CAPÍTULO 35

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PHILIPE

Já eram quase duas da manhã quando um dos meus seguranças anunciou a presença de Christin que alegava ter algo importante para me dizer, estava sem muita paciência, Grace ainda estava dormindo no meu quarto e o fato de Megan ter me desafiado daquela forma só me incentivava a dar um fim na vida da garota o mais rapidamente possível. Mas vou ser paciente e esperar mais um pouco, a minha esposa era demasiado fraca para deixar que alguém morresse por sua causa e sei que mais cedo ou mais tarde ela irá voltar pra mim.

Se nenhum dos meus planos der certo, eu irei pessoalmente buscá-la da maneira mais agressiva, já estava ficando farto de esperar por ela, cada noite é uma verdadeira tortura dormir sem ela e nem quando me relaciono com outras mulheres consigo me sentir completamente saciado. Com todas elas era sexo e nada mais tal como acabara de ser com a sua amiga que não fazia a mínima ideia no que acabara de se meter.

O barulho dos saltos de Christin ecoaram por toda a sala assim que ela apareceu, é bom que tenha uma boa justificativa para aparecer assim desse jeito, já estava começando a ficar farto dessa mulher que ainda achava que iríamos ter algum tipo de relação séria. Quando chegou perto o suficiente notei que o seu rosto lindo estava ligeiramente vermelho e inchado, claramente havia chorado muito, parecia furiosa também.

     - Como teve coragem? - Berrou. - Como pôde fazer isso?

Revirei os olhos e enchi mais um pouco de vinho, qual era o problema dessa vadia agora?

     - Do que está falando?

     - Estou falando do Lucas! Você é um monstro, Philipe! - Christin soluçou partindo pra cima de mim. - Era preciso ter matado ele? Uma lição não era o suficiente?

     - Primeiro, veja como fala comigo. - Segurei nos seus pulsos imobilizando-a, ver as suas tentativas de me machucar chegava a ser hilariante. - E segundo, deixa de ser boba, aquele infeliz sequer gostava de você. Não está cansada se ser constantemente tratada como uma puta?

     - Você não sabe de nada! Eu o amava!

     - Você não ama ninguém, sua vadia. - Ri. - Apenas está desesperada porque descobriu que a sua mina de ouro faleceu.

     - Faleceu não, foi assassinado a sangue frio por você! Seu desgraçado! Monstro!

Não pensei duas vezes antes de a fazer calar com um tapa e fechar o seu fino pescoço entre as minhas mãos, começava a ter uma fixação por fazer isso, podia assistir enquanto a alma da pessoa deixava o corpo. Mulher alguma levantava a voz pra mim, não tolerava isso da minha esposa quanto mais de uma simples vadia qualquer. Suas lágrimas engrossaram e ela debateu-se tentando se soltar desesperadamente, pelos visto o merdinha significava realmente algo pra ela, pena que eu já não podia fazer nada.

Iria continuar sufocando a ruiva caso os passos de Grace não tivessem chamado a minha atenção, por isso rapidamente soltei-a e fui até ao quarto deixando Christin soluçando na sala, ela conhece a saída. Não queria assustar a amiguinha da minha esposa, não enquanto Megan não me der uma resposta definitiva.

     - O que está acontecendo, Philipe? - Grace vestia uma das minhas camisas, era algo que eu adorava que Megan fizesse embora nunca tenha feito

     - Nada, vamos voltar pra cama. - Tomei os seus lábios num beijo e ela rapidamente se derreteu em meus braços, quem sabe eu me sentisse mais saciado se a imaginasse como sendo a Megan.

MEGAN

     - Você perdeu o juízo? Porquê saiu assim sem avisar? Megan, ele poderia ter te levado e só não o fez porque não quis!

     - Eu não fazia ideia que era ele. - Não sabia sequer o que fazer quando me lembrava que Grace estava com ele, aquele homem que poderia perder o controle e a paciência a qualquer momento e decidir matá-la. Grace era uma garota engraçada e não merecia ter caído na lábia daquele louco da mesma forma que eu. Thomás tinha todos os motivos do mundo para estar bravo mas isso não era o que mais me importava agora, estava também bastante grata a Jason por ter ido me buscar aquele boate.

