Casada Com Um Psicopata (Série Mentes Insanas - Livro 1)

CAPÍTULO 45

MEGAN

     - Ei, o que está fazendo? - Sorri automaticamente antes mesmo de levantar a cabeça e ver quem estava falando comigo. Continuei tentando arrancar a flor do chão até sentir e ver aquelas lindas mãos que eu tanto amo por cima da minha com uma outra flor muito mais linda do que a que eu queria.

Levantei a cabeça para encarar o meu noivo mas a luz do sol atrás dele refletiu no seu rosto me fazendo fechar os olhos ligeiramente e abri-los pouco a pouco. Era uma das visões mais lindas que já tive, a cor azul dos seus olhos estava ainda mais intensa e os seus lábios afastados num sorriso hipnotizante. Por várias vezes me perguntei se algum outro homem conseguiria ser tão perfeito.

     - suas mãos estão sujas. - Ignorei o conteúdo das suas palavras e simplesmente continuei a forma com que elas foram ditas, a sua voz com certeza era um dos sons mais lindos que já escutei. - Ei.

     - Hum? Ah, oi. Desculpa. - Sabia que o meu rosto estava corado apenas por ter feito essa figura ridícula a frente dele. - Eu estava distraída.

Suas mãos me puxaram para ficar de pé e lentamente ele colocou a margarida na palma da minha.

     - Isso eu já notei. - Ri junto com ele. - No que estava pensando?

     - Em você. - Logo depois me dei conta da parvoíce que fiz e cobri a boca com as mãos envergonhada, as mesmas mãos cheias de barro. - Quer dizer, não era em você... era... arg que nojo.

Philipe deu uma risada alta enquanto caminhávamos juntos pelo jardim, o sol estava lindo e por puro impulso tive a ideia de colher algumas flores já que não podia sair sozinha da mansão.

     - Espera. - Ele limpou o meu rosto delicadamente com um pequeno lenço de papel branco e voltou a guarda-lo no bolso. - Você parece uma menina pequena. Nem parece já ter dezasseis anos.

Apenas sorri mesmo sabendo que ele estava certo, eu era muito mais infantil do que aparentava ser devido a minha falta de tempo para ser criança. Afinal, desde que me lembro o meu noivado com ele já estava marcado.

     - Onde vamos viver?

     - Hum... na nossa casa? - Dei um pequeno tapa no seu braço fingindo estar brava. - Tá, onde você prefere viver?

     - Não sei. Qualquer lugar com você está ótimo. - Paramos no meio do jardim quando ele ajeitou uma mecha rebelde do meu cabelo atrás da minha orelha com o olhar intenso e simplesmente beijou a minha bochecha entrelaçando os nossos dedos a seguir, era uma das melhores sensações que já senti na vida.

Abri os olhos lentamente encarando o teto branco do quarto de hospital depois de dar um suspiro pesado, uma lágrima desceu pelo lado direito do meu rosto apenas por ter lembrado de tudo o que vivi com Philipe antes. Parecia até que ainda conseguia sentir a sensação dos nossos dedos entrelaçados naquela manhã de domingo enquanto os nossos familiares estavam na missa.

     - Megan. - Estremeci ainda deitada e olhei ao meu lado, Philipe estava sentado na poltrona segurando a minha mão.

Puxei-a rapidamente e me afastei o máximo de consegui dele numa tentativa de me proteger. Ele não pareceu gostar muito da minha atitude e se pôs de pé depois de dar um suspiro cansado, realmente ele aparentava estar muito mais cansado do que o normal. O seu olhar que antes sempre fora intenso e debochado agora estava opaco e poderia até notar um pouco de desespero e preocupação.

     - Não chegue perto de mim. - Disse desviando a minha atenção para a janela a minha esquerda. A última pessoa que eu queria ver naquele momento era ele, cada momento de terror ainda estava gravado perfeitamente na minha memória e por mais que eu me sinta arrependida por ter tentado me matar, agora a vontade de estar morta tinha voltado apenas por ter de vê-lo de novo.

     - Como está se sentindo?

     - Muito bem, como pode ver. A não ser que decida me agredir de novo. - Respondi fria

     - Eu estou me segurando, pode acreditar. - Fechei os olhos com força deixando a raiva e o ódio me envolverem ainda mais, não é possível que ele teria coragem de me tocar de novo depois de tudo. - Mas também estou tentando não brigar, Megan. Quero...  apenas resolver as coisas entre nós.

     - Resolver? - Pela primeira vez dei um sorriso sem humor limpando as lágrimas já frias no meu rosto. - Porquê veio aqui, Philipe? Seja sincero, eu sei que você queria que eu estivesse morta.

     - Não diga bobagens, você é a minha esposa e sabe que eu te...

     - Por favor não diga! Eu não quero ouvir. - Interrompi-o rapidamente e cobri os meus próprios ouvidos com as mãos sentindo minha respiração descontrolada. Deus, alguém tire esse louco daqui. Ele não teria coragem de dizer que me ama depois de tudo isso.

     - Como quiser. - Vi-o ajeitar o seu terno preto como sempre perfeitamente impecável antes de avançar até a porta de saída do quarto. - Jason me disse que você quer passar alguns dias na casa dele, é verdade?

Disse?

     - Qualquer lugar longe de você está ótimo. - Depois de dizer a frase e Philipe fechar a porta do quarto eu cai no choro novamente, me encolhi abraçada aos meus joelhos e chorei até a minha cabeça doer. Porquê as coisas tinham de ser desse jeito? Porquê Philipe não poderia simplesmente cumprir todas as promessas que me fez e ser o marido que qualquer mulher desejaria?

Eu não aguentaria a possibilidade de escutá-lo dizer que me ama, soaria como a maior das mentiras e sinceramente eu nem sabia se estava preparada para lidar com mais isso. Mas se... eu o odiava tanto e desejava com todas as minhas forças vê-lo morto, então porquê ainda doía tanto? Porquê doía sempre que eu me lembrava dos nossos momentos juntos antes de nos casarmos?

Que droga!

Não, não é possível. Eu me recuso a acreditar que ainda sinto alguma coisa por ele.

Acham que Philipe ainda vai a tempo de mudar? Será que Megan ainda o ama e vai perdoa-lo ou vai preferir ficar com Jason?