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Suas mãos fortes e quentes estavam tocando minha pele, provocando arrepios pelo meu corpo, ele estava segurando cada centímetro meu; me protegendo de algo invisível, seus olhos estavam vidrados nos meus, enquanto cada pedaço de mim necessitava plenamente continuar daquele jeito.

- O-obrigada. - Disse tremula, com cada gota de esperança que tinha dele não me soltar.

Ele não me solta, tornando meus desejos realidade, o garoto estava imóvel, enquanto a escuridão tomava conta mais e mais do ambiente. Eu quase não podia ver seus olhos escuros, apenas o brilho dominava tudo ali, eu imaginava tantas coisas olhando naqueles olhos, era como se eu pudesse ver o mundo inteiro em um órgão tão pequeno.

- Desculpe. - Seus lábios emitem - Desculpe por você ter sido confundida com uma... uma...

- Prostituta. - Completo sua frase com um pesar no peito, lembrando do que aconteceu a duas semanas atrás.

- Sim. Eu, não sou bom com palavras, - Ele continuava imóvel, intacto, perfeito - sei que você merece mais que um simples "desculpe", mas peço desculpa de novo, por não poder dizer o que você merece, por não saber tratar você como merece.

Respiro fundo, mesmo ouvindo ele falar as coisas mais doces que já disse a mim, começo a pensar se já estou pesando o bastante pra ele em seus braços.

- Tudo bem. - Digo, estou imóvel, intacta, gostando - Acho que não começamos bem a nossa, amizade.

- Talvez não devêssemos ser amigos.

Meu coração cai, era bom demais pra ser verdade, ele diz coisas lindas para no fim apenas dizer que não o mereço ter nem ao menos no meu círculo de amizade.

Me mexo desconfortavelmente em seus braços o fazendo me colocar no chão, ando em direção a janela que é o único ponto iluminado daquele quarto e guio meus olhos para o céu, a noite está perfeita, a lua parece uma linda bola de golfe brilhante, e eu pareço só mais uma das garotas que foram iludidas pelos encantos deste garoto.

- O que... - Ele começa.

- Veio buscar algo? - Digo sem passar emoção alguma em minha voz - O que exatamente veio fazer aqui?

- Bom, eu tecnicamente moro aqui.

- Não. - As palavras deixam minha boca sem exitar, ainda estou magoada - Você não mora aqui, apenas trás suas conquistas pra cá e quase transa com elas na minha frente! - Lembro da garota loira que ele trouxe, o achei nojento por fazer aquilo, lembro dele não lembrar o nome dela, isso me irritou.

Talvez seja porque na minha cabeça, sexo seja algo importante, eu nunca me entregaria a alguém que não amasse, muito menos a alguém que eu não lembrasse nem ao menos o nome.

- Esta irritada por que eu trouxe a Leny no outro dia? - Ele ainda não lembra o nome, isso me deixa com fúria por todo o corpo.

- O nome dela era Jeny!

- Não importa! - Ele diz como se estivesse dando de ombros - Só lembro o nome das pessoas que me interessam.

- Por um momento me senti importante, - Digo ironicamente - Mas aí lembrei que você me chama de florista porque as vezes esquece meu nome.

- Nunca esqueci seu nome.

- E por que me chama de florista então? - Cruzo os braços e sinto o calor de seu corpo atrás de mim.

Eu estava nervosa, estava com medo talvez, meu coração estava a mil, ele batia tão forte que eu podia ouvi-lo. Eu sentia cada pelo do meu corpo arrepiar-se, era uma sensação boa, borboletas no estômago estavam dançando dentro do meu corpo ao ritmo das batidas do meu coração, eu nunca senti isso, nunca senti que poderia dizer qualquer coisa ou fazer qualquer coisa, nunca agi por impulso ou pensei em burlar as regras que criei para mim mesma, mas, quando estou com ele, é como se cada gota de coragem que habita meu corpo viesse a tona.

- Você me lembra as coisas boas que já tive, e te chamar assim, acalma meu coração, - Estou ouvindo ansiosa, ansiosa por mais palavras como estas - Você, me faz lembrar de quando eu não precisa usar esta máscara.

O que?

De repente as palavras dele começam a não fazer sentindo, viro meu corpo para ficar frente a frente com o dele, é exatamente assim que estamos, frente a frente, cara a cara, posso sentir e ouvir sua respiração.

- O que quer dizer? - Ergo minha mão para toca-lo mas não toco.

- Acho que já falei demais. - Ele exita e dá um passo atrás, mas foi um passo a frente e ficamos como antes.

- Você falou sobre usar uma máscara. - Respiro fundo - Não quero invadir você, sei que é difícil falar sobre algo que talvez machuque você.

- Isso não me machuca.

Eu sei que machuca.

- Tudo bem. - Sorrio - Vamos falar sobre outra coisa...

- Quero falar. - Ele interrompe - Quero falar tudo, me sinto idiotamente seguro com você. - Sinto sua mão quase tocar minha pele, mas ele não a toca - Mas não consigo falar.

- Acho que já fizemos um grande progresso falando mais de cinco minutos sem gritar. - Digo e gargalhamos baixo e rápido até voltarmos a nossos estados neutros - Não precisa me falar tudo de uma vez, eu posso esperar, quando estiver pronto para se abrir comigo, eu vou estar aqui.

- Por que você é sempre tão compreensiva? - A voz dele é calma, suas mãos tocam a pele do meu rosto e fecho os olhos para apreciar seu toque - Por que é tão calma e tão, linda? - Meus olhos estão focados nos seu quase invisíveis agora - E por que quero proteger você cada vez que te vejo?

Ele continua a acariciar meu rosto com delicadeza, eu quero que ele me beije, mas em nenhum momento esqueci de ter visto a ruiva com ele no restaurante. Se ele me beijar e eu deixar, vou assinar um contrato fictício, um maldito contrato que me dirá finalmente o que eu sinto por ele de verdade.

- Você disse que a garota ruiva precisava de ajuda, - Resolvo perguntar e desta ouvi-lo - Que tipo de ajuda ela precisava?

Tenho medo da resposta desta pergunta, mas tenho que saber antes de deixar que ele quebre meu coração outra vez.

- Os pais da Davina faliram, ela estava sem dinheiro para a faculdade e pediu para se encontrar comigo para falar sobre isso, então ela me implorou por uma bolsa de estudos e eu dei a ela.

- Achei que seu tio fosse responsável por escolher os bolsistas já que é o diretor. - Ergo uma sombrancelha e ele sorri para mim.

- Posso dar uma ajudinha de vez em quando.

Rimos outra vez. Era bom estar neste clima com ele, como se fôssemos namorados de verdade e ele nunca tivesse me magoado.

- Acho que, vamos dormir no escuro. - Digo para abrir alas para outro assunto e ele me surpreende.

- Quero beijar você.

- O que?

- Eu quero beijar você Florista. Eu posso?

GOOD NIGHT ✿ JJK (Livro 1) |EM EDIÇÃO|Where stories live. Discover now