🖤 CAPÍTULO 51🖤

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🖤 Dylan:

  Aquilo era a pior coisa que poderia acontecer, com certeza, nada poderia ficar pior. Eu ia matar o filho da puta do Frederico, se ele não tivesse me empurrado, não teria deixado cair a porra da folha. Agora já era. Como eu ia explicar para a Alicia que meu maior hobby era desenhar ela? Porque ela tinha visto, só isso podia explicar seus olhos arregalados e seu rosto pálido. Eu estava muito ferrado, iria ser zoado pelo resto da minha vida. Tinha que pensar em alguma desculpa, minha cabeça teria que funcionar para pensar no que iria falar quando ela me zoasse.

  Fechei o chuveiro e passei a mão pelo meu cabelo molhado, olhei para o celular e confirmei que pelo horário todos já estariam no jantar e, ainda que meu estômago estivesse roncando, ainda não estava preparado para encarar Alicia, nem as suas piadinhas. Enrolei a toalha no meu quadril e sai do banheiro.

  - Caralho, pensei que tinha se afogado no tanto de água que gastou. - fechei o punho ao ver Fred, sentado em sua cama, com um sorriso idiota no rosto.

  - Vai tomar no seu cu. - bufei, indo até o guarda roupa e colocando uma calça de moletom.

  - 'Tá nervoso? - arqueou uma sobrancelha, quando me joguei na cama e peguei o celular.

  - Não fala comigo e nunca mais me empurre daquele jeito, ouviu? - revirei os olhos, procurando meu fone de ouvido no meio da coberta - Vai pra porra do jantar e me deixa em paz.

  - Não, Dylan, não vou te deixar em paz. - se levantou e começou mexer na sua mochila - Tanto que nem fui no jantar para falar com você, amigão.

  - Não gosto de falar com vermes. - respondi, ficando ainda com mais raiva por não encontrar meu fone.

  - E com isso? Gosta de falar? - parei de mexer na coberta e o olhei, ficando petrificado - Foi você que desenhou, certo?

  Ok, dava para ficar muito pior.

  - Me dá isso. - me levantei, estendendo a mão para pegar o desenho dos olhos de Alicia - Me dá agora! 

  - Não. - deu de ombros, olhando para o desenho - Está muito realista, parabéns.

  - Me dá essa porra, agora! - o empurrei, com o punho fechado para acabar com sua cara.

  - Se você levantar essa mão para mim, eu rasgo isso. - mostrou o desenho, me fazendo abaixar a mão - Ou posso sair espalhando por ai, você que sabe...

  - Onde você achou isso? - perguntei, sem conseguir tirar os olhos do desenho, claro que se ele rasgasse, eu podia desenhar outro, mas para mim não era apenas um desenho, era uma forma de me manter com a Alicia.

  - No chão, embaixo da minha cama. - apontou para a minha cama - Senta.

  - Você não manda em mim.

  - Senta, para que a gente possa conversar, Dylan, não precisa ficar tão nervoso assim.

  - Eu consigo conversar em pé. - respirei fundo - Fala logo o que você quer.

  - Eu só estou impressionado, você é obcecado pela Alicia. - abriu um sorriso debochado - Isso explica tanta coisa.

  - Um desenho não quer dizer que sou obcecado. - não sabia qual era pior: obcecado ou apaixonado.

  - Um desenho? - olhou para a minha parte do guarda roupa.

  Puta que pariu, ele tinha mexido nas minhas coisas.

  - Filho da puta, desgraçado. - o empurrei contra a parede - Nunca mais mexa nas minhas coisas! 

  - Me solta. - franziu o cenho - Me solta ou eu conto para a Alicia sobre os desenhos.

Nem tudo é azulWhere stories live. Discover now