💙CAPÍTULO 33💙

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💙Alicia:

     - Que isso? - perguntei assim que cheguei do jantar - Pra que isso, Abigail?

       - Não está vendo? - apontou para a mala em cima da cama - Estou fazendo a minha mala.

       - Por que? - franzi o cenho - Você vai embora por causa disso?

       - Vou, vou embora. - fungou, colocando mais roupas na mala. 

       - Não faz isso, Abigail. - me aproximei - Você gosta desse inferno, não vá embora por causa disso.

       - Ela só vai mudar de quarto. - Alessandra resmungou, sem tirar os olhos do celular.

       - Você não consegue ficar de boca fechada mesmo. - Abigail revirou os olhos - Deveria aprender ficar calada de vez em quando.

       - Menos mal. - suspirei aliviada e olhei para Alessandra - Fala para a Abigail que eu nunca te contei nada.

       - Não ameace ela, Alicia. - Abigail fechou a mala - O seu showzinho na sala já foi o suficiente.

      - Eu não estou ameaçando! - respondi, percebendo que meu tom realmente estava ameaçador - E você nem estava na sala, como você sabe... esquece. - revirei os olhos - De todas as escolas que já estudei, essa é a mais fofoqueira.

       - Ela nunca me falou nada. - Alessandra abaixou o celular e nos olhou.

       - O que? - Abigail a olhou um pouco confusa, seus olhos estavam inchados e ela não parava de fungar.

       - A Alicia nunca me contou nada. - respirou fundo - Foi eu que falei pra todo mundo, mas ela não me contou nada. Eu sinto muito, muito mesmo...

       - Eu não acredito em vocês. - Abigail balançou a cabeça negativamente e enxugou uma lágrima que tinha rolado.

       - Não muda de quarto ainda, vamos conversar primeiro. - tentei ser gentil, mas acabei fazendo uma careta ao perceber que aquilo tinha soado como uma ordem - Por favor. - acrescentei.

       - Eu já falei que não quero olhar na sua cara. - pegou sua mala e colocou sua mochila nas costas - E muito menos quero morar em um ninho de cobras.

        Alessandra arregalou os olhos, parecendo ofendida. Abri a boca para falar alguma coisa, mas não consegui, porque ainda que estivesse fazendo um esforço enorme para tentar entender a razão dela estar sendo tão grossa, aquilo tinha me incomodado. Abri espaço para ela passar e logo depois, só ficamos eu e Alessandra no quarto.

       - Acho que Tainá também vai mudar de quarto. - Alessandra balbuciou.

       - É o que espero. - fixei meus olhos na porta - Foi ela que te contou, não é?

       - Aham. 

       - Puta que me pariu, Alessandra.

       - Ela me falou do seu negócio também. - sua voz me fez virar para olhá-la, sentindo meu rosto queimar - Mas, eu não falei para ninguém, eu juro.

Nem tudo é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora