💙 CAPÍTULO 48 💙

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💙 Alicia:

  Pensei que as férias iriam passar em um piscar de olhos, porém, aquele mês pareceu 10 anos. Não sabia se o motivo era minha ansiedade pelo seu fim, para enfim receber meu celular ou pelo esforço que estava fazendo para evitar o Dylan, - ele também estava me evitando - era quase impossível evitar seu vizinho, filho dos melhores amigos dos seus pais e mesmo ciclo de amizade, sem contar que nossos pais sabiam o que havia acontecido, então tinha que tentar evita-lós também.

  Conclusão: minha melhor opção foi ficar o maior tempo possível no meu quarto.

  Tirando toda essa luta, minha férias foram razoavelmente legais. Revi alguns amigos, fui em algumas festas, fiquei com alguns meninos e cortei algumas roupas. Como ainda não tinha acesso a meu celular nem ao computador e dependia de Grace para ligar para meus pais me chamando para algo, não sobrava muita coisa para fazer no meu tempo livre, então acordei a estilista adormecida que vivia dentro de mim e dei um jeito nas roupas que estava cansada de usar. O que foi bastante legal, porque agora tinha um estoque de roupas "novas" sem precisar do meu cartão de crédito, porém aquilo não me seria muito útil nesse momento, pois minha vida insuportável ao colégio havia voltado, ou seja, uniforme horroroso durante toda a semana.

  Sorri ao ver o carro de meus pais sumindo na longa estrada de brita até a saída da colégio. Olhei para meu celular em minhas mãos e senti vontade gritar de alegria, olhei meu reflexo na tela desligada do celular e passei a mão sobre alguns fios arrepiados do meu coque, depois ajeitei meu pircerg.

  - Meu precioso. - sussurrei.

  - Louca. - ouvi Dylan cantarolar ao passar por mim e ir ao encontro de Rubens e Daniel que também haviam acabado de chegar.

  - Seu cu. - resmunguei, pegando a minha mala e indo em direção ao dormitório, tentando na verdade, porque estava difícil passar por todas aquelas pessoas eufóricas.

  - Quer uma ajuda aí? - senti alguém puxar minha mala.

  - Tira a mão, seu filho da... - soltei a mala e sorri ao ver Michael - Não pode chegar encostando nas minhas coisas assim, idiota.

  - As férias não te ensinaram ser gentil. - sorriu também.

  - Claro que não. -  revirei os olhos, enquanto ele pegava minha mala e entravámos no dormitório - São férias, não operações milagrosas.

  - Percebi. - colocou a minha mala no chão quando chegamos ao corredor que levava a área feminina - Como foi suas férias?

  - Entediantes. - dei de ombros - E as suas?

  - Fiquei duas semanas na fazenda dos meus avós, depois voltei para cá. - olhou para a sala tumultuada - Faz parte da vida de bolsista.

  - Ah... sinto muito. - peguei minha mala, ficando um pouco sem graça.

  - Não sinta. - abriu um sorrisinho - Até me divirto bastante... Agora, vou ver se mais alguém precisa de ajuda, Abigail já deve estar no quarto.

  - Valeu. - fui em direção e do quarto e abri a porta rapidamente com um grande sorriso - Voltei pro hospício! - gritei, fazendo Alessandra e Abigail me olharem com os olhos arregalados, para logo depois abrirem um sorriso.

  - Oi, Ali. - Abigail me abraçou e coloquei minha mala sobre a cama - Tudo bem?

  - Ótima. - sorri e a abracei novamente - Nunca pensei que diria isso... mas estava com saudades.

  - Eu também. - ouvi sua risada - Mas também nunca imaginei ouvir isso de você.

  - Se desgrudem. - Alessandra nos separou - Minha vez. - me abraçou sorrindo - Não vai dizer que sentiu a saudades minhas também não?

Nem tudo é azulWhere stories live. Discover now