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Dia seguinte...

Deixei Kate na escola e adentrei no prédio onde Victory já me esperava na entrada, enrolando seus cabelos ruivos com a ponta do dedo.

— Gostei do terno. — falou. — O pessoal da financeira deseja conversar contigo. — me acompanha enquanto caminho até o elevador.

— Mande que Josh vá até minha sala. Não estou afim de reuniões por hoje. Cancele qualquer tipo de entrevista com as mídias, revistas, seja lá o que for! Hoje, meu tempo será dedicado apenas para aquilo que estudei. — soltei o ar pesado após apertar o botão do elevador.

— Hum... Acordou com a macaca. — murmura. — Sei como te deixar relaxado. — disse, sedutora.

— Você, com certeza, não é uma opção. — gargalhei e a mesma fechou a cara. — Qual é, Vicky? Não estou mesmo afim de ser irritado. 

— Tudo bem. Sei que não está afim de ser irritado e tampouco incomodado, mas alguns estagiários precisam que assine suas férias.

— Faça isso por mim. Pegue meu carimbo e tudo estará resolvido. Quando digo que não quero ser incomodado, estou falando super sério e se não acontecer, sabe que terá que me ouvir. E muito! — alertei, enquanto a porta se abria, revelando a mulher que desejava não rever.

— Ora, ora... Eu já ia me despedir deste lugar ao saber que não estava presente. — disse.

Vejo Victory revirar os olhos.
— Eu disse que ele não estava, querida. — força um sorriso.

— Achei que estava fugindo de mim, Théo. — se aproxima, mas adentro no elevador, junto com minha secretária.

— Não estou afim de conversas. Quando meu desejo falar mais alto, eu te ligo. Tenha um bom dia. — apertei o botão e logo as portas se fecharam, impedindo que a mesma protestasse.

— Uau! Macho alfa. — aplaudiu. — Eu a odeio com toda minha alma.

— Por que? — franzi o cenho.

— Pelo simples fato dela achar que tem algo sério com você e esfregar na minha cara que nunca terei a sua atenção.

— Não sabia disso. — dei os ombros. — Mas não se preocupe, não irei repetir a dose. Não gosto de mulheres assim. Ela está oficialmente descartada e se por um acaso subir novamente, chame os seguranças e a retire a força. — ajeitei minha gravata e ouvi a risada de Victory.

  Sou bem ignorante quando preciso. E é impossível controlar meu humor. Já me esforcei para ser um patrão dos sonhos de qualquer funcionário, mas essa característica acabou ficando para trás quando aquele menino dócil perdeu seus pais.

  Não sou dependente químico, entretanto é necessário utilizar o calmante para controlar minha ansiedade. Não me considero dependente desse remédio, porque é raro sofrer essas crises. Minha maior dificuldade é controlar a raiva. Porque é a partir desse momento que me torno agressivo e apto para quebrar qualquer objeto.
 
  Quando meu dia está atarefado e muitas pessoas desejam a minha presença em lugares que não quero ir, o quadro se agrava. Eu odeio ser cobrado, principalmente por aquilo que não quero fazer. Só fiz parcerias com marcas, porque minha empresa precisava se expandir e a mídia é uma boa ferramenta para isso.

Massageio minhas têmporas com precisão, enquanto encarava o telefone. Será que ouviria aquela voz, novamente?

Linha de ajuda, em que posso ser útil?

Era ela. Meu coração se encheu de felicidade pela primeira vez ao ouvir apenas uma voz.

— Oi. — quando percebi que estava sorrindo feito bobo, ajustei minha postura. — Sou o mesmo rapaz que te ligou ontem para dizer que estava estressado.

188 - A DONA DA VOZWhere stories live. Discover now