CAPÍTULO 32

15.6K 1.1K 166
                                    

MEGAN

Grace e eu passamos todo o dia conversando sobre coisas completamente idiotas e sem noção, descobri que ela tal como eu ela também tinha medo de palhaços e adorava lasanha. Nos separamos de nossas mães enquanto andávamos por algumas lojas comprando roupas, sapatos, maquiagem e sinceramente, este estava sendo o melhor de todos os meus dias desde que consegui me livrar de Philipe, se não fosse a minha atual dificuldade de confiar nas pessoas eu até poderia considerá-la a minha mais nova melhor amiga.

Sair um pouco de casa e me divertir era tudo o que eu estava precisando e agora no final do dia enquanto nos despedíamos eu havia chegado a conclusão que tudo isso não passava de um plano da minha mãe para me ver mais feliz novamente, pelo menos era isso que o seu olhar dizia enquanto eu abraçava Grace. Mas nada do que ela estava fazendo ou vai fazer vai fazer me fará perdoá-la.

     - Promete que vai me ligar? - Assenti assim que nos afastamos, tinha ficado com o número do celular dela e com certeza eu iria ligar para passarmos mais dias como esse. - Gostei de te conhecer, amiga.

     - Eu também... amiga.

Me despedi também da senhora Mafalda e entrei no carro onde minha mãe já estava me esperando, no seu rosto havia um sorriso de felicidade tal como no meu. Talvez eu já estivesse curada e me sentindo melhor depois de tudo, mas só saberia realmente quando me cruzasse de novo com Philipe, o que eu não queria que acontecesse nunca enquanto eu viver.

...

Quando voltamos, minha mãe me deixou em casa e voltou a sair dizendo que tinha que resolver algumas coisas no trabalho mas que Thomás já teria voltado do trabalho. Entrei em casa e ao chegar na sala, percebi que ele estava conversando com alguém que pela voz parecia ser o doutor Jason, mesmo que fosse errado, decidi continuar onde estava e escutar um pouco da conversa.

O meu irmão estava ao lado da janela bebendo alguma coisa com o olhar distante e preocupado, pela sua roupa formal ele tinha mesmo acabado de voltar do trabalho. Já Jason parecia um pouco mais relaxado no sofá com um sobretudo preto e o cabelo - como da primeira vez que o vi - perfeitamente arrumado.

     - Talvez ele a tenha submetido a todas essas coisas por vingança. - Foi doutor Jason que falou

     - Vingança? - Thomás deu um sorriso sem humor. - Philipe não tinha nenhum tipo de motivo pra odiar a nossa família, Jason. Realmente nós nunca nos demos bem mas nunca houve nada assim tão grave a ponto de ele querer se vingar de mim através da minha irmã.

     - Então que tipo de explicação você tem pra isso?

     - Sei lá, doença, demência, psicopatia... Vai saber. - Meu irmão finalmente se virou para ele. - Só sei que Megan já sofreu bastante desde muito nova, Jason. E se depender de mim aquele louco nunca mais vai encostar um dedo nela.

     - Sabe que ele tem vários homens a sua disposição e mais cedo ou mais tarde ele vai vos encontrar se continuarem dentro do país.

Esperei mais algum tempo antes de entrar na sala, pelos vistos estavam falando de mim e de Philipe, só não sabia que doutor Jason sabia quem ele era e sobre tudo o que aconteceu. Então se ele sabia, porque é que insistiu que eu contasse? Pra me humilhar? Ia voltar para onde estava ou esperar do lado de fora caso não tivesse esbarrado num estúpido vaso ao lado da porta fazendo barulho, rapidamente os dois olharam na minha direção, forcei um sorriso cínico e me aproximei envergonhada tentando disfarçar.

     - Oi...

     - Megan? - Thomás pareceu surpreso ao receoso, talvez tivesse medo que eu tivesse escutado o que disseram. - A quanto tempo está aí?

     - Eu acabei de chegar... acho que tinha uma consulta agora, não é doutor Jason?

     - Apenas Jason se preferir. - Assenti. Thomás passou por mim, beijou a minha testa e saiu me deixando a sós com Jason. Olhei para todos os lados da sala menos diretamente pra ele, detestava o seu olhar fixo que parecia desvendar todos os meus segredos e parecia me impedir que omitir os poucos que me restavam, chegava a duvidar se ele era realmente quem dizia ser. Normalmente um psicólogo apenas está interessado nos seus pacientes e não preocupado com criminosos, Thomás e ele com certeza escondiam alguma coisa.

Recuei um passo quando Jason se levantou e se colocou diante de mim, não era novidade para ele que homens do seu porte me intimidavam por isso ao notar o meu receio ele deu um sorriso confortável parando onde estava.

     - O que você escutou?

     - Quem é você afinal?

     - Não mude o assunto. - Suspirei irritada e me sentei no sofá. Quem tinha direito de fazer as perguntas era eu e não ele, eram eles quem estavam escondendo coisas de mim e eu já estava cansada de todas essas mentiras.

     - Você sabe sobre o meu marido, sabe sobre o que ele fez comigo e mesmo assim insistiu que eu o contasse. Pra quê? Você é mesmo um psicólogo?

Jason se serviu da mesma bebida que Thomás bebia alguns minutos antes parecendo pensar no que iria responder, tal ato fez com que ele se parecesse ainda mais com Philipe. Lembro que ele passava a maioria das vezes bebendo whiskey e era eu quem sofria quando ele ficava bêbado.

Como se ele precisasse estar bêbado pra me machucar.

     - Não sou seu inimigo Megan e nem te farei nenhum mal. Se quer realmente saber das coisas pergunte ao seu irmão porque nem tudo eu posso contar. - Fez uma pausa para levar o copo à boca antes de continuar. - Apenas estou fazendo o meu trabalho que é ajudar você na sua recuperação que pelos vistos já está tendo bons resultados.

Não sabia se podia acreditar nele, Jason não era quem dizia ser e parecia saber mais do que aquilo que dizia. A única forma de não sofrer mais é não confiar mais nas pessoas porque mais cedo ou mais tarde elas irão mostrar quem são de verdade.

     - Eu realmente já me sinto bem melhor. E... enquanto ia ao shopping hoje com a minha mãe eu vi você numa creche com duas crianças, quem eram elas?

     - Não está querendo saber demais sobre a minha vida pessoal? - Baixei a cabeça envergonhada mas ao mesmo tempo brava pela sua resposta rude, Jason pareceu se arrepender do que disse e pousou o copo se sentando ao meu lado. Quando a sua mão se levantou para tocar no meu rosto eu rapidamente me afastei assustada com o coração acelerado, Philipe sempre fazia esse movimento quando me dar um tapa ou apertar o meu pescoço.

     - Ei, fica calma. Está tudo bem, confie em mim.

Pouco a pouco deixei que ele acariciasse o meu rosto e me acalmei me surpreendendo a mim mesma, Jason não iria me machucar, mas eu não poderia confiar nele. não depois de tudo e sabendo que ele estava escondendo coisas. Quem iria me garantir que ele não estava trabalhando com Philipe? E se ele fosse igual a ele? Delicadamente os seus dedos contornaram o meu rosto e os meus lábios enquanto a minha atenção se mantinha fixa nos seus olhos azuis profundos idênticos aos de Philipe, ele parecia estar reparando em cada detalhe do meu rosto ou tentando gravar a minha aparência como se não quisesse esquecê-la.

No que ele estava pensando?

Quando ele se aproximou mais um pouco e os seus lábios quase tocaram os meus eu me levantei dando as costas à ele. Ele ia realmente me beijar? Seja como for não podia deixar que isso acontecesse, nunca mais. As duas últimas pessoas em quem decidi confiar me feriram profundamente e certamente com Jason seria igual, não podia me deixar iludir novamente e cair no erro de me apaixonar duas vezes. 







Oie pessoas! Desculpem a demora pra atualizar mas a verdade é que nem sempre a criatividade vem. Mas e aí, o que estão achando da história? Será que desta vez Megan pode confiar em Jason?

Casada Com Um Psicopata (Série Mentes Insanas - Livro 1)Where stories live. Discover now