💙 CAPÍTULO 40 💙

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💙 Alicia:

       - Alicia! - ouvi a voz da minha mãe.

       - Que é? - gritei, abaixando o volume do som.

       - Desce aqui!

       - Pra quê?

       - Desce logo! 

       Bufei e sai do quarto, descendo as escadas até a sala.

       - Eu estou terminando de arrumar minha mala, mãe. - falei assim que a avistei e me sentei no sofá. Só podia ser por isso que ela havia me chamado, porque já se passavam das seis da tarde de sábado e era a única coisa que saía da sua boca desde que ela me buscou no colégio na sexta.

       - Você não terminou até agora? - arregalou os olhos.

       - Só falta umas coisinhas. - coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha - Relaxa, dona Ester. O casamento é só amanhã à noite, você está mais chata que a Talyane.

       - Não me chame de dona Ester. - ela fez uma careta - Fica parecendo que sou uma velha gagá, filha.

       - Mas você está parecendo. - debochei.

       - Alicia! - colocou a mão na cintura, me fazendo rir. Minha mãe poderia ser qualquer coisa, menos uma velha gagá, meu sonho era passar dos 30 anos e continuar gata igual ela.

       - Ai, mãe, para. - revirei os olhos e parei de rir quando ela pegou um espelho para ver os minúsculos pé de galinha no canto do seu olho - Você me chamou aqui só para saber da mala?

      - Não. - colocou o espelho na mesa de centro - Mas só para te lembrar...

       - Vamos para a chácara amanhã às 8 horas. - completei - Você já falou isso umas quinhentas vezes.

       - Eu sei, mas também tem a maquiagem....

       - Eu sei, mãe. - interrompi, era tudo que ela falava desde o último final de semana que vim para casa - Os maquiadores vão nos maquiar na chácara, assim como os cabeleireiros e blá blá blá. Chega, não aguento mais isso.

       - Ok. - respirou fundo - Vou me acalmar.

       - Bom mesmo. - revirei os olhos e me levantei - Vou voltar para o quarto.

       - Espera. - pegou uma caixinha em cima da mesa de centro - Chegou no correio, acho que é para você.

       Até que enfim!

       - Sim. - peguei a caixinha e sorri - É meu, tchau.

       - Alicia! - ela gritou quando corri e comecei subir as escadas, me fazendo parar - Como você pediu isso pela internet? E o que é isso?

       - Pedi pelo site da loja. - abri um sorrisinho sem graça - E é um presente.

       - Estou falando com que dinheiro ou cartão. - cruzou os braços e me olhou atentamente.

       Com o do meu pai, que eu meio que roubei da última vez que estive aqui.

       - O cartão de uma amiga. - respondi como se fosse óbvio.

       - Tenho cara de boba? - arqueou uma sobrancelha - Que amiga?

       - Grace.

       - Você não viu a Grace quando esteve aqui.

       - Você não sabe.

       - Vai admitir ou não? - abriu um sorrisinho de lado.

Nem tudo é azulWhere stories live. Discover now