6.1 ☎️

2.3K 365 46
                                    

Deixa logo a estrelinha pra não esquecer

///////////

 

  Dia vinte chegou, cá estamos arrumando nossas malas para passar algumas semanas fora, descansando a mente. Teresa parecia ter ganhado bilhões de dólares, pois sua felicidade era exalante. Eu? Bom, estava tentando me animar. Essa semana não consegui dormir pensando em Al. Eu não tinha notícias dela, absolutamente nada! Minhas noites têm sido tão aterrorizante e não faço ideia do que isso signifique.

  Meu irmão viajou ontem juntamente com minha sobrinha e confesso que estou morrendo de saudades deles. Queria mesmo que todos estivessem reunidos em um lugar só, porém entendo que ele precise. Não deve ser fácil superar uma traição.

— Filho, por que está com essa carinha tão triste? — segura meu queixo e ergue minha cabeça.

— Nada. Vamos? — forcei um sorriso.

Mamãe não sabia que eu havia convidado Al para nossas férias. Seria uma catástrofe se eu comentasse. As coisas acontecem quando a gente se cala. Bom, até a alguns dias atrás eu cria nisto.

  Leopoldo nos ajudou com as malas. Ele também vem conosco a convite de mamãe. Acho que os mesmos têm uma química forte, porém, jamais admitiriam isto.
Assim que abri a porta do carro, ouvi uma pergunta que me intrigou: "Não vai me convidar para entrar?" Juro que meu coração quase parou. Virei para trás e avistei a baixinha que vem atormentando minha mente nesse últimos dias. Eu a odeio, mas é um ódio bom.

Al carregava uma mala de rodinhas e uma bolsa no ombro. Vejo, de relance, mamãe abrir um sorrisinho encantador, jurei até que seus olhos umedeceram.

— Você veio. — minha voz saiu carregada de emoções, todavia pigarreei para disfarçar. Foco!

— Você me convidou, lembra? — pergunta o óbvio. — Olha, agradeça a minha mãe. Ela insistiu tanto que eu viesse e confesso que não a estou reconhecendo.

Léo se ofereceu a colocar a mala da mesma no carro e ela agradeceu.

— Tenho que agradecer a sua mãe pessoalmente. — falei com meus olhos vidrados nela. Me aproximei, segurando na sua mão e a conduzindo para dentro do carro. Sentamos no banco de trás, enquanto os pombinhos mais velhos curtem a viagem na frente. — Estou muito feliz, Al. Vou ficar te devendo mais um hambúrguer daquele, mesmo que eu não goste de gastar dinheiro, acho que vale a pena fazer dívidas para receber algo em troca da sua parte.

— Idiota. — ela ri.

— Me chamou de idiota e ainda riu... Isso significa que gosta de mim, certo? — perguntei em divertimento.

— Dá pra calar a boca? — pergunta, irritada.

— Senti falta disso, também.

  Aquilo foi um ponto final na conversa, eu queria até perguntar como foram seus dias, mas seu entretenimento com a paisagem virou o meu também.



  Depois de algumas horinhas na estrada, chegamos no sítio de minha mãe. Ela morou aqui durante toda sua infância e logo no início da adolescência teve que começar a trabalhar longe para manter sua família. Algumas coisas deram certo, já outras...

— Chegamos, crianças. — disse ela, empolgada e abrindo a porta do carro.

A casa continuara a mesma coisa desde a última vez que viemos. Por uma vez na semana pagamos alguém para limpá-la.

— Perfeito. — vejo Al murmurar após encarar a paisagem verde ao nosso redor. — Isso aqui é incrível! Olhem essas flores. — tocou em algumas que haviam nos arbustos.

188 - A DONA DA VOZWhere stories live. Discover now