Capítulo 71

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William

Abri meus olhos e xinguei mentalmente quando a luz branca bateu diretamente neles, minha cabeça estava doendo e aos poucos me acostumei com a luz no quarto. Era um quarto de hospital e isso explicava muitas coisas, e logo eu lembrei o porque de estar ali. Eu tinha tomado um tiro, puxei o cobertor aos com cuidado pra ver como estava o local que foi atingido, e estranhamente só havia uma faixa com um curativo pequeno, que droga aconteceu? Toquei levemente com os dedos e quase gritei, porra aquilo doía bastante, seja lá o que aconteceu foi o suficiente pra causa uma dor desgraçada.

Olhei o relógio na parede e marcava 3:55 da manhã, mais uma vez fiquei perdido, onde Caio estava? Espero que bem, ia me culpar pra sempre por ter chego tão perto e não conseguir. Desisti de fazer qualquer movimento e me mantive parado, apenas olhando o relógio fazer o barulho irritante.

Minha cabeça era bombardeada de pensamentos e a maioria deles sobre meu pai, me sentia mal por ele ter voltado por causa de um motivo ruim, apesar de ter nutrido uma raiva por ele durante anos, o peso que ele carregou sozinho foi demais pra ele. Estava irritado com minha mãe mais que tudo, não tive meu pai junto comigo, mas ao mesmo tempo foi como não ter ela também, tantos anos ocupada ou sempre tendo algo pra fazer, não sei como deixaram o lou com ela, mas de qualquer forma foi até bom ele ter vindo, se não eu ainda estaria a mesma bosta de William.

Richard provavelmente estaria na delegacia, ou em alguma cela tentando dormir ou pensando assim como eu estava, iria visitar ele quando tudo estivesse no devido lugar. Queria ver Caio, estava frustrado por não pode me mexer sem o curativo doer, queria abraçar ele e dizer o quanto eu o amava. Nunca vou esquecer das últimas horas, foram as mais tensas da minha vida, e ver ele todo machucado só piorou tudo. Espero que Simon esteja no inferno, ou então em um lugar bem pior se possível.

— Ah, então você está acordado — uma médica entra no quarto com algo nas mãos.

— Bom não se mova, vai doer se fizer isso — assenti vendo ela mexer no soro.

— O que aconteceu? — ela olhou pra mim rapidamente e logo arrumou a postura.

— Você chegou aqui desacordado, assim como seu amigo, mas parece que por um milagre a bala que era pra te matar não matou — fiquei confuso com o que ela disse, e ela deve ter percebido.

— Imagino que isso deva ter um significado maior ainda pra você depois de hoje — ela diz tirando do bolso a correntinha que eu mandei fazer com a inicial dos meninos — o tiro acertou essa medalha em cheio, bom danificou bastante, mas o impacto te machucou de qualquer forma, você levou seis pontos no peito, mas logo logo isso vai sarar, é coisa de uma semana ou dias — assenti enquanto pegava a correntinha das mãos dela.

Analisei o pingente e realmente estragou muito, ia ter que mandar fazer outro, mas esse eu ia guardar pra sempre. Agradeci e ela saiu em seguida dizendo que ia ver o Caio, ela só me disse que era complicado saber se ele ia ficar bem. Fiquei com um desconforto no peito, mas também porque Caio poderia não resistir.

As horas foram se passando e quando eu estava prestes a dormir de novo, a porta do quarto se abre e lou entra por ela com uma cara engraçada, as bochechas estavam bem vermelhas como se ele tivesse corrido uma maratona, ele me olha e sorri quando me vê.

— Desculpa não ter vindo antes, a enfermeira estava me impedindo de vir — ele diz rolando os olhos e eu sorrio.

— Eu quase me machuquei pra valer ontem — ele me olha preocupado, mas mostro o pingente e ele parece ter entendido. Ele pega e fica observando, lou se joga me abraçando bem forte, o que faz eu gemer pela pressão no machucado e ele recuar.

Um Amor ProibidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora