CAPÍTULO 11

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     - Lucas por favor não tente arranjar mais problemas. - Pedi quase em voz baixa numa tentativa de ele me escutar. Eu sabia que era Philipe quem estava provocando, mas Lucas apenas iria piorar as coisas para mim mais tarde se essa discussão estúpida não terminasse. E tal como eu previa ele não pareceu sequer ter escutado o que eu disse.

     - E daí se eu estiver interessado nela? - Lucas se aproximou. - Acha que merece a fidelidade dela enquanto fica trepando com outra? 

Por Deus Lucas... fica calado...

Olhei aflita para Philipe que parecia já não estar com a mínima vontade de continuar brigando por isso entrou no elevador me arrastando com ele pelo braço, estava farta e já imaginando a nódoa roxa que ficaria amanhã mas também sabia que era inútil tentar me soltar dele. Não tive sequer tempo de pegar a minha bolsa ou arrumar os papéis e Philipe também estava muito pouco interessado nisso, a sua expressão era de raiva e irritação, só de imaginar o que me aguardava eu já estava tremendo.

     - Megan, você não precisa ir com ele. - Disse calmo impedindo com a mão que o elevador se fechasse. - Tem a certeza que é isso que quer?

Philipe agora estava sorrindo completamente ciente de qual seria a minha resposta, para ele era bastante óbvio. O olhar de Lucas implorava que eu saísse daquele elevador e fosse com ele e a minha consciência também, mas eu tinha demasiado medo do meu marido para fazer uma coisa dessas.

Odiava o jeito com que ele me tratava e em qualquer outra circunstância eu iria com Lucas, mas  sabia muito bem do que Philipe era capaz de fazer e do quando era influente, podia ter tudo o que quisesse com um único estalar de dedos. Além disso, o meu pai era um outro grande empecilho da minha separação com ele, e mesmo que eu conseguisse, todos os seus acordos com as empresas dos Helthon seriam cancelados porque eu era a base deles.

     - Eu não posso, Lucas. Eu quero ficar com o meu marido. - Sem conseguir olhar nos olhos do homem a minha frente, eu apenas mordi o lábio e recuei me encostando ainda mais em Philipe que sorria vitorioso para Lucas.

     - Você a escutou. Agora pare de tentar assediar a minha esposa, caso contrário alguém vai se machucar. - As portas finalmente se fecharam e o olhar desacreditado dele continuava em mim.

Assim que estávamos fora do seu alcance, Philipe finalmente soltou o meu braço e eu desabei chorando, não era isso que eu queria, eu não sentia qualquer tido de atração por Lucas mas também não queria ter que continuar vivendo a mercê desse psicopata que agora estava sorrindo como um louco. Eu estava me odiando ainda mais por ter sido tão covarde ao ponto de não ter ido com Lucas.

     - Acho que você finalmente está aprendendo a se comportar. - Disse antes das portas do elevador se abrirem e sairmos da empresa movimentada.

Vários funcionários nos cumprimentavam e sorriam porque para eles nós éramos apenas um casal perfeito e donos de tudo isso, ninguém ousava desconfiar sequer do que acontecia entre nós realmente.

     - E que tal se fossemos jantar fora? - Perguntou animado

     - Só quero ir pra casa. - Respondi fria enquanto colocava o cinto de segurança já dentro do carro em movimento. Não sei como ele conseguia pensar em comida depois de tudo isso.

Mais tarde acabei por jantar mesmo no quarto, Mariana tinha me levado uma bandeja de comida, estava morta de fome e segundo ela foi uma ordem do Philipe, depois de chorar mais um pouco acabei adormecendo. Pelo menos havia chegado a conclusão de uma coisa: Não valia a pena continuar resistindo a ele, pelo menos iria sofrer menos caso fizesse todas as suas vontades.

...

Acordei com os braços de Philipe rodeando a minha cintura mas mesmo assim tive que correr até o banheiro para vomitar, tinha sido assim durante toda a semana, de manhã assim que acordava e depois do almoço. Sabia que isso não era normal, poderia estar gravemente doente mas por um lado agradeci mentalmente por isso, quem sabe assim a minha morte não tinha sido adiantada e me livraria mais rapidamente desse psicopata.

Depois quase vomitar o estômago prendi o cabelo de qualquer jeito e escovei os dentes, ia voltar para o quarto se Philipe não estivesse parado na porta do banheiro me encarando com os olhos semicerrados. Ninguém diria que esse homem tão atraente não passava de um maníaco controlador.

     - O que há com você? - Ignorei a sua pergunta e continuei andando, mas parei assim que a sua mão apertou o meu braço roxo e eu gemi de dor. - Estou falando com você, não me escutou!?

     - Eu não sei. Só estou cansada! - Berrei. - Dá pra me soltar agora? Está me machucando.

     - Você sempre vomita e fica pálida quando está cansada? - Ele olhou para a sua mão segurando o meu braço e me soltou lentamente enquanto me analisava. Não respondi nada, apenas voltei pra cama. Espero que seja uma doença bem grave para me matar de uma vez. - Vamos no médico.

     - Não quero.

     - E eu não estou pedindo, Megan. Agora levanta daí e vamos, não me importo de usar a força mesmo sabendo que você está doente.

...

Depois de me vestir, Philipe estava na sala me esperando para irmos até a clínica da empresa, porque segundo ele, queria evitar atenções desnecessárias nos hospitais. Por mais que ele aparentasse estar preocupado comigo eu sabia que tudo isso tinha um propósito, uma pessoa como ele nunca mudaria assim de um dia pra outro, além de ele sequer conhecer o significado da palavra preocupação. Depois de tudo o que ele me tem feito, ainda que ele pedisse perdão de joelhos, eu jamais o perdoaria, não depois de ele ter feito a minha vida num inferno.

Depois de terminar todos os testes e responder a algumas perguntas completamente desnecessárias da médica, estávamos aguardando os resultados que sairiam ainda hoje, não deveriam mas como eram os donos da empresa que estavam ali, a médica não hesitou em ser o mais impecável possível. Estava morta de fome e começando a ficar impaciente até ela voltar meio sorridente.

     - E então? Qual é o problema? - Philipe perguntou a ela que apenas entregou uma carta branca a ele. Por mais que a mulher estivesse sendo simpática, Philipe não conseguia retribuir e deixar de achar por um único momento que o mundo girava em volta dele e de suas vontades.

     - Um teste de gravidez? - Questionou lendo

     - Exatamente. - Sorriu. - A sua esposa está grávida, senhor Helthon. De um mês e duas semanas.

Assim que ela disse a palavra grávida, eu comecei a respirar mal e a ver tudo ficar escuro. Não queria acreditar no que havia acabado de escutar. Eu não podia estar grávida.

Não, só pode ser algum engano...

Coloquei a mão na testa e segurei a parede ao meu lado, estava me sentindo estranhamente tonta e quase caí se Philipe não tivesse me segurado a tempo. Eu não podia estar grávida desse monstro e ainda por cima estar gerando outro.

Casada Com Um Psicopata (Série Mentes Insanas - Livro 1)Where stories live. Discover now