     - Thomás, eu acho que ela já se sente mal o suficiente. - Jason disse e ele que até então andava pela sala bagunçando o cabelo olhou para mim e pareceu se acalmar, realmente o meu estado estava tão deplorável assim?

     - Desculpa, Megan. - Disse. - Apenas me prometa que vai ter mais cuidado da próxima vez.

     - Eu prometo.

Depois de beijar a minha testa, Thomás voltou a sair de casa, ele apenas tinha vindo ver como eu estava quando minha mãe o avisou sobre o que tinha se passado. Ela agora estava na cozinha preparando alguma bebida para nós e Jason pareceu inquieto encostado a batente da porta. Ele não olhava pra mim mas ainda assim o silêncio naquela sala era constrangedor, pelo menos para mim.

     - Obrigada. - Fui até ele mesmo ainda sentindo minhas pernas tremendo pelo susto de alguns minutos atrás, eu tinha que agradecê-lo. Mas ele apenas assentiu e segurou a chave do carro parecendo querer sair. - Jason, é sério. Me desculpa se fui mal educada com você daquela vez.

     - Eu entendo, Megan. Eu e ele podemos ser parecidos em muitos aspectos, eu entendo que tenha se assustado, não é culpa sua.

     - Mesmo assim eu sinto que fui injusta com você. - Fiquei mais próxima dele e beijei o seu rosto lentamente depois de suspirar. Jason pareceu surpreso mas apenas sorriu e saiu da sala depois de desarrumar o meu cabelo como uma menina pequena. Quem sabe eu tenha me enganado a respeito dele. Sorri.

Minutos mais tarde minha mãe tinha voltado com os cafés e mais um vez Grace voltou a minha mente. E se... ele já a tivesse matado? Não quero nem pensar nisso. Agora vendo bem Thomás tinha toda a razão, eu não deveria ter me arriscado tanto frequentando lugares como aqueles em que pessoas como Philipe iriam quase todos os dias, não deve ter sido nada difícil para ele me encontrar ainda mais sendo uma pessoa tão importante.

Não me lembro exatamente de como ou quem tinha me ajudado depois que estive com Lucas mas deveria ter sido mais cautelosa e planeado uma fuga mais sigilosa. Eu tinha de me acalmar, quem sabe dormir talvez depois de tomar um banho quente, mas o meu celular tocou anunciando uma ligação da Grace. Nem sabia exatamente como ela tinha o meu número mas atendo rapidamente.

     - Alô?

     - Está demorando demais, princesa. - Era a voz de Philipe. Senti o coração apertado e me sentei no sofá sentindo o desespero voltar. - Acho que a sua amiga não é tão importante pra você quanto eu pensava.

     - O que você fez com ela? 

     - Além de sexo, nada ainda. Mas já estou começando a ficar impaciente, não é ela quem eu quero. - Subi até ao meu quarto e tranquei a porta, não queria que minha mãe escutasse a conversa e se preocupasse ainda mais ou contasse a Thomás.

     - Ela não tem culpa de nada, Philipe. - Solucei

     - Eu sei, por isso mesmo que seria injusto caso ela morresse assim. Duas opções, Megan. Ou você volta imediatamente, ou ela já era. Você tem três segundos para responder.

Não, não podia ser. Eu não conseguia pensar e nada, estava desesperada, Grace poderia morrer se eu não voltasse pra ele, mas depois quem com certeza se voltasse quem sofreria seria eu.

Meu Deus, o que eu faço?

     - Um...

     - Philipe por favor...

     - Dois...

     - Está bem, eu volto. - Respondi sem nem acreditar nas minhas próprias palavras 

     - Perfeito. Você sabe perfeitamente onde é a sua casa e se até ao anoitecer ainda não estiver aqui, pode se despedir da sua amiga.

Casada Com Um Psicopata (Série Mentes Insanas - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora