CAPÍTULO 38

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PHILIPE

     - Chefe, a sua esposa está na sala de jantar o aguardando.

     - Perfeito. - Sorri e encerrei a ligação dando uma última olhada no espelho antes de descer as escadas. Sabia que ela viria, Megan era uma mulher demasiado doce e ingénua pra deixar que alguém morresse por ela. A cerca de quinze minutos atrás ordenei a um dos meus seguranças que fosse buscá-la e que a deixasse esperando na sala onde o jantar estava pronto para nós os dois. Hoje seria o acerto de contas, ela não deveria ter passado tanto tempo longe de mim me torturando desse jeito, aquela desgraçada conseguiu me deixar necessitado dela durante um longo tempo, mas agora iria finalmente matar a saudade daquele seu corpo delicioso.

Todo o tempo em que ela esteve fora eu sabia do seu exato paradeiro mas apenas quis dar um tempo a ela, o meu detetive me mantinha informado de cada um dos seus passos, dos locais que frequentava e até com quem os frequentava, pra minha surpresa, uma dessas pessoas era Jason.

De acordo com o detetive, ele era o seu psicólogo pessoal, como se a minha mulher precisasse da merda de um psicólogo. Ele não tinha sequer o direito de olhar pra ela e só de imaginar que eles os dois tenham feito algo a mais o meu sangue aquecia, mas tudo isso seria desvendado ainda hoje e Megan iria me pagar muito caro por cada deslize seu.

Encostado na batente da porta da sala, consegui vê-la. Megan, minha linda e doce esposa que mesmo vestida com roupas baratas conseguia ser perfeita. A sua pele estava mais pálida pelo frio, tirando as bochechas que estavam estavam ligeiramente rubras enquanto ela sentada mexia a perna repetidas vezes, sabia que estava nervosa. Ela por mais que tentasse nunca conseguia esconder os seus pensamentos de mim. Eu conhecia cada canto daquela mente tal como o seu corpo como a palma da minha mão.

     - Achei que já não viesse. - Disse finalmente ganhando a sua atenção. Megan quase deu um pulo da cadeira assustada me olhando atenta enquanto me aproximava.

     - O que significa tudo isso, Philipe? Onde está a Grace?

     - Quem? - Disse me fazendo de desentendido antes de dar uma gargalhada alta pela cara de incredulidade que ela fez. Mesmo depois de tanto tempo juntos ela ainda não me conhecia. - Relaxa, Megan. Você está muito nervosa. A sua amiga gostosa foi embora esta manhã mas disse que voltaria pra me ver.

     - Mentiroso! - Gritou. - Você a machucou?

     - Você acha? - Me servi de um pouco de vinho, ofereci a Megan mas ela negou por isso apenas dei de ombros e continuei me servindo. Minha esposa estava perdendo a paciência e era exatamente isso que eu queria, uma oportunidade para castigá-la. - Alguma vez menti pra você, princesa?

     - Isso é alguma piada? Qual é o seu plano? Porquê está agindo desse jeito, fazendo tudo isso?

O seu tom de voz não me agradou, teria que ensiná-la novamente como é que as coisas funcionavam comigo mas ainda assim preferi manter a calma decidido a irritá-la mais um pouco. Ignorei a sua pergunta com um sorriso e logo o jantar foi servido, mas por mais que a comida estivesse apetitosa não era esse tipo de fome que eu tinha.

     - Não vai comer? - Perguntei quando nem eu mesmo estava comendo. - Não se preocupe, não está envenenada. - Megan apenas suspirou e olhando receosa para o prato colocou a primeira garfada da carne na boca, pelos vistos havia gostado da comida mas parou assim que notou o meu olhar fixo nela. O jeito com que a sua boca se mexia, porra, tudo isso me desconcentrava.

Assim que ela acabou de comer, decidi passar logo ao meu verdadeiro objetivo enquanto a sobremesa era servida e dependendo da sua resposta, eu decidia a gravidade do corretivo que ela merecia.

     - E aí? O que achou do meu irmão Jason?

     - Quem? - A confusão no seu rosto era mais do que evidente. - Doutor Jason é seu irmão?

Ingénua como sempre, nem sei como sobreviveu lá fora.

     - Bastardo, pra ser mais exato. Ele morria de inveja de mim porque os nossos pais sempre me deram mais atenção.

     - Talvez por você ser o mais problemático.

Desta vez foi ela quem sorriu debochada enquanto que eu mantive o meu rosto sério. Estava perdendo o controle depois dessa sua simples resposta e o resultado não seria nem um pouco agradável pra ela.

     - Não fale do que não sabe. você não tem esse direito.

     - E você não tem o direito de usar as pessoas a minha volta pra conseguir o que quer de mim! Eu sou uma pessoa, Philipe! Uma pessoa emoções e sentimentos, que sente dor! E sim, conheci o seu irmão e posso admitir que a ovelha negra da família é você e não ele!

Eu tentei, juro que tentei mas quando dei por mim já estava apertando o seu pescoço por cima da mesa de jantar depois de jogar tudo o que havia em cima para o chão. Megan estava me provocando e me pegou desprevenido estragando todos os meus planos pra essa noite, mas isso não ficaria assim. Ela não deveria estar defendendo aquele imbecil quando a culpa de tudo isso era dele.

     - Que tipo de relação vocês tinham? - Afrouxei um pouco o aperto da minha mão no seu pescoço. - Você transou com ele? RESPONDE PORRA!

Esperei por sua resposta mas ela se manteve em silêncio se recusando a responder mesmo desesperada tentando se soltar. Isso me enfureceu, mas quando eu quase acertei um tapa no seu rosto, algum objeto afiado que ela tinha na mão fez um pequeno corte no meu pulso ajudando-a a se soltar. Droga!

     - Eu disse que você não encostaria em mim de novo, Philipe. - A forma como ela recuava receosa e falou com voz trémula só provava o quanto a havia custado me ferir. Megan não era assim, não a minha Megan. Mas não posso deixar de admitir o quanto fiquei surpreendido e orgulhoso dessa sua atitude ainda que o corte sangrasse bastante, mas isso nem se comparava ao estado em que ela ficaria daqui a pouco depois disso.

     - A minha bonequinha está crescendo. É assim que pretende me matar? - Sorri. - Mas vai ser preciso muito mais do que uma faca pra se livrar de mim, princesa.

Ela estava desesperada e de certa forma achei engraçado o jeito com que as suas pequenas mãos tremiam segurando o objeto. Já estava farto disso, toda essa rebeldia podia ser excitante mas agora ela já tinha torrado a minha pouca paciência por isso consegui tirará-lo de sua mão num movimento rápido e enterra-lo no seu braço esquerdo. O beijo que lhe dei a seguir abafou o seu grito de dor, ela não deveria ter me provocado.

     - E é assim que se fere uma pessoa, Megan. - Sussurrei no seu ouvido distribuindo beijos pelo seu pescoço. Sabia que ela estava com dores horríveis e tentava se soltar de mim enquanto o sangue escorria pelo seu braço e pingava no chão. Só assim puxei novamente a faca depois de a apertar mais um pouco, chegava a ser penoso vê-la chorando desesperada tentando cobrir o corte com a outra mão. Pra onde tinha ido agora toda essa sua valentia? - Ainda não escutei a resposta. Você transou com o meu irmão?

     - N-não.

     - Ótimo, isso pode amenizar um pouco o seu castigo. - Beijei a pele do seu pescoço mais uma vez afundando o meu rosto na curva do seu ombro. - Eu vou cuidar do seu ferimento. Mas primeiro vamos pro nosso quarto matar a saudade, o que acha? Hum?

Ela arregalou os olhos negando com a cabeça repetidas vezes, o corte devia estar doendo mesmo muito a ponto de fazê-la perder a fala. Todo o seu corpo estava tremendo, de medo e de dor, era esse o efeito que eu gostava de causar nela. Desespero. Se Megan achou que poderia me enfrentar ela estava muito enganada.

Casada Com Um Psicopata (Série Mentes Insanas - Livro 1)Where stories live. Discover now