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Já deixou uma estrelinha? ✨
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  Nosso tour pelo sítio foi incrível, mostrei a Al todos os cantos possíveis que poderá desfrutar. Ela estava mais animada do que nunca. E eu mais ainda para conhecer seu talento na arte. Sei que a mesma tem muitas surpresas para me apresentar, mas ainda tenho que passar pelo desafio em deixá-la confortável. Se bem que já tenho certeza que se sente bem ao meu lado, porém não quer demonstrar.

  A noite havia chegado em Montana, o som da natureza é digno de ser gravado. Os animais, o balanço dos galhos nas árvores fazem uma combinação perfeita para o ambiente.
  
  Sentado, na varanda da casa, fechei os olhos e me permiti não pensar no trabalho e nas coisas que preciso fazer quando voltar. Minha concentração foi impedida pelo vibrar do smartphone.

"Como estão as coisas aí em Montana? Eu e Kate estamos nos divertindo muito aqui em Orlando."

Nem acredito que acabei me esquecendo de meu irmão.

"Vai tudo bem. Fico feliz que estejam se divertindo e espero que não procure engravidar outra mulher por aí. Mande beijos para Kate e fotos por e-mail."

A resposta não demorou.

"Só mando fotos pelo WhatsApp, do contrário vai esperar nós voltarmos de viagem. Se cuida."


— Não vai jantar? — a voz de Al é tão familiar. Eu tenho uma leve impressão de que a conheço de algum canto. Só não sei qual.

— Sem fome. — respondi, guardando o celular no bolso. — Eu tenho muito que agradecer a sua mãe, mas você não me dá chance. Ela deve pensar que sou mal educado.

Al se senta sobre o muro baixo a minha frente. Eu estava na cadeira de balanço, encarando a paisagem escura só que alguém resolveu tapar a minha visão.

— Minha mãe sabe que está sendo grato por isso. Acabei de conversar com ela.

— Al, eu acredito que você deva se sentir confortável ao meu lado, caso contrário não aceitaria viajar comigo, mas por quê tem dificuldade em se abrir? Não sei até quando vai me esconder o seu nome e tampouco revelar seus mistérios.

— Eu confessei que tenho a impressão de que já te conheço a tempos, mas você não acha que é muito clichê esse tipo de apresentação? Qual a diferença se você souber o meu nome? Tudo fica mais divertido quando descobrimos as coisas com mistérios, encaixando pacientemente as peças do quebra cabeça para, no final, contarmos o que aprendemos. — me olha, sugestiva.

— Você parece viver dentro de uma história de quadrinhos. Eu não acredito em fantasias.

— Não é fantasia, amado. — revirou os olhos. Gostei desse apelido. — Eu só penso de um modo diferente e devo correr o risco muito grande por pensar que você já fez parte de algum momento meu.

— Tá, também tenho a mesma sensação, porém soa ridículo pensar que estou vivendo dentro de um conto de fadas. Só quero menso que se abra comigo, Al. Prometo que não lhe causarei dano algum.
— fui sincero.

— Sei que não, mas deve fazer um dano a si próprio se as coisas tomarem uma proporção absurda. Você vive com medo, está escrito em seus olhos.

Desviei meu olhar e respirei fundo.

— Certo, então vamos com calma, vamos juntar as peças do quebra-cabeça. Só não abuse muito desse conceito, pois sou uma pessoa ansiosa demais.

188 - A DONA DA VOZWhere stories live. Discover now