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   Depois de uma madrugada longa de viagem, cheguei em casa já capotando na cama em busca de um descanso eterno.
   Acordei com um estrondo terrível vindo em direção a sala, o choro de minha sobrinha foi algo que me deixou desconcertado e me deu impulso para levantar. Corri as pressas até o local de onde vinha os rumores.

— VOCÊ NUNCA MAIS VERÁ A MINHA FILHA! — vociferou, Thalles. Pelo que pude perecer, estava bêbado.

— Filho, calma... — mamãe continha o mesmo sobre o sofá enquanto Eliza estava de pé de mãos dadas com Kate que se escondia atrás de sua perna.

— Você é um pai irresponsável, Thalles. Seu tempo deveria ser dedicado totalmente a nossa filha e acabo lhe encontrando dentro de um bar com vagabundas. O que você acha que o juiz vai dizer? — o rosto dela estava inchado de tanto chorar. — Sabe que nunca brigaria para tirar minha filha de suas mãos, mas com essas atitudes não tenho como revogar.

— Essas atitudes?! — tentou se levantar, mas o efeito do álcool não deixava. Se bem que, às vezes, quando meu irmão fica desse jeito, ele consegue falar as coisas sem embolar. — Tu não tem nem respaldo para falar de mim, Eliza! VOCÊ ME TRAIU, SE LEMBRA? Seu tempo deveria ser dedicado também a minha filha, estar pensando em uma brincadeira para quando a mesma chegar da escola, mas ao contrário disso...

— Thalles, não continue. Sua filha está assistindo tudo isso. — interrompi, me aproximando. Ele me olha com desdém, mas obedece. — Gostaria que se retirasse da minha casa, por favor. — olhei para a mulher que assentiu, constrangida. Dói pensar que éramos grandes amigos e um dia isso teve que acabar.

— Filha... — fungou, ficando na altura da menina. — Lembra quando a mamãe lhe disse que casais brigam? — Katherine concordou, assustada.

— Não somos um casal. — meu irmão resmungou alto.

  Olhei para Teresa que falava algo só para ela mesma ouvir, tenho certeza que está orando.

— Mamãe te ama, viu? Amanhã venho lhe buscar. — beija a testa da filha.

— Eu... Quero ir com a senhora. — disse entre soluços. Parte meu coração vê-la dessa forma. — Não quero ficar aqui.

— Kate... — coloquei minhas mãos na boca de Thalles, contendo-o.

— Deixe-a ir.

  Mamãe as levou até a saída e eu sentei de frente ao meu irmão que chorava.

— Odeio o fato de que por ser mais velho, me dá sermões. — limpa as lágrimas e ri da situação.

— Você está fedendo. — falei, tapando o nariz. — Quer me contar como tudo aconteceu.

— Eu estava no bar, fui esfriar minha mente depois de uma viagem cansativa. Ainda estou um pouco sóbrio, ok? Esse mau cheiro foi por causa de uma garota que vomitou em minha calça. Eliza estava lá com o atual dela...

— Para, para! Já entendi. Agora, me responda uma coisa: ela está traindo o atual com você? — a demora dele pata responder já disse tudo.

— Não é bem assim...

— Isso é ridículo! — neguei. — Sinceramente, nem sei quem é o pior da história. — levantei.

— Théo, quando você amar uma mulher algum dia na sua vida, você vai me compreender. Foi difícil para mim ser traído, mas eu a amo com todas as minhas forças e quero esquecê-la para sempre!

— E toda aquela história de nojo?

— A gente não pensa muito no que falamos quando estamos com raiva.

— É mesmo? Pois agora a minha conversa vai ser com você! — mamãe aproximou-se com fúria nos olhos. — Eu não criei filhos para estar nessa situação complicada em relação a relacionamentos, estou muito triste em saber que nada do que foi passado foi cumprido! Como é que pode dizer coisas horrorosas a uma mulher na frente de uma filha? Tudo bem que entre vocês não dá mais certo, porém  como a mente dessa menina pensará a respeito do amor?! Me responda, Thalles!

  Mamãe estava visivelmente irritada, o que era raro e sempre quando as coisas chegavam a esse ponto, baixavamos a cabeça com medo da surra.

— Ela quem veio me dizer desaforos...

— Cale a boca, eu não preciso que me explique nada, porque você não está na razão! Você vai lavar essa sua cara, tirar esse fedor do seu corpo e amanhã vai trazer sua filha até aqui e conversar com ela a respeito da sua atitude, principalmente a pedir desculpas. Se compreenda! E ainda te digo mais, faça-me o favor de terminar o que tem com Eliza. Essa garota está brincando com seus sentimentos e com os sentimentos do rapaz que ela lhe traiu! Abre seu olho, rapaz! Desde quando ficou tão bobo 'pro lado de mulher? Só a última coisa: eu a respeito, mas dentro da minha casa ela não pisa mais, a não ser para buscar Katherine. ASSUNTO ENCERRADO!

Thales levanta irritado e segue em direção ao quarto, me deixando a sós com ela.

— Não pense que está livre do sermão, Theodore. Eu quero saber o que você tem sentido nesses últimos dias, que tem passado por mim e é uma dificuldade para conversar como conversava antes. O que eu te fiz? Onde já se viu o filho morando na mesma casa, passa pela mãe e não fala? Sempre ensinei a vocês dois a respeito da sinceridade e da cumplicidade... Anda, me conta o que está acontecendo.

— Só não estou afim de compartilhar minhas ideias, a senhora não tem nada com que se preocupar. — assegurei.

— Licença, desculpa atrapalhar a conversa de vocês, mas é que tem uma jovem no portão querendo falar com o senhor, dizendo que é urgente. Ela disse que tentou ligar para o seu telefone várias vezes porém  chama e ninguém atende.

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"Me apaixonei de verdade
Nada me importa, acredite"

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EITAA, VAMOS PREPARAR NOSSOS CORAÇÕES.

188 - A DONA DA VOZWo Geschichten leben. Entdecke jetzt