🖤 CAPÍTULO 61🖤

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🖤Dylan:

  Nunca havia entendido o que a expressão "coração quebrado" significava... até o momento em que Alicia me deu as costas. Não fazia sentido a expressão, porque o coração é um órgão e não fazia nenhum sentido liga-lo aos sentimentos humanos, mas, não havia outra coisa para expressar o que estava sentindo. Meu coração havia sido partido por Alicia e aquilo doía muito mais do que quando quebrei o braço aos 7 anos. Deve ter sido por não entender muito bem essa dor ou por estar com tanta raiva de mim mesmo que a única opção que vi a minha frente foi dar um soco na parede, o que com certeza não foi a melhor coisa a se fazer pois agora não estava apenas com a dor de um coração quebrado, mas com a dor de uma mão que podia estar quebrada.

  - Eu vou fingir que nunca ouvi o que eu ouvi e vou para o dormitório. - ouvi a voz de Tainá, enquanto eu me concentrava em segurar meu pulso e fazer caretas de dor.

  - Boa sorte, com a mão e com a Alicia. - agora era a maldita voz do Fred.

  - Dylan. - ouvi a voz de Abigail e a olhei, mesmo sem querer - É verdade? Foi você? A Alicia vai ficar bem chateada quando ficar sabendo que ainda estávamos dentro do laboratório e ouvimos tudo... Sabe para onde ela foi?

  - Sim, fui eu e ela foi para o ensaio. - resmunguei.

  - Que história é essa de filmar ela fazendo sexo? - Daniel me olhou confuso e se aproximou - Eu não estou entendendo nada.

  - Quer ajuda para ir a enfermaria? - Abigail me olhou um pouco preocupada e apenas neguei com a cabeça - Gelo?

  - Pode ser. - me sentei no chão e encostei a cabeça na parede.

  - Volto daqui a pouco. - respondeu, sumindo pelo corredor.

  - Como você está? - Daniel se sentou ao meu lado - Desculpa, por ter ouvido a briga de vocês, mas parecia muito interessante para simplesmente sair de fininho.

  - Tanto faz. - fechei os olhos, tentando ignorar a dor que estava sentindo no peito - Eu perdi ela, Daniel.

  - Não é verdade.  - sua voz parecia preocupada - Ela só está chateada agora, depois vai passar.

  - Ela não está chateada, está decepcionada. - abri os olhos e pigarreei tentando tirar o nó esquisito na minha garganta - Já era.

  - O que você fez, exatamente? - franziu as sobrancelhas - Você faz muita merda, mas vocês sempre acertam no final.

  - Você pode ir na sala de música e chamar a Amora para mim? - pedi, fazendo ele arquear uma sobrancelha - Por favor.

  - Eu vou, já que você prefere contar seus problemas para ela e não para mim. - respondeu, em um tom dramático, se levantando e saindo.

  Não entendia o porquê, mas uma parte minha pensava que Amora poderia ajudar, já que era tão intrometida para ficar dando opiniões na minha vida. Também tinha o fato de ela ter me falado que se algum dia eu precisasse conversar, ela era uma boa ouvinte e, ainda que minha resposta tivesse sido o total contrário do que estava prestes a fazer, era o que precisava no momento. Daniel era um cara legal, gostava de conversar com ele, mas se ele não conseguia nem resolver sua vida amorosa, como poderia me ajudar?

  Ergui os olhos ao sentir algo gelado encostando em minha testa e me deparei com Abigail e um pequeno saco de gelo, que me entregou e abriu um sorrisinho quase imperceptível, me fazendo murmurar um "obrigado".

  - Não acho que você seja uma má pessoa. - Abigail falou, me fazendo arquear uma sobrancelha - Se você estiver pensando que é uma má pessoa, você não é.

Nem tudo é azulWhere stories live. Discover now