Capítulo 69

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Caio

Droga, eu estava fodido, literalmente fodido, Simon era a porra de um louco, ele chegou no fim daquela tarde, eu já estava em seu domínio a quase uma semana e meia e meu corpo protestava por todas as dores físicas e psicológicas que eu vinha sofrendo, um pesadelo desgraçado que está assombrando minha vida.

" Acabei dormindo no chão duro e só acordei quando recebi um jato forte de água no meu rosto, fiquei confuso com o que estava acontecendo e me sentei sentindo minhas roupas encharcadas. Parado um pouco mais a frente estava Simon segurando uma mangueira e rindo enquanto me via, ele puxou uma caixa de madeira e se sentou em cima e ficou me fitando.

— Hora do banho — ele disse rindo e eu só sentia mais ódio dele a cada minuto que passava.

— Você não vai se safar dessa, vão pegar você seu merda — ele riu e jogou a cabeça pra trás.

— Devo admitir que já estão te procurando, não deu nem dois dias e seu namoradinho já estava louco atrás de qualquer notícia sua — meu coração apertou quando ele falou do Will.

— O que acha de juntar vocês? — arregalei os olhos e ele sorriu de forma divertida.

— Deixa eles em paz, eu não consigo nem ao menos entender o porquê eu estou aqui, Cassius acordou não acordou? Então porque não me deixa em paz — o semblante dele travou.

— Cassius estava ficando rebelde garoto, começou questionar o que eu dizia, e de qualquer forma ele não é útil pra mim, está sem memória e não valer de nada, apenas um peso morto — ele disse dando de ombros.

— Você é repugnante — murmurei e ele sorriu mais uma vez se levantando e caminhando em minha direção.

— Primeiro eu tenho que fritar o peixe pequeno para ir atrás do grande — ele sorriu apertando meu rosto com a mão.

— Um dos meus capangas disse que você quase quebrou o nariz dele, bom acho que você pode resolver esse problema pra mim, enquanto eu dou uma saída para aquela bicha do seu namorado não ir atrás de mim — comecei forçar a corrente, mas não ia adiantar de nada, ele saiu e logo dois homens entraram pela porta.

— Eu disse que ia pegar você — ele disse me dando um murro fazendo eu cair sentado. Quando ele levou o pé para me chutar eu puxei a corrente e enrolei no tornozelo fazendo ele cair com a boca no chão, o grito que ele deu ecoou por todo o galpão. O outro assim que viu o que aconteceu me jogou e sentou no meu peito desferindo vários murros no meu rosto, sentia o gosto de sangue em cada parte da minha boca, e assim eu fui largado lá.

— Se seca depois garoto, aqui costuma fazer frio a noite — ele disse e saiu rindo do outro que tinha os dentes da frente quebrados, depois que eles saíram mesmo estando fudido eu me permiti rir da situação daquele desgraçado. A noite era realmente fria como ele disse, e estar molhado só piorou minha situação, me encolhi de todas as formas possíveis tentando me aquecer, mas eu não conseguia meus dedos estavam amortecidos e toda forma de gerar calor era nula naquele lugar. O gosto do sangue ainda estava presente na minha boca, meu rosto doía bastante e eu tinha certeza que meu lábio tava cortado, do meu lado pequenas manchas vermelhas pintavam o chão sujo. O cansaço me venceu fazendo eu apagar.

Depois de dois dias ali, eu descobri que a melhor hora do dia era quando meu corpo desligava por não aguentar as dores e o cansaço. Eu só comia pão e bebia água, ou então me molhavam quando a noite estava próxima. Simon aparecia vez ou outra e ameaçava fazer algo contra os meninos, eu entrava em desespero total e ele ria se divertindo com tudo aquilo.

No quarto dia eu pude tomar banho e trocar de roupa, mas não recebi água nem a droga do pão que a cada dia percebi que ficava mais duro. Não passei tanto frio naquela noite, mas chorei de frustração após ouvir um barulho na parte de trás do galpão, gritei tanto por ajuda que minhas cordas vocais arderam depois de um tempo. Caralho que pesadelo horrível era aquele, na minha vida.

Um Amor ProibidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora