esfregando a mão no cabelo, estava sentado na beirada da cama, vesti minha blusa de volta e tentei acalmar as batidas do meu coração, mas isso não seria possível, não naquela situação. Muita coisa passava pela minha cabeça, principalmente a ideia de ter de me separar dos meninos, isso apertava meu coração a cada respiração que eu dava. Estava fora de alcance a ideia de me separar deles, nem que eu tivesse que mover céus e montanhas.

Vi que lou estava com os olhos marejados, parecia tão indefeso que eu só queria abraçar ele, e foi o que fiz assim como Caio, então ele caiu no choro.

— Hey, olha pra mim, não chora tá? Nós vamos resolver isso — disse com convicção, mas quem eu queria enganar? Nem eu sabia como as coisas seriam depois de hoje.

Lou chorou bastante, e assim que parou nos deitamos e ficamos abraçados, Caio estava pensativo assim como eu, precisava de coragem para descer a escada e encarar minha mãe, tinha certeza que ela ainda estava lá, me certifiquei quando vi o carro preto estacionado em frente de casa. Silêncio e mais silêncio, era tudo que se encontrava no quarto, nenhum pio, nem mesmo o barulho das respirações que pareciam ser inexistentes naquele momento.

— Acho que devemos descer, uma hora ou outra ela vai voltar aqui — falei limpando a bochecha do lou e dando um beijinho.

— Eu tô com medo — lou estava realmente sentindo o impacto da situação, escondeu o rosto no meu peito e chorou mais um pouco.

— Hey calma, a gente tá aqui, já passamos por altas coisas juntos, e tenho certeza que isso não vai separar nós três — assenti agradecendo caio mentalmente.

Mais alguns minutos de preparo psicológico, e então descemos as escadas após lou lavar o rosto no banheiro, eu sentia como se estivesse caminhando para um julgamento, onde no final tudo que eu tinha seria tirado de mim, era a pior sensação que eu já pude sentir na vida. Suspirei após entrar na sala e ver minha mãe sentada no sofá, as pernas cruzadas e o semblante sério, fitou nós três enquanto a gente se sentava no sofá oposto. O silêncio se instaurou novamente, minha mãe passava os olhos por nós três, lou e Caio fitavam qualquer canto daquela sala, e eu desviava o olhar do dela.

— Então, eu não sei por onde começar essa conversa com vocês três, eu tô surpresa, na verdade não sei o que dizer sobre o que vi — minha mãe disse, tentei identificar algum tipo de raiva ou ressentimento na voz dela.

Novamente o silêncio se instaurou na sala, e ela apenas ficou nos olhando, parecia formular o que dizer ou então como se estivesse em uma cirurgia de risco. Mas aquela situação parecia ser uma cirurgia de risco, nós três representando um conjunto de veias e artérias próximo a um órgão, e ela o bisturi afiado que poderia acertar e ter sucesso, ou errar alguns centímetros e matar tudo.

— A quanto tempo isso está acontecendo, vocês três? — perguntou calma, ninguém respondeu, apenas silêncio.

— Alguns meses — respondi receoso, ela suspirou e esfregou as mãos.

— Eu estou confusa, você sempre ficou fazendo coleção de ficantes, te peguei inúmeras vezes se agarrando com alguma delas, aposto que com o caio a mesma coisa, e de repente eu vejo vocês dois assim — ela parecia calma, ou estava só mantendo aparência, não sei.

Um Amor ProibidoWhere stories live. Discover now