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POV Theodore Baccelli

POV Theodore Baccelli

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  Mais um dia de rotina entediante. Sonhe quem quiser que ser rico é não se preocupar com nada. Queria eu não se preocupar com nada e viver como um verdadeiro príncipe.

  Príncipe? Eu acho que apenas as mulheres romantizam esse tipo de coisa. É apenas um personagem dentro de um conto de fadas. Apenas dentro do conto. A vida aqui fora é uma cruel realidade.

  Ontem, minha sobrinha Kate me fez assistir Barbie, A princesa da Ilha. Perdi a noção de quantas vezes revirei os olhos para cada ilusão que nossas crianças têm que conviver em sua infância. É frustrante crescer e descobrir que tudo não passa de mentiras. 

Elefante que fala. — bufei, lembrando do filme.

— Seu café está na mesa, Sr.Baccelli. — uma das minhas empregadas avisa. Concordei, fechando o último botão do meu smoking.

— Bom dia, mama. — deixei um beijo rápido em Teresa, minha governanta e babá. Digamos que ela tinha a função de babá quando meus pais eram vivos. Desde então, se tornou minha mãe.

— Bom dia, filho. Você está lindo. — limpa suas mãos no pano de prato.

Roubei uma maçã da fruteira e levei até a boca, sentando-me em seguida.

— Todos os dias diz isso e já disse que não quero a senhora trabalhando aqui em casa. Esta mansão é rodeada de empregados que podem fazer isso por você. Vamos lá, mama, não seja teimosa. Eu perdi pessoas importantes e não estou pronto para perdê-la. — disse e ela me olha com um sorriso gentil.

— O doutor me liberou depois de quinze dias para fazer que eu quisesse. Só não posso fazer movimentos bruscos. Você não vai me perder. Ainda tenho fé em Deus que estarei em seu casamento e ainda mais um pouquinho de fé para alcançar meus netos. — sorri espontânea.

  Casamento? Filhos? Isso não está em meus planos. Isso JAMAIS entrou em meus planos. Não levo jeito para compromissos sérios e nunca permitiria me apaixonar por alguém.

— A senhora tem que entender que o amor não existe. E ainda que seja impossível provar a sua inexistência, saiba que vestígios dele acabam em catástrofes. — levei a taça de suco até meus lábios. Sou apaixonado por laranja.

— Você deixou de acreditar, porque seus pais se foram.

— Minha mãe sempre dizia que me amava, então essa palavra não existe mais para mim, porque ela não está aqui. Eu só abro uma exceção para você, Teresa, pois sinto como se ela estivesse dentro de ti.

Teresa me olha com compaixão. Na frente dela eu não conseguia ser como sou na minha empresa. Na frente dela eu sou totalmente sensível, porque seu olhar consegue desvendar mistérios que nem eu mesmo sei decifrar.

188 - A DONA DA VOZWhere stories live. Discover now