GOOD NIGHT ✿ JJK (Livro 1) |EM EDIÇÃO|

♡ 39 ♡

Não havia um carro nos esperando, havia uma limusine preta com um motorista indo na direção da porta abri-la. Fiquei parada, paralisada na frente do luxuoso hotel que a cinco minutos atrás era meu cativeiro. Jungkook não falou uma só palavra, apenas me levou para o elevador e saímos do hotel.

Olho em volta, todos estão seguindo suas vidas normalmente, não dá pra acreditar que passei um dia inteiro nesse lugar, completamente dopada.

- Eu não tenho o dia todo. - Jungkook diz a mim na porta da limusine ao lado do motorista de postura impecável.

- Desculpe. - Digo e sigo para dentro da limusine.

Quando Jungkook entra logo atrás de mim, o silêncio se instala entre nós e só podemos ouvir o pouco barulho de fora do carro. Respiro fundo olhando para tudo, é lindo, impecável e luxuoso, acho que pessoas poderiam morar aqui dentro, tem uma máquina de café e drinks, vários petiscos, bancos que se tornam camas como as poltronas que as pessoas têm em casa, é muito para apenas uma pessoa, mas, acho que ele não se importa.

Meus pensamentos se misturam ao som da voz de Jungkook, me fazendo esquece-los em seguida.

- Por que estava tão calma? - Ele pergunta pondo um algodão molhado no canto do meu lábio inferior.

- Não achei que fosse sério. - Dou de ombros.

- Pensou que fosse uma brincadeira de faculdade?.

- Sim. - Olho em seus olhos, acho que ele aprendeu a me ler bem.

O algodão entre seus dedos desliza devagar sobre o canto da minha boca, ele faz com tanta delicadeza que quase não sinto.

Volto a pensar, mas desta vez não consigo parar de pensar no que Jason disse, seu objetivo estava completo, qual era o objetivo dele? O objetivo era eu? Minha cabeça tinha um milhão de perguntas que talvez nem mesmo ele fosse capaz de responder. Ele tira o algodão dos meus lábios e olha para a janela com a expressão séria.

Tiro o algodão de suas mãos e o passo por entre seus dedos sujos de sangue enquanto ele olha para nossas mãos como se fosse impossível que eu o tocasse.

- Jung... Kook. - Chamo o fazendo ele voltar sua atenção pra mim - Sei que não gosta de me contar nada, mas eu realmente adoraria saber por que tudo isso aconteceu.

Por mais que não queira, ele me deve isso, afinal, eu provavelmente sou a única que não faz a mínima idéia do que aconteceu e também fui eu que foi de certa forma sequestrada por estudantes de outra faculdade.

- Antes de tudo, - Ele diz e meu coração vai parar nas mãos - desculpe.

- Por que?

- Eles levaram você por minha causa, Yeon. - Ele olha nos meus olhos e parece que está me pedindo socorro - Sabiam que eu procuraria por você.

- Mas por que fizeram isso?

- Porque são uns filhos da mãe. - Ele leva as mãos até a cabeça e sinto que ele quer chorar, mas não o faz - Sou campeão invicto a quatro anos, eles não aceitam a derrota.

Isso não esclareceu minhas dúvidas, mas prefiro não incomodar agora. É esquisito ficar dentro de um lugar presa com ele sem pensar em fazer perguntas.

- Então você só quis me manter longe desde o dia que nos beijamos... - Engulo em seco mas decido que não posso ser covarde dessa vez - Por que sabia que ele me colocaria no meio disso?

Quando ele balança a cabeça em positivo sinto um alívio tomar conta do meu corpo, a aposta não foi verdadeira e tudo que ele disse sobre eu não poder gostar dele também não. Ele estava aqui agora, comigo, pronto para se redimir por ter me envolvido nosso.

- Pra onde quer ir? - Ele pergunta.

Depois de tudo isso, estou repensando em ir para casa, talvez seja melhor passar esse tempo lá, mesmo que seja o inferno camuflado de céu, tenho o Moon Bin pra ficar comigo.

Quando penso em Moon Bin, sempre lembro da palavra família, então levo minhas mãos até meu pescoço na esperança de decidir ir ou não, tocar minha medalhinha sempre me deixou mais calma. Quando minhas mãos chegam ao pescoço, me sinto incompleta, como se algo muito importante faltasse, era exatamente isso que estava acontecendo, minha medalhinha não estava ali.

Saio do banco do carro e me abaixo para procurá-la, não posso perde-la, perder isso significa perder a mim mesma.

- O que está fazendo? - Jungkook pergunta enquanto estou de quatro no solo da limusine, procurando pelo meu bem mais valioso.

- Minha medalhinha, - Passo as mãos pelos cantinhos de baixo do banco - minha medalhinha sumiu.

- Fala sério. - Ele meio que ri em deboche - Por que ela é tão importante? Foi o seu... namorado moto-boy que te deu?

- Primeiro, ele não é meu namorado. Segundo, você é um idiota e terceiro acho que vou voltar lá naquele hotel.

- Não precisa, prometo que acho e devolvo pra você.

No mesmo instante a limusine para e ele fala:

- Agora pode ir pra casa. - O que?

Ele abre a porta da limusine e o olho uma última vez antes de sair, ele é tão arrogante que me dá arrepios.

- Como sabia onde eu moro? - Arqueio uma sobrancelha já fora do carro.

- Existem poucas coisas que eu não sei florista. Bom almoço.

Ele fecha a porta da limusine e a mesma parte para longe enquanto tomo coragem para bater na porta de casa, isso é ridículo, eu moro aqui.

Dou três batidas na porta e sinto que vou me odiar pelo resto da vida por fazer isso. Em questão de segundos a senhora Kim aparece na porta e engulo em seco sua pose de dona do mundo.

- Não deveria estar na escola? - Ela pergunta.

- Olá senhora. - Me curvo formalmente e volto para olhar em seus olhos - Na verdade se chama faculdade, e temos um tipo de férias por um mês para os jogos.

- Por que não ficou nos dormitórios?

Eu moro aqui.

- Desculpe. - Me curvo novamente e escuto uma voz atrás de mim.

- Florista! - Quando olho para trás, Jungkook está lá, fechando a porta da limusine e andando em nossa direção - Achei o seu amuleto precioso, estava do meu lado no carro.

- O-Obrigada. - Droga, o que a senhora Kim vai falar? Vou passar vergonha na frente dele.

- Boa tarde senhora Kim. - Ele abre seu melhor sorriso para ela.

- Você... - Ela parece estar paralisada - É o rapaz das revistas não é? O herdeiro da Coréia.

- Não é para tanto. - Ele continua a sorrir - Desculpe por incomodar sua filha, somos colegas de faculdade.

- Não tem problema. - os olhos dela brilham como duas pedras preciosas - Por que não disse que tinha um amigo como este querida Yeon?

Querida?

E como assim ela consegue ser doce comigo?

- Bom, só vim entregar seu colar, então já vou indo. - Ele diz.

- Tchau. - Falo.

- Por que não almoça conosco? - Escuto a voz da mulher e já estou tremendo.

O QUE? Diga não, diga não, diga não.

- Bom, eu... - Ele olha para mim e vê o desespero nos meus olhos - Eu adoraria! - Ele diz passando por mim e entrando na casa.

Vai ser um longo almoço.