Casada Com Um Psicopata (Série Mentes Insanas - Livro 1)

CAPÍTULO 41

THOMÁS

Inacreditavelmente eu estava quase chegando a conclusão de que Philipe conseguia ter algum tipo de poder sobre Megan por mais que ela tente resistir. Pode até ser que eu esteja enganado mas até agora era a única explicação que eu tinha para esse seu desaparecimento sem explicação, ou talvez ela tenha sido ameaçada por ele. Sequestro não era nem uma opção a ser cogitada devido ao bilhete que ela deixou, mas eu deveria mesmo confiar nela e não fazer nada? Quer dizer... e se ela não tivesse as coisas sobre controle?

     - Não vou ficar aqui, mãe. - Disse quebrando o silêncio perturbador que se instalou na sala. Jason também veio diretamente pra cá assim que soube do desaparecimento da minha irmã, bem que ele tinha dito que Megan estava estranha esta manhã e que com certeza iria fazer alguma merda, mas porquê ele não a impediu ou me avisou?

     - E onde você vai Thomás? Os policiais disseram que não há ninguém na casa de Philipe, ninguém sabe onde eles estão.

     - Eu não sei, mãe. - Passei ambas as mãos pelo cabelo impaciente. - Eu só... eu só não posso continuar aqui sentado sem fazer nada. Aliás, como vocês conseguem ficar tão calmos numa situação dessas?

     - Apenas estamos tentando ser racionais ao contrário do você. - Jason que até agora estava em silêncio disse. - Por isso para de agir como se fosse o único preocupado.

O meu sangue ferveu ao ouvir essas palavras, afinal com que direito ele acha para falar assim comigo quando ele era um dos principais responsáveis por isso?

     - Se você nos avisasse a mais tempo que Megan não estava bem talvez eu pudesse fazer alguma coisa!

     - Ninguém sabe o que aconteceu realmente! E o que você poderia fazer? Acha mesmo que consegue impedir Philipe de fazer o que quer que seja? Nem a polícia consegue! Acha que é o único que está preocupado com ela?

Fixei algum outro ponto da sala me segurando pra não quebrar a cara desse idiota até sentir mãos delicadas tocarem no meu obro. Encontrei os olhos serenos de minha mãe e rapidamente me acalmei, ela tinha esse poder sobre mim, me passar serenidade e me chamar a razão com um simples gesto. Ela sempre conseguia manter a calma mesmo quando tudo estava desmoronando e eu a invejava nesse aspecto.

     - Jason tem razão, filho. - Disse. - Ninguém sabe o que aconteceu realmente e você não poderia fazer grande coisa agora pra ajudar sua irmã.

Assenti e voltei a me sentar no sofá, talvez fosse melhor usar a cabeça ao invés de agir pelo impulso e acabar piorando as coisas. Porque se havia alguém aqui que estava realmente preocupada, essa pessoa era minha mãe que passou quase uma vida inteira perdendo quase todos os momentos importantes da vida da filha.

Megan nesse momento deveria estar sofrendo horrores por ter fugido e agora ele deveria estar se vingando. Apenas pensar nisso fazia o meu sangue ferver, me sentia impotente por não conseguir fazer nada contra alguém como ele.

Minutos mais tarde o celular vibrou no meu bolso ao mesmo tempo que a campainha tocou e Jason foi atender, bufei irritado e encerrei a ligação assim que vi que era Mariana, as coisas entre nós não estavam bem ultimamente e com certeza se eu atendesse ela não iria dizer nada relevante. Eu não estava com cabeça pra escutar as suas reclamações constantes por falta de atenção da minha parte.

Olhei na direção da porta e vi uma garota entrando, eu a conhecia de algum lugar, não me lembrava muito bem mas sabia que ela era a amiga de Megan. Quando minha mãe foi até ela eu me perguntei como não tinha pensado nela antes, ela poderia ter alguma pista sobre Megan.

     - Grace? - Minha mãe disse. A garota parecia nervosa e tinha o rosto ligeiramente vermelho como se estivesse chorando.

     - Você sabe de alguma coisa, garota? - Jason insistiu mas ela continuava calada olhando para as mãos enquanto mordia o lábio. Estava me tirando do sério e me controlei pra não gritar com ela.

     - Eu... Foi culpa minha... foi tudo culpa minha. - Chorou. - Eu não sabia que eles se conheciam e acabei colocando a vida dela em perigo, eu sinto muito.

Eu e minha mãe nos entreolhamos antes de encarar novamente a garota que não parecia estar no seu perfeito juízo, como assim foi culpa dela? Avancei até ela e toquei nos seus ombros fazendo-a olhar pra mim, os seus lindos olhos castanhos encontraram os meus e senti que ela não estava mentindo e qualquer merda que tenha feito, estava mesmo arrependida.

     - Do que está falando? Você sabe alguma coisa sobre a minha irmã?

     - Eu não sei onde ela tá, mas Philipe só encontrou ela por culpa minha. Eu não sabia quem ele era e no dia em que a gente se encontrou eu levei ela comigo porque ele insistiu. Nessa mesma noite eu senti que ela tava muito estranha como se tivesse medo dela e saiu correndo pro banheiro. - Até nós já sabíamos, só restava saber o que isso tinha a ver com o desaparecimento dela agora. Grace gaguejou mais algumas vezes antes de continuar. - Mais tarde eu acabei dormindo na casa dela e quando eu estava supostamente dormindo, eu escutei quando ele usou o meu celular pra ameaçar ela dizendo que se ela não voltasse pra ele até ao anoitecer que ele iria me matar.

O silêncio se instalou novamente na sala, ninguém teve coragem de dizer nada e apenas escutávamos a garota chorar dizendo que a culpa foi sua. E realmente ele não teve, Grace foi apenas mais uma das quase vítimas de Philipe. Teria sido mais uma caso Megan não tivesse o impedido, agora mais do que nunca eu estava orgulhoso dela, minha irmãsinha era realmente uma garota incrivelmente corajosa capaz de dar a sua própria vida para proteger quem ela ama.

Pelo menos assim já sabemos o motivo do seu desaparecimento.

     - Escuta, Grace. - Ela levantou o seu rosto agora muito mais vermelho do que antes e me olhou ainda gaguejando, coloquei uma madeixa do seu cabelo atrás da orelha antes de continuar. - Não foi culpa sua, tudo isso foi culpa de Philipe, você não sabia de nada.

Ela assentiu e minha mãe a tomou nos seus braços tentando reconfortá-la.

Uma parte do mistério estava resolvida, agora só faltava a outra parte. Servi um pouco de vinho branco para mim e para Jason que continuava pensativo, com certeza também tentando encontrar uma maneira de descobrir onde eles pudessem estar até quebrar o silêncio mais uma vez:

     - Claro... Que dia é hoje?

     - Dezassete, porquê?

     - Eu sei onde eles estão.

Oi pãesinhas!!! Adivinhem só quem tá de férias e vai poder postar todos os dias???

Obrigada pelas 8k leituras!!! Espero que tenham gostado e até amanhã!