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POV Victory

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   Acordei sentindo um cheiro forte de fumaça. Ouvi um barulho de frigideira se chocando contra a grade do fogão. Baccelli, literalmente, era um horror na cozinha. Levantei contra minha vontade para fazer minha higiene matinal e aproveitei para tomar banho, porque se eu não fizer isso pela manhã, meu dia ainda não começou.

  Depois do banho, penteei meu cabelos, fazendo um rabo de cavalo. Eu amo meu ruivo. Mais ainda pelo fato de ser natural e não aquele tom alaranjado. É quase puxado para o vermelho.

   Dei uma conferida no meu celular. Respondi algumas mensagens e em especial haviam várias de Fagner agradecendo pela noite maravilhosa. De fato, foi sensacional. Um homem daquele não é de se jogar fora, porém Theodore me deixa com um pé atrás. Por que ele seria uma árvore sem frutos? Será que é casado? Não quer compromisso sério? Preciso descobrir antes que vire sentimento.

  Vesti o mesmo baby doll, afinal, hoje é sábado. Não pretendo sair ao menos que me convidem.
Sai do banheiro e andei em direção a cozinha. Encontro a cena mais linda e desejada por uma boa parte das mulheres: um homem perfeito, com cabelo levemente bagunçado, preparando o café da manhã.

— Bom dia. — dei-lhe um abraço por detrás. — Você é péssimo na cozinha, bebê. Mas sei que quer me agradar.

— Concorrência. Não posso deixar que Fagner passe em minha frente. Tenho certeza que nem sabe como liga o fogão. — disse, orgulhoso.

— Nós dois juntos ficaria um casalzão, mas sabemos que nossa relação só consegue se manter saudável por causa da amizade, certo? — desfiz o abraço e belisquei um pouco da omelete que já estava no prato. — Não me trate como sua prisioneira, Baccelli. Foi por esse motivo que dei o fim naquilo que nunca começamos.

— Direta. — despeja o restante que havia na frigideira no prato. — Não farei isso com você, Victory. Só não quero que se machuque.

— O que sabe de Fagner que eu não sei? — finalmente olhei em seus olhos. — Por um acaso você está me escondendo algo grave? Ele é casado? É isso?!

— Não. Só não acho que ele é a pessoa certa para você. — dá os ombros e põe a frigideira na pia.

— Eu não vou discutir isso contigo. — peguei meu prato e levei para a mesa, colocando o café em seguida. Apanhei o celular e digitei um "bom dia" para Fagner, agradecendo, também, por ontem.  A resposta veio de imediato:

"Posso passar o dia contigo? Em seu apartamento ou no meu?"

Por mais que eu quisesse, não poderia deixar Theodore aqui sozinho e tampouco mandá-lo ir embora. Do jeito que o mesmo é possessivo, é bem capaz de estragar tudo.

"Estou com visita. Assim que estiver livre, mando uma mensagem. Se ainda estiver disponível. Claro."

" Sempre estarei disponível para você, Victory. Eu, realmente, estou interessado em te conhecer a fundo. Espero que seja recíproco."

Uau!

"É recíproco, baby."

Desde quando me interessei tão rápido por um homem?

188 - A DONA DA VOZWhere stories live. Discover now