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Cada parte do meu corpo se sentia protegida, inclusive o meu coração, na verdade o meu coração era a parte que se sentia mais segura. Nunca na minha vida, eu me senti assim, de uma forma tão intensa. Como simples palavras podiam me fazer sentir tão protegida? Como ele conseguia fazer isso?

Com seus braços ainda em volta de mim, eu sentia sua respiração na minha testa, era diferente vê-lo me abraçar, já que a nossa cultura é de certa forma um pouco conservadora, acho que ele não liga pra isso, e eu, estou passando a não me importar também.

- Por que eu? - Pergunto sem sair do seu abraço.

- Como assim?

- Por que entre tantas garotas, me escolheu? - Me afasto dele devagar e vou em direção à cama com lençóis de seda, sentando na beirada dela - Tipo, sei que sou uma idiota por perguntar dessa forma, mas, você pode transar com a garota que quiser, pode namorar celebridades e basicamente todo o mundo conhece você por ser o herdeiro de uma fortuna. Acho que você já viajou pra mais lugares do que eu posso contar, acho que nunca fica em casa, porque gosta de não estar lá, porque você pode estar em todos os lugares. Então, por que quer ficar com alguém como eu?

Acho que nunca fiz uma pergunta tão sincera a alguém, acho que nunca perguntei com tanta vontade de saber a resposta.

- Gosto de ficar em casa, na verdade, eu trocaria toda e qualquer viagem pra poder me sentir em casa todos os dias. - Ele dá passos vagarosos para perto de mim, até sentar ao meu lado.

- Não respondeu ainda. - Digo e o vejo respirar fundo.

- Você faz eu me sentir em casa. Não sei como, mas, sempre que estou com você, sinto que finalmente consigo voltar pra minha casa.

Acho que isso vai além de mim, a forma como ele fala de casa, acredito que ele não esteja pronto pra me contar quem ele realmente é, mas, por enquanto posso viver com isso.

Ainda haviam vários questionamentos na minha cabeça, desde a vida dele, até, por que ele parecia querer destruir a minha. Quer dizer, eu sempre vi o amor como algo destrutivo, você não o vê, mas sente, então, querendo ou não, ele tem uma vantagem, e você... bom, você tem a coragem pra se entregar a ele.

Talvez ele queira destruir a minha vida mesmo, sei que é clichê, uma garota com problemas amorosos em plena a faculdade ou o colegial, sem saber que caminho seguir e bom, se apaixonar justo pelo idiota da faculdade, me arrependo todos os dias por proporcionar esse tipo de história pra minha vida, mas, quer saber, eu gosto desse cara idiota da faculdade, e mesmo que eu odeie ele no final de tudo, pelo menos vou poder contar pro mundo que eu vivi isso.

- Bom, de qualquer forma, sei que somos apenas amigos. - Digo e volto a procurar a medalhinha no chão.

- Yeon, eu... eu gosto, de você. - Um fogo que já estava aceso fica ainda mais forte dentro de mim - Só acho que não estou pronto para um relacionamento.

- Você tem vinte e um anos e ainda não está pronto para um relacionamento? - Dou uma risada.

- Bom, eu nunca senti isso. - Ele se junta a mim no chão ao meu lado enquanto eu procuro.

- O que quer dizer?

- Eu nunca... Nunca... quis proteger uma garota e, nunca gostei de alguém de verdade.

- Nunca se apaixonou? - Falei como se fosse experiente, mas na verdade, era minha primeira vez também.

- É assim que isso se chama? Paixão? Achei que fosse só uma sensação confortável que me fazia sentir preso e ao mesmo tempo livre de tudo. - Quando vi seu sorriso visível, senti vontade de beija-lo, mas, acho que não estou pronta pra fazer algo que não sei se ele realmente quer - Por que ela é tão importante pra você?

- Quem? - O olhei sorrindo.

- A sua medalhinha, ela por acaso é muito cara ou algo do tipo?

Eu nunca quis saber se a medalhinha tinha algum valor, nunca me importei se ela era feita de ouro ou apenas pintada de amarelo, a única coisa que me importava nela, era que ela fosse o que me levaria de volta pra casa.

- Na verdade, não é bem assim. - Paro de procurar e apenas sento no chão sem olhar pra ele - Acho que eu já disse pra você que fui adotada. - Ele balança a cabeça em positivo - As mulheres do orfanato disseram que quando eu cheguei lá, tinha apenas essa medalhinha, então, acho que ela era dos meus pais biológicos, ela sempre me dá um tipo de esperança.

- Quer conhecê-los?

- É tudo que eu mais quero. - Sinto que estou chorando mas sei que não estou, apenas é difícil falar sobre isso - Sabe, eu idealizava eles quando era criança, minha mãe seria baixa com cabelos escuros, meu pai seria alto e com cabelos claros, acho que puxei os olhos dele.

- É um tipo de sonho? Você gostaria que eles fossem assim?

- Não sei, acabei aceitando que nada é como gostaríamos, então, eu só queria saber por que eu fui parar naquele orfanato.

Por um segundo penso que não faz sentido eu estar falando isso pra ele, mas o pensamento se vai quando olho em seus olhos, eles estão com um brilho tão verdadeiro, diferente de todas as vezes que conversamos.

- Já que falou sobre algo tão pessoal comigo, acho que posso falar algo pra você, na verdade mostrar. - Ele diz.

- Como assim?

- Eu estou convidando você para um encontro Kim Yeon. - Seu lindo sorriso está em seu rosto de novo, eu amo tanto esse sorriso e não sei por que amo - Um encontro de verdade, quer dizer, se essa tinta sair de você.

- Tinta? - Levanto com um susto - Esqueci dessa droga de tinta, sabe onde tem um banheiro?

- Naquela porta ali. - Ele aponta para a uma porta marrom e corro para lá - Quer ajuda? - O escuto perguntar e fico pasma por uns segundos.

- Não, eu estou bem! - Respondo - Eu saio em poucos minutos, não entra aqui!

GOOD NIGHT ✿ JJK (Livro 1) |EM EDIÇÃO|Where stories live. Discover now