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Meus olhos estavam inchados hoje, tanto pelo choro de ontem, quanto pela noite mal dormida que tive. Eu estava condenando a mim mesma por estar chorando por um motivo tão idiota, talvez não fosse, pra alguém como eu, que nunca gostou de ninguém na vida, eram lágrimas libertadoras. Dizem que chorar por amor é destruidor e tremendamente horrível, neste caso, ou me enganei e não gosto dele de verdade, ou a humanidade gosta de transformar tudo em uma grande hipérbole.

(Hipérbole: Exagero)

Levantei as sete já pensando na tristeza que sentiria por não ter aula hoje, como vou viver com um mês inteiro sem aulas? Sempre acostumei a estudar sem parar e de repente numa época sem ser de férias, aqui estou eu, sentada na mesa de uma cafeteria universitária, tomando um café latte com bem mais espuma que o normal, lendo Touch The Wind de Janet Dailey, o que me deixa com inveja já que Sheila é uma milionária mimada mas acaba se tornando uma mulher empoderada ao fazer sua escolha de ficar com Ráfaga no fim, isso também me faz lembrar de Juliette, a protagonista de Shatter me.

Me sinto humilhada por não ter a coragem de Sheila Rogers ou de Juliette Ferrars, por estar aqui sozinha nesta mesa lendo um romance que iniciou-se com um sequestro, enquanto poderia estar fazendo compras como metade das garotas deste campus.

- Está sozinha? - Ouço a voz familiar e doce de uma das poucas pessoas decentes deste lugar, Jimin.

- Na verdade não. - Fecho o livro e mostro a capa para ele - Janet Dailey está me fazendo companhia junto com Sheila e alguns rapazes cruéis com uma boa causa.

Ele ri do que eu disse e penso em como estou aliviada por ele não ter participado do jogo ridículo em que os amigos dele o chamaram pra participar.

- Sabe, eu adoraria fazer companhia a você, mas pelo visto, - Seu sorriso é aberto antes de prosseguir - você está bem acompanhada.

- Bom, - Abro um sorriso também, estou pra baixo, mas não quero ficar assim - acho que eles não se importam de esperar até mais tarde.

- Isso é ótimo, mas, preciso que sente na nossa mesa. - Ele parece sem graça ao pedir que eu sente naquela mesa idiota, olho para lá e não tem ninguém - É só uma tradição que não quero quebrar, sentamos naquela mesa a três anos, então, sempre sento nela.

- Tudo bem.

Coloco meus livros dentro da mochila e sigo para a outra mesa com Jimin, odeio esta mesa por ser o lugar onde as pessoas idiotas e mimadas sempre sentam, mas não posso negar que pra ter a presença de Jimin eu realmente posso aguentar sentar nela. Joy viajou para Jeju para visitar a família, estou completamente sozinha aqui e não quero ir para casa.

Sento na maldita mesa junto com Jimin e ele apenas me encara por alguns segundos.

- Aconteceu algo? - Ele pergunta.

- N-não. - Meus dedos seguram uma mecha de cabelo levando-a para trás da orelha.

- Não acho que esteja falando a verdade. - Ele me olha duvidoso mas em seguida abre seu sorriso doce de novo - Mas tudo bem, se quiser falar para mim, vou me sentir honrado. Sei que a senhorita Kim Yeon é bem reservada.

- Eu só... - Quando crio coragem para agradecer por ele não ter entrado na aposta idiota de Jungkook, vejo a porta do café se abrindo, revelando a turma que sempre senta na mesma mesa. Esta mesa.

Quando meu olhar encontra o olhar de Irene, vejo que ela está com um sorriso vitorioso nos lábios ao lado de Taehyung e Seulgi. Jin está conversando com Namjoon e Wendy, enquanto Jungkook parece não se importar com nada que os dois trios estão falando.

GOOD NIGHT ✿ JJK (Livro 1) |EM EDIÇÃO|Onde histórias criam vida. Descubra agora