🖤CAPÍTULO 18🖤

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🖤Dylan:

    - Não podemos ficar para almoçar com vocês. - minha mãe falou, ficando na ponta dos pés para me dar um beijo no rosto - Temos que resolver algumas coisas do casamento do seu irmão, mas já pedimos para deixar outra mala de roupas no seu quarto.

    - 'Tá. - dei de ombros.

    - Dylan, não adianta ficar com essa cara. - meu pai falou e eu sabia que ele estava se referindo a briga que tive com o Rodrigo - Tente pensar no assunto...

    - Vocês não estavam indo embora? - interrompi, passando as mãos pelos meus cabelos.

    Ele balançou a cabeça e tive a leve impressão que havia um pouco de desprezo naquele seu gesto. Então eles entraram no carro, assim como os pais e a irmã de Alicia e enquanto os carros desapareciam pela estrada de cascalho, minha mente tentava traçar planos. Eu não queria apenas ir embora daquele lugar, como também não queria voltar para casa, ainda mais sem ter ideia do que fazer ano que vem em relação a trabalho ou estudo.

    - Por que... - Alicia começou, um pouco incerta ao meu lado.

    - Não te interessa. - respondi da maneira mais ríspida que consegui, entrando no refeitório.

    A única coisa boa por enquanto eram os poucos alunos que estavam ali, se bem que aquilo logo iria acabar. Coloquei um pouco de comida no prato e me dirigi à mesa onde Rubens, Daniel, Michael e Abigail estavam. Me sentei sem olhar direito para nenhum deles e comecei a comer.

    - Dylan, você precisa fazer um curativo. - Abigail falou em seu tom preocupado, me fazendo revirar os olhos.

    - O que aconteceu? - Daniel perguntou, me fazendo levantar o olhar e colocar a mão em cima do cortado em minha boca.

    - Nada demais. - respondi, fingindo que não me importava.

    - Ele brigou com o irmão dele. - Alicia falou, se sentando ao lado de Abigail e me lançando um olhar desafiador.
- Fica quieta, chorume. - respondi, cerrando os dentes.

    - Louco. - Rubens assoprou um pedaço de carne, de modo que não dava para perceber se ele estava falando da situação, se referindo a mim ou falando consigo mesmo.

    - Por que? - Michael perguntou, com os ombros curvados.

    - Não te interessa. - bufei, empurrando meu prato, sem nenhum apetite - Acho que já vou indo.

    - Você é um escroto. - Alicia falou, assim que me levantei.

     - O que? - havia ouvido perfeitamente, mas não estava com nem um pingo de paciência, ainda mais depois da sensação esquisita que percorreu meu corpo quando ela penetrou aqueles olhos azuis em mim. Era um olhar estranho, diferente e até um pouco intenso. Não fazia ideia do que aquilo significava, a única coisa que sabia era que aquela intensidade me assustava.

    - Você é um escroto. - ela repetiu, um pouco mais lento dessa vez, como se quisesse que eu recebesse o peso de cada palavra.

    - Por favor, sem briga. - Abigail nos olhou como se prestasse atenção em cada movimento nosso.

    - Sai daqui, bife de rato. - Alicia deu de ombros.

    - Vai fugir mesmo de uma briga? - provoquei.

    - Ah... você quer brigar? - ela se levantou, com o brilho zombeteiro nos olhos. Ela nunca fugia de uma briga mesmo.

    - Você quer? - retruquei.

    - Gente, qual a necessidade disso? - Daniel nos olhou franzindo a sobrancelha.

    - Parem, vou chamar o monitor Gomes. - Michael avisou.

Nem tudo é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora