CAPÍTULO 52

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MEGAN

Muitas coisas saíram do meu controle durante o tempo em que Philipe esteve inconsciente, na verdade acho que nunca estiveram, o que foi muito pior. De acordo com os médicos ele não tinha uma data prevista para acordar e havia muito poucas chances de isso acontecer, se eu estava feliz com isso? Bem, pelo menos a alguns meses atrás eu diria que sim.

Logo depois dessa notícia eu também descobri que estava grávida, aparentemente eu poderia voltar a ser mãe e também não sabia se podia ficar realmente feliz com isso visto que ser pai nunca foi o sonho de Philipe, na verdade é como se ele odiasse qualquer coisa ou pessoa que me pudesse afastar dele. Mas agora aqui, nesse quarto de hospital era como ele já não se importasse tanto com isso e me quisesse apenas ao seu lado. A questão era se eu estava disposta a perdoa-lo mesmo ele já tendo deixado claro que nunca mudaria por mim.

- A gente precisa conversar, Philipe. - Limpei o meu rosto com as costas das mãos me afastando dele com uma certa dificuldade. A forma como me mantinha abraçada a ele era como se na sua mente eu pudesse desaparecer a qualquer momento e ele tentasse a todo o custo evitar que isso acontecesse. - Mas antes eu preciso chamar o médico.

Saí o mais rapidamente dali acariciando a minha pequena barriga de cinco meses, desta vez eu estava decidida a não faltar a nenhuma das consultas a fim de manter o meu filho sempre saudável e forte. De acordo com o obstetra ele já era um lindo menino pesado e forte.

Assim que encontrei o médico voltamos para a sala e depois de mais um pouco estávamos a espera dos resultados dos exames que diriam se Philipe poderia ou não voltar pra casa. Mais uma vez eu me vi sozinha com ele num silêncio constrangedor onde eu sequer sabia o que dizer ou como reagir diante dele. Alguém que eu tanto amo e odeio ao mesmo tempo.

- O meu celular? - Contive o riso. Era a típica conversa pra quebrar o gelo

- Está com o seu secretário. - Respondi me sentando na cadeira próxima da cama. - Ele me procurou a algumas semanas atrás para saber o que faria acerca das suas empresas caso você... não acordasse.

- Hum. - Disse olhando para o teto branco. - Você sabe que dificilmente isso aconteceria, não sabe? Mas caso acontecesse, você cuidaria de tudo e mais tarde o meu filho. É um menino, não é?

Me surpreendi por ele ter tocado no assunto sem parecer bravo ou desinteressado, aliás, parecia até ter sido um milagre o fato de ele não ter surtado ainda mais quando acordou e simplesmente acreditou em mim.

- É sim. Mas você sabe que se eu tiver que escolher entre ele e você...

- Basta escolher os dois. - Me interrompeu. - Não é como se eu não quisesse formar uma família com você, Megan. Por favor entenda. É só que... eu não quero que ele ocupe todo o seu tempo e que um dia venha a ser igual ao pai.

Senti os meus olhos arderem e embaçarem lentamente, Philipe estava falando sobre os seus sentimentos abertamente comigo.

- É normal que ele ocupe todo o meu tempo, Philipe. As crianças são assim, pelo menos enquanto são muito pequenas. Mas isso não significa que eu não tenha tempo pra outras coisas.

- Coisas. - Deu um sorriso sem humor. - Desde quando eu sou uma coisa pra você? E nós, como é que ficamos?

- Nunca houve um nós, Philipe. Sempre foi você. E por favor agora não haja como se você fosse a vítima aqui. - Suspirei tentando manter a calma para continuar falando. - Era sobre isso que eu queria conversar com você. Eu... estou disposta a pelo menos tentar que isto resulte.

Pude notar os seus olhos brilharem esperançosos focados nos meus, parece que dormir durante tanto tempo também serviu para mantê-lo mais calmo a até agora eu estava adorando conversar com um Philipe mais controlado. Agora sim ele parecia um homem normal que não precisava ser agressivo para ter a minha atenção.

- Mas não por mim ou por você, mas pelo nosso filho. Eu não quero que ele cresça do mesmo jeito que eu.

- Devo agradecer a ele então?

- Agradeça sendo um pai decente.

Ainda sentado na borda da cama, Philipe sorriu ligeiramente e me puxou para ficar entre as suas pernas e me abraçou de novo. Ainda era bastante estranho para mim ter esse tipo de contacto com ele depois de tudo o que aconteceu, mas por incrível que parecesse, a sensação até não era má. Era confortável e me fazia perguntar porquê ele não tinha sido assim desde o início. Como se lesse a minha mente, ele perguntou ainda com a cabeça encostada ao meu peito:

- Você sabe que eu não prometo nada, não é? - Suspirei sem saber que resposta exata dar a isso. - Pode... parecer sei lá, doentio ou iguísta da minha parte mas... não é como se eu não tivesse tentado. Tudo o que você viu até agora já faz parte de mim e não é como se eu tivesse controle sobre isso.

- Só não vai conseguir se continuar pensando dessa forma. - Disse acariciando os fios macios do seu cabelo. - Por favor, Philipe. Não deixe que o nosso filho passe por tudo o que eu passei. Você pode até não conseguir mudar quem você é mas eu tenho certeza que consegue pelo menos ter controle sobre as suas atitudes.

- Tá. - Sua voz saiu abafada por ainda estar contra o meu peito. - Isso sim eu já posso prometer.






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Oie pãezinhaass!!

12k leituras? Vocês gostam assim tanto desse livro? Mds ^-^

Era só pra avisar que depois desse capítulo haverá apenas mais dois até o final, tá bom?

É isso. Até amanhã!!

Casada Com Um Psicopata (Série Mentes Insanas - Livro 1)Where stories live. Discover now