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Lembro de tudo que já senti, lembro de quantas vezes me senti péssima por ele e a raiva volta com força máxima. Quando percebo o que está acontecendo, quando percebo que seus lábios estão grudados aos meus, levo minhas mãos até seus ombros e o empurro para trás.

— Qual o seu problema? — Digo passando as mãos nos lábios.

— O que?

— Por que sempre acha que pode me beijar do nada? — Minha cabeça está latejando com uma dor de cabeça — Eu não entendo você Jungkook, não entendo mesmo!

— O que quer dizer? — Ele se aproxima mas me afasto o vendo parar onde está — O que eu fiz pra você?

— EU NÃO SEI! — Grito — Apenas dói.

— O que dói?

— Eu não sei Jungkook, não sei o que houve comigo, não sei por que dói e por que odeio ver você com outra garota e também não sei por que você é tão idiota.

— Eu machuco você? — Seus olhos estão brilhantes, como dois diamantes negros.

— Sim! — Atiro.

— Desculpe.

— Certo. — Tento segurar as lágrimas insistentes — Eu só quero que fique longe de mim por um tempo. — Faço sinal para um táxi que está vindo na nossa direção.

Quando o táxi para, quase hesito em entrar nele, mas meu coração me obriga a entrar, eu não entendia o turbilhão de sensações que estavam caindo sobre mim, por que doía? Por que estou me sentindo só? Por que mesmo com raiva, quero ele aqui?

Eu não entendia nada desta nova vida de sensações que estava me cercando.

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Duas semanas se passaram, a faculdade estava tranquila, as aulas de literatura infantil não pareciam me cativar como antes, tudo que eu queria era participar de uma daquelas festas ridículas da sociedade, porque em uma delas eu poderia vê-lo. Jungkook não apareceu, desde a noite em que o disse para ficar longe, não achei que realmente ficaria, estava com saudade, estava com uma enorme saudade de odia-lo de perto, poder olhar em seus olhos e gritar com ele como se fosse o nosso ridículo jogo divertido e viciante.

Meus olhos guiavam-se pela quarta vez em cima daquela frase de um livro que nunca quis ler, O Mágico de Oz. Nunca achei que livros de fantasia e conto pudessem me cativar tanto, nunca achei que gostaria tanto de uma frase, pensei que nunca se encaixaria em minha vida. Nunca me senti de coração partido, então nunca tive a necessidade de entender o que era ter um coração partido, costumava achar que não tinha um coração, até me pegar com o coração quase saindo pela boca na noite do baile, na noite em que vi aquele garoto mesquinho com aquela linda mulher de cabelos flamejantes.

A maldita frase continuava a vagar pela minha cabeça, eu me sentia anestesiada e pronta para jogar minhas lágrimas sobre as páginas do livro, principalmente a que continha a frase da minha horrível desgraça:

"Você quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem"

Eu estava de coração partido? Ou só estava sentindo auto piedade por não ter alguém como a garota ruiva? Eu preciso de alguém? Por que tenho tantas perguntas?

Uma batida na porta faz com que eu finalmente pare de pensar nas minhas questões sem respostas. Ando em direção à madeira escura e seguro a maçaneta a puxando, um garoto baixinho com aparelho nos dentes abre um sorriso de orelha a orelha, ele usa uma calça cargo branca e uma camisa social azul, faço uma careta antes de pensar que ele poderia se vestir melhor, desde que Dith me ajudou a melhorar o guarda roupa, vejo defeito em muitos estilos pelo Campus, odeio isso.

GOOD NIGHT ✿ JJK (Livro 1) |EM EDIÇÃO|Where stories live. Discover now