GOOD NIGHT ✿ JJK (Livro 1) |EM EDIÇÃO|

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Quase toda a tinta havia saido do meu corpo, mas meu vestido estava completamente molhado e tenho quase certeza que o Marc morreria se visse o vestido que ele fez em menos de uma hora completamente arruinado. Tentei me enxugar o máximo possível com as toalhas que estavam no banheiro mas o resultado foi um vestido bem úmido, pelo menos não estava encharcado.

Saí do banheiro com uma toalha na cabeça e com vergonha estampada no rosto, Jungkook estava deitado na cama, quando apareci ele olhou diretamente para a parte de cima do vestido. Quer dizer, falando de uma maneira normal, ele olhou pros meus peitos, eu estava com frio, então eles infelizmente estavam eretos. Levei as mãos até eles cruzando os braços para esconde-los, ele deu uma pequena risada.

- Desculpe, é o hábito. - Não sei se saber disso me conforta ou me faz pensar ainda mais que ele é um garoto idiota.

- Eu, estou molhada.

- O que você disse? - Ele leva como se eu tivesse dito uma barbaridade - Vai com calma florista, eu sei que sou o cara dos seus sonhos mas nem fizemos nada além de beijar ok?

Foi aí que eu percebi que tipo de barbaridade ele estava falando dessa vez.

- Você é um idiota. - Quando olho pra ele sinto vontade de rir e assim o faço, caio na gargalhada - Você é egocêntrico e narcisista.

- Isso não é a mesma coisa? - Ele levanta e anda até mim.

- Na verdade não, uma pessoa egocêntrica só pensa em si mesmo, e mesmo que alguém narcisista também pareça assim, eles se importam com a opinião alheia sim.

- Adoro quando fala das coisas como se fosse a pessoa mais inteligente do mundo. - Ele coloca uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e engulo em seco.

- Tem outra saída nessa casa? - Vou me afastando tentando ser bem natural - Preciso ir pra casa, ou melhor, pro alojamento.

- Por que? - Ele ergue uma sobrancelha.

- Bom, se eu não for embora os meus... pais, vão me matar.

Eu tinha uma grande relutância em chamar eles de pais, eles não eram meus pais, podiam ser pais do Moon Bin, mas, nunca seriam os meus pais, não enquanto me tratassem como lixo ou como se eu estivesse sendo filha deles de favor, eu não pedi pra eles me adotarem, eles me adotaram só porque queriam muito adotar o Moon Bin e ele não queria ir se eu não fosse junto, então acabaram me adotando também. Isso é outro motivo pelo qual quero conhecer os meus pais, será que eles se arrependem de ter me deixado naquele orfanato?

- Eles parecem bem legais, acho que não vão dar uma de chatos com você. - Jungkook diz e foi uma risada mentalmente.

Claro que não vão ser chatos, vão apenas gritar comigo e me deixar trancada no quarto por uma semana, sabe, a Cinderela teve uma madrasta má, eu tenho a madrasta e de brinde, o marido dela.

- Acho melhor eu não testar a paciência deles.

- Qual é Yeon, fica aqui, fica comigo. - Quando as palavras deixam seus lábios, meu coração dá um pulo - Prometo não tocar em você, você pode dormir na cama e eu durmo no chão.

- Mas e o Jin? - Pergunto e ele dá uma gargalhada.

- Não faz ideia de quantos quartos tem nessa casa não é mesmo florista? - Balanço a cabeça em negativo.

Antes que eu possa dizer se vou ficar ou não, ele já está colocando os travesseiros no chão e deixando dois na cama, ele faz uma cama no chão com uma das cinco colchas de seda que tem na cama e por fim olha pra mim, estou praticamente rangendo os dentes, de repente ficou mais frio aqui dentro. Ele tira o casaco do paletó e começa a desabotoar a camisa social revelando a pele de seu peitoral, me viro de costas imediatamente como um relâmpago.

- O que está fazendo? - Pergunto nervosa.

- Calma, vou apenas dar a camisa pra você, assim pode tirar esse vestido molhado.

- Ah. - Fico feliz com a intenção dele de me aquecer, até lembrar - Mas não tenho nada pra vestir na parte de baixo. - Digo e ando pelo quarto.

- Está de calcinha?

- Eu não vou dormir só de calcinha com seus olhos pervertidos prontos para atacar.

Reviro os olhos e ele anda em direção às luzes, ele abaixa o brilho as deixando no mínimo, quase apagadas.

- Problema resolvido. Agora não vou ver você, mais alguma coisa madame? - Ele é irônico.

Quando anda na minha direção pra me entregar a camisa branca, olho seu peitoral e abdômen, ele é tão bonito, a luz quase apagada dá um clima de romance ao quarto, confesso que quase caio na tentação de tocar os quadradinhos de seu abdômen, a cor de sua pele sob a luz baixa me faz querer adimira-lo por horas.

- Você tem um lindo corpo sabia? - Ele ri e já estou tremendo.

- Como... como você sabe?

- No dia que entrei no quarto e você estava se trocando, estava só de lingerie. - Dei um passo atrás quase caindo mas ele segurou minha cintura - Não precisa se preocupar, eu entendo você, e mesmo que eu esteja desejando ter você, posso esperar.

Quando ele me soltou e foi deitar em na sua cama improvisada no chão, senti um arrepio na espinha, era como se só as palavras dele pudessem atiçar todo o fogo do meu corpo, é errado querer? Isso vai contra tudo que eu acredito, não vou transar com esse cara de vinte e um anos que tem a mentalidade de dezesseis, com um corpo perfeitamente definido e olhos malditamente encantadores, com uma boca incrivelmente charmosa, acho que me odeio por quere-lo tanto, ele não é o tipo de cara que se apaixona, por mais que diga que gosta de mim, não consigo acreitar completamente em uma palavra que ele diz.

( . . . )

Depois de tirar o vestido e colocar a camisa de Jungkook eu me sentia muito mais confortável, mas, ao mesmo tempo desconfortável. O cheiro dele era tão bom, o cheiro dele era meu analgésico, meu remédio para ter uma boa noite de sono, era o que me fazia sentir mais confortável no mundo.

Eu estava na ponta da cama olhando cada sentimetro do corpo dele no chão, seu rosto claro com nenhuma expressão, podia jurar que eu estava babando, meus olhos estavam vidrados nele, minha mente estava pensando em coisas impossíveis, fantasiando cenas em que nós andávamos de mãos dadas por aí, como fizemos antes, mas seria um namoro de verdade dessa vez.

Meus pensamentos são empurrados para o fundo da minha cabeça quando sinto o impacto do meu corpo no chão, estava tão ligada nos meus pensamentos ridículos que nem percebi que estava caindo.

Quando olho para ele de perto, engulo em seco, tenho tanto medo de me aproximar assim dele, não tenho medo dele, tenho medo de mim, tenho medo do que eu posso fazer, se ele me segurar com força mais uma vez, sei que não vou resistir.

Levanto meu tronco devagar e tiro um pouco de cabelo da sua testa, em seguida puxando o cobertor para um pouco mais acima de seu corpo, sou surpreendida por seus braços me puxando para baixo, para perto, perto demais. Ele ainda está dormindo, isso é um alívio, não quero acorda-lo, então não posso me mexer. Respiro contra seu peito e penso em como ele está difetente, tentando ser melhor. Por mim.