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Segunda-feira.

— Anjo?

— Ah, olá Sweetheart?!

— Preciso te contar umas coisas. Será que tem um tempinho?

— Claro! Sempre tenho tempo para as pessoas. Diga-me, é sobre aquela garota?

— Sim. Sábado ela esteve lá em casa, tivemos uma manhã muito proveitosa, assim como a tarde. Anjo, me diga se estou errado, convidei ela para viajar comigo e minha mãe para sítio. Acha que vai aceitar? — perguntei receoso.

Olha, sweetheart... — eu, literalmente, amo quando a mesma me chama assim. Me deixa calmo. — a mulher conhece sua espécie, mas não posso responder essa pergunta. Me contou que ela é super do povo, super alto astral, porém não posso distinguir o que ela pensa sobre você. Se ela realmente quiser te conhecer mais afundo, com certeza vai aceitar, mas não fique ansioso.

— Não consigo. Está longe de se formar 48 horas quando foi a última vez que nos vimos, mas já estou com saudades.

Me conta, o que está sentindo por ela?

— Eu não sei, anjo. Ela é tipo uma tempestade do bem. Não é amor. Só sei que gosto do que estou sentindo. Um friozinho na barriga quando a vejo... Ela me faz esquecer que tenho aquele problema com a ansiedade. Perto dela o tempo para e só resta nós dois. O ponteiro do relógio se tornar algo tão desconhecido... É estranho.

Anjo se calou por longos segundos.

— Ainda está aí?

É... Sim!  Estou perplexa com sua resposta, espero... Espero que as coisas fiquem bem entre vocês e que finalmente descubra o nome desse sentimento, porque eu já conheço, mas não posso te falar.

— Anjo, eu temo ao amor e ela me disse uma coisa certa. Não estou dizendo que a amo, só gosto da companhia. Na verdade, gosto da companhia de quem me faz esquecer o monstro que existe dentro de mim. — confessei, triste.

Sweetheart, não existe uma força negativa dentro de você; você não é um fardo; você não é um erro. Entenda que é só fase e vai passar. Existe um propósito maior acima da sua dor, daquilo que te atormenta, você vai vencer.

(...) 💓

  Passei o resto do dia ocupado com o trabalho, digo, tentando ficar ocupado, porque minha mente estava em diversos lugares, principalmente no dia em que ainda não vivi. O que será do dia vinte se Al não apareceu em minha casa? Isso me preocupa, me deixa irritado, nervoso, ansioso...

— Theodore, estou muito preocupada com você. — Vicky adentra em minha sala com uma sacola em mão. — Você não atende o telefone e não escuta as pessoas te chamarem. — disse e eu crispei os olhos.

— Eu? Me desculpa. — encostei a cabeça na cadeira. — Que horas...

— Já são duas da tarde e você nem almoçou. Trouxe essa marmita para ti. — me entrega a sacola e eu abro, faminto.

— Obrigado, Vicky. E pode ficar despreocupada, porque estou pensando em minhas férias longe dessa empresa. É algo que eu amo, mas me cansa. — abri a marmita e comecei a comer. — Hum... — limpei a boca com o guardanapo. — tenho uma novidade para te contar, mas antes deixa eu terminar minha refeição? Enquanto isso pode me contar como está sendo seu relacionamento com Fagner.

Ela me olha com um sorriso bobo nos lábios.

— Relacionamento? Estamos nos conhecendo, Baccelli. Fagner tem se mostrado uma árvore de bons frutos e muito romântico. É tanto romantismo que  fico constrangida de ser eu mesma. E você? Já encontrou aquela garota?

188 - A DONA DA VOZWhere stories live. Discover